Sabe aquela sensação de que você vai passar um bom no teclado escrevendo uma crítica e que, ao
seu final, quem será criticada será você mesma? Pois é, estou com esta sensação agora, mas o que fazer senão ser honesta? Então, vamos lá!
Para aqueles que acompanham as minhas reviews com alguma frequência fica fácil entender porque este episódio me deixou tão brava. Já não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que falo sobre isto e provavelmente não será a última. Semana passada, na review da Season Premiere elogiei o fato dos roteiristas terem encontrado uma forma eficiente de amarrar pontas soltas em cerca de seis minutos e seguir em frente, sem que tais comentários prejudicassem o bom andamento do caso da semana. Pois é, meus elogios não duraram nem sete dias. Em um episódio de quarenta e cinco minutos espremeram-se, além de um caso com potencial para ser muito interessante, a jornada de Penélope Garcia rumo à sua cura emocional causada pelos eventos da Season Finale, que a obrigaram a atirar em um criminoso para salvar a vida de Reid.
Então vejamos, diante de uma situação de stress como ela viveu, eu buscaria as duas alternativas mais lógicas: um amadurecimento, tal qual ocorreu com JJ após seu aborto no episódio “200”, uma nova e mais dura forma de encarar as coisas ou, o que também ocorre com frequência, uma negação, que permite um distanciamento do evento, tornando-a mais fechada em seu mundo seguro da internet entre quatro paredes. Qualquer destas duas opções seria viável sem expô-la ao contato direto com o criminoso. Em uma terceira via, uma discussão que eles exploraram superficialmente, mas que teria sido muito bem vinda em uma conversa entre agentes seria a validação da pena de morte. Quando ela menciona que teria tentado pedir para que a pena de morte fosse convertida em perpétua, achei que isto poderia render uma discussão sensacional, pois não há assunto jurídico mais polêmico do que este.
No entanto, ao contrário de tudo o que foi mencionado acima, os roteiristas optaram pela via melodramática e pouco crível, encharcada de lágrimas, que, embora bem intencionada, visava tão somente explorar a relação Morgan/Garcia e seu comportamento morde/assopra. Não é tão difícil assim entender porque Érica e seu grupo optaram por algo assim, visto que o contingente de fãs dos dois agentes é imenso e estas pessoas adoraram as brigas entre eles que terminam em cenas de conforto e pura fofurisse.
De minha parte, acho que quem escreve os roteiros tem uma difícil missão: decidir quem será Penélope Garcia daqui para frente. Torne-se ela uma pessoa mais amadurecida e confiante ou alguém que usa seu distanciamento como salva guarda, o fato é que ela poderá ser qualquer coisa, menos a criatura infantil, imatura e de baixa estima que eles nos apresentaram neste episódio. Por mais sensível que ela seja e por mais que precise visitar pandas depois de cada caso, ela ainda assim presta serviço a uma das agências mais importantes do mundo, já tem idade para separar um criminoso de uma vítima, e do alto dos seus quase quarenta anos de idade já viu seus amigos passarem por situações muito reais e cruéis. A opção de achar que se desculpar com o quase assassino de Reid ( que certamente não foi condenado à morte apenas por uma tentativa de assassinato, mas que já devia acumular milhas em crimes contra a vida) poderia trazer paz de espírito para ambos definitivamente não convenceu. Muito menos sua decisão de dar apoio ao criminoso para que ele não se sentisse sozinho no momento de sua morte. Não, eu não estou sendo cruel, mas é pouco convincente você tratar com tanta humanidade alguém que tentou matar você e seu melhor amigo.
Haja vocação para Madre Teresa de Calcutá!
Roteiros de séries são assim. Enquanto eu senti um enorme erro de abordagem no aspecto Garcia e seu trauma, com certeza boa parte da base de fãs fiéis delirou com os momentos Morgan/Penélope, que só enfatizaram mais e mais a amizade e/ou amor incondicionais de um pelo outro. Questão de ponto de vista. De minha parte eu até gosto da credibilidade que surge quando se humaniza os agentes, mas não gosto quando, se perde a oportunidade de se explorar um ótimo caso, do ponto de vista psicológico. Menções como a que Reid faz à Gideon, referindo-se ao dia em que matou seu primeiro unsub, surgem quase como um presente aos fãs que seguem a série desde seu início, lembrando-nos do quanto uma experiência assim os marca profissionalmente.
Por último, vale destacar que um enredo conduzido erroneamente nada tem a ver com boa ou má interpretação. Embora tenha achado que o roteiro perdeu-se estendendo-se demais no drama de Penélope, vale destacar a incrível atuação da atriz Kirsten Vangness, que expressou dramaticidade e sensibilidade na medida certa, tornando convincente seu conflito interno e drama pessoal.
Vale destaque:
- É muito bizarro um criminoso que marca o céu da boca de suas vítimas com cortes formando números.
-
Quando será que eles vão aprender que só devem balear nossos agentes
em locais cobertos por tecidos, já que não querem reproduzir as
cicatrizes em todos os episódios? Já aconteceu com o colo da Emily
exposto em decote, braços do Hotch quando ele usa mangas curtas, e agora
com Reid, com corte no pescoço, ignorado na imagem em que ele aparece
auto massageando o local do tiro. Cicatrizes são tão inconvenientes para
maquiadores, que Ed Bernero resolver mudar o local onde Garcia foi
baleada no episódio Luck (3×04), de um tiro no peito para um tiro no
abdômen ( já no episódio Penélope – 3×05), apenas para não ter que
forjar a cicatriz toda vez que ela usasse um decote.
Nos vemos na próxima semana, até lá!!
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