E aí, após quarto meses de espera, finalmente, para
regozijo do seu fiel público, Criminal Minds retorna em grande estilo. Com uma
audiência que chegou a 10.075, tudo indica que o primeiro episódio tenha tido
grande aceitação de boa parte do público, empolgado com a possibilidade de um
arco à altura do show. Roteiro legal, personagem nova muito simpática, cena
fofinha da JJ com seu novo filhote, Hotch sorrindo mais que o normal. Teve até
explosão! E um final de arrepiar...
Mas, e aí, por que eu fiquei tão descontente? Fácil. Este é um assunto sobre o qual já falei muito
por aqui. Roteiros e opção dos roteiristas pelo caminho mais fácil, por ter
certeza de que não serão questionadas a credibilidade das informações, nem a
verossimilhança das situações. Séries que estão iniciando agora sua empreitada
podem até serem perdoadas por ainda estarem “sentindo onde devem pisar”. Mas
uma série em sua décima primeira temporada, principalmente depois de apresentar
roteiros caprichados como os de Lockdown, Nelson Sparrow, A Place At The Table
e Boxed In em sua temporada anterior não pode se dar o luxo de cometer tantas
barbaridades em uma única estória.
Foi um episódio muito ruim? Não, basta você
assisti-lo como um passatempo sem levar em consideração a coerência e vai ficar
tudo bem. Mas é só parar um pouco para pensar e começamos a ficar incomodados
com algumas coisas aqui e ali. Vamos lá:
· * A
equipe está reduzida, com um membro em licença maternidade e outro que pediu
demissão. Aí eles, que trabalham com informações mega confidenciais, para terem
alguma ajuda externa, passam o perfil de um serial killer ativo abertamente
para aspirantes a uma vaga para que sequer foram entrevistados. Ou seja, mesmo
sendo membros do FBI em posições inferiores ( como por exemplo a própria Dr.
Tara, que é uma psicóloga forense), ninguém ali sabe se são pessoas confiáveis
para poderem ter este nível de informação - no momento em que eles percebem que
há um traidor passando informações, o
próprio Rossi levanta a possibilidade de ser um dos candidatos, dizendo: “
estamos com muitas caras novas circulando aqui dentro!”. Bingo!! O informante
era um policial, mas nada impediria que fosse mesmo qualquer agente candidato.
· * Em
sã consciência, alguém imagina o Hotch, o chefe mais caxias e certinho de todo
o FBI ( que nunca arrisca nada fora do padrão, isto quem faz é o Rossi) pedindo a uma criatura que conversou com ele
por apenas dois minutos, para assumir uma ligação telefônica monitorada pelo
unsub pelo viva voz, dando dicas sobre o
que o policial deveria fazer ( abaixar a cabeça, supondo que assim o
atirador conseguiria atingir o criminosos sem matar seu refém)?
· * Morgan,
com toda a sua experiência , ir até o hospital confrontar o unsub porque ele
tentou matá-lo então foi o fim ( se queriam que o unsub insinuasse que o
pesadelo ainda não acabou, poderiam ter feito isso na delegacia ou no próprio
local onde eles lutaram). Não fez o menor sentido, embora tenha sido para
muitos assustador, a forma como o criminoso manipula Morgan e depois a
enfermeira.
· * Outra
coisa sem sentido para mim foi um assassino de aluguel, por vingança, ao matar,
perder tempo pintando os rostos das vítimas. Assassinos profissionais são
proficientes nesta atividade: avaliam os riscos, as possibilidades, matam e fogem sem demora e sem deixar pistas. A
eficácia é o que os tornam tão bons nisto. Não vejo motivo para o cara, que
aparentemente não tinha nenhuma outra doença mental, perder tempo precioso em
pintar as vítimas enquanto as via morrer. Também não sei se o recado, para seus
outros clientes estaria sendo dado de forma a se perceber, pois poucas pessoas
pensariam em um policinello com a pintura invertida como um recado para todos
os que o haviam traído.
Mas, e aí, o episódio só teve
coisas ruins? Não, claro que não. Apesar das falhas grotescas, tivemos o
privilégio de rever ótimas técnicas outrora bastante utilizadas, como a cena
onde Morgan coloca-se no papel do unsub para nos contar, sob sua ótica, o que
deveria ter acontecido. Outra coisa muito interessante foi a volta de um perfil
passo a passo. Embora não muito complexo em termos de informações, ele nos dá a
uma visão clara do quanto é importante a atividade destes agentes, como é
necessário entender a psicologia, o que move a mente destes criminosos.
Tenho que dar um destaque para a
cena entre Hotch e JJ ao telefone. Mais do que uma explicação para os fãs pegos
de surpresa pela ausência da personagem no início da temporada, a cena, um
diálogo carinhoso de um chefe que se mostra compreensivo com a funcionária que
passa pela experiência de ser mãe pela segunda vez, é também uma forma de
apontar a sempre presente culpa das mulheres que se ressentem em ter que se
dividir entre serem ótimas mães e ótimas profissionais. É um problema quase sem
solução, apenas mulheres muito bem resolvidas conseguem se equilibrar neste
tênue fio sem sentirem que estão falhando em uma ou em ambas as coisas. E Hotch,
como um homem que vive na pele a experiência de criar seu filho sem uma mãe ao seu
lado, acerta o tom ao lembrar JJ de que ela é muito necessária para a equipe,mas que no momento, é mais necessária à
sua família ( embora o recém nascido precise muito da mãe, o seu primeiro filho
também carece de atenção ).
Preciso comentar aqui também a
fotografia e algumas das rimas visuais utilizadas, como por exemplo, a cena
onde Rossi menciona que são cinco cérebros contra um e, imediatamente a câmera
os pega por cima sentando-se na mesa redonda, para logo em seguida transpor a
imagem para uma mesa também redonda onde senta-se o unsub preparando sua arma.
Genial! Outra tomada interessante é a da esposa do policial pedindo a Deus por
ajuda, imagem esta transposta de imediato para a tomada do unsub abrindo uma
maleta cheia de granadas. Embora a iluminação continue com problemas ( em algumas
cenas do galpão mal se consegue enxergar
o que está acontecendo ), de forma geral, está melhor do que em
episódios passados. Eles precisam
trabalhar melhor nestas cenas noturnas, onde a iluminação está cada vez mais
mal direcionada.
A que se mencionar também o
departamento de maquiagem, pois a cicatriz do unsub foi muito bem feita,
alcançando o objetivo de impressionar e causar asco ao mesmo tempo.
Outra coisa que me chama a atenção é que eles fazem uma referência aos The Dirty Dozen, que em tradução literal seria Os Doze Sujos ( “uma dúzia”, na verdade), mas que também se refere a um clássico do cinema americano, aqui traduzido como Os Doze Condenados. Este filme de 1967, dirigido por Robert Aldrich, com Lee Marvin, Ernest Borgnine e George Kennedy entre outras estrelas, conta a estória de doze condenados à morte que são rigidamente treinados para lutarem em uma missão quase suicida contra os nazistas. Aqueles que sobreviverem terão seus crimes perdoados. O legal é que todos os personagens são totalmente desajustados. Pode ser muito interessante se eles resolverem usar como metáfora aos unsubs do arco desta temporada o mote do filme. É esperar para conferir.
Outra coisa que me chama a atenção é que eles fazem uma referência aos The Dirty Dozen, que em tradução literal seria Os Doze Sujos ( “uma dúzia”, na verdade), mas que também se refere a um clássico do cinema americano, aqui traduzido como Os Doze Condenados. Este filme de 1967, dirigido por Robert Aldrich, com Lee Marvin, Ernest Borgnine e George Kennedy entre outras estrelas, conta a estória de doze condenados à morte que são rigidamente treinados para lutarem em uma missão quase suicida contra os nazistas. Aqueles que sobreviverem terão seus crimes perdoados. O legal é que todos os personagens são totalmente desajustados. Pode ser muito interessante se eles resolverem usar como metáfora aos unsubs do arco desta temporada o mote do filme. É esperar para conferir.
De forma geral, a maioria das
pessoas deverá achar que exagerei em minhas críticas ao episódio, mas depois de
tantos anos acompanhando Criminal Minds não consigo ser complacente com alguns
absurdos, então me perdoem pelo meu grau de exigência.
Agora é só aguardar o próximo
episódio e ver de que forma eles vão encaixar a Dra. Tara na equipe. Os
bastidores indicam que ela só atuará até o retorno da atriz AJCook ao set,
então, mais do que ver como ela vai se encaixar, quero ver como eles vão
afastá-la de lá. Além disto quero ver como eles irão conectar um crime de cunho
pessoal por vingança ( como foi o caso de Gioseppe Montollo ) com os demais
criminosos da extinta Silk Road.
Comentários finais:
· * Reid
meu querido, já passou da hora de dar um jeito neste cabelo. Da forma como
está, não está longe o dia em que você será confundido com um maluco de
plantão. Não precisa nem cortar, é só usar um pente de vez em quando.
· * Garcia
precisa aprender a correr de salto alto. Dá uma aflição enorme vê-la aos
tranquinhos percorrendo aqueles corredores. Além do mais, embora a personagem tenha
comentado ao final “isto nunca perde seu charme!”, esses pitis com o Morgan
para mim estão perdendo o charme sim! Pode-se de inúmeras formas criar momentos
fofos com o “trovão de chocolate” sem
precisar fazer da Garcia uma personagem que nunca amadurece.
· * Hotch
meu filho, conte-me com quem você anda transando! Você anda feliz demais para
quem está em uma seca danada, ehehehehe!
· * Por
fim, o bebê da AJ é uma coisa muuuito fofa!
Deixem seus comentários, eles me
ajudam a escrever para você leitor! Até a próxima semana!
Por isso que vc é minha mãe, concordamos em praticamente tudo (só discordo sobre o cabelo do Reid kkk). Nesta crítica, especialmente, os pontos negativos que vc levantou foram exatamente os mesmos que eu me peguei questionando qd assisti o episódio. A cena do telefone e a divulgação do perfil aos entrevistados foi no mínimo incoerente, digna de roteiro da época em que a Seaver entrou na série.
ResponderExcluirconcordo em quase tudo.... menos com o cabelo do reid rsrs e os outros ep??
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