terça-feira, 14 de maio de 2013

Criminal Minds - 8x21 - Nanny Dearest - Meus Comentários



Esta semana tivemos outro bom episódio de Criminal Minds. Longe de ser espetacular como Carbon Copy, Restoration e Alchemy, foi um episódio para aquecer os motores para a SF. Girando em torno de babás e crianças sequestradas, o episódio foi feito para a JJ brilhar e não poderia ser diferente, já que ela é a única mãe do grupo e o vínculo afetivo emocional do caso acaba se manifestando através dela.  Já o caso propriamente dito inova em dois aspectos: o time sai em busca de resolver um caso recorrente em aberto há anos e eles têm uma vítima que sobreviveu, que será vital para a resolução do caso.

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Anualmente, nos últimos cinco anos, uma babá é sequestrada junto com a criança que ela cuida, sempre na mesma data. A criança aparece vinte e quatro horas depois viva, em algum hospital ou igreja, já a babá sofre torturas e é encontrada morta alguns dias depois do rapto. Com conhecimento desta dinâmica, o grupo viaja para Los Angeles ( local dos raptos) alguns dias antes desta data , a fim de tentar descobrir algo que evite o próximo passo do assassino.

O episódio revela-se extremamente emocional em seu decorrer com a entrevista dos pais da criança sequestrada ( onde Hotch descobre que a menina sofre de uma caso grave de asma e precisa ser medicada) e a tentativa de obter novas informações da única vítima que escapou com vida. Episódios que lidam com crianças e mães normalmente seguem este caminho. 


Enquanto os demais agentes tentam informações diversas, JJ e Morgan seguem para Seattle para tentar convencer a sobrevivente a ajudar nas investigações. Ela recusa-se a voltar ao pesadelo de reviver o passado, mas autoriza os agentes a conversarem com seu psiquiatra para saber mais sobre ela. Dele, JJ e Morgan ouvem que ela é uma pessoa totalmente traumatizada, que apenas depois de passados dois anos é que começa apresentar sinais de melhora e, que ele não aconselha-os a insistirem com ela, sob o risco de regredir em seu tratamento.


Neste meio tempo, vemos o unsub maltratar a babá e a mesma implorar para que seu algoz permita que a criança faça uso da medicação. Intercaladas a essas imagens, vemos flashbacks do passado do unsub, de forma a entendermos que a babá o maltratava. Neste ponto a fotografia e a iluminação ganham destaque, em uma mescla de imagens esfumaçadas, ora pelo cigarro da suposta antiga babá, ora pela fumaça vinda da água quente depositada em uma banheira, que na frente, descobriremos ser o motivo principal do seu ódio pelas babás.


Passam-se as vinte e quatro horas e a criança não é encontrada em nenhum lugar como nos outros casos e sem quaisquer outras pistas, eles resolvem fazer uma coletiva pedindo ajuda ao público. Neste ponto eu faço uma observação pessoal. Não gostei do fato de fazerem a coletiva em grupo na porta da delegacia. Coletivas são dadas por um membro da equipe, não por um grupo de pessoas. Eu entendo que para passar o perfil nas delegacias para os policiais todos eles podem dar alguma informação, pois isto acontece de forma mais casual ( e, normalmente, por motivos práticos, já que cada ator ou atriz tem que ter sua fatia no bolo na participação do episódio), mas na coletiva isto não me pareceu ser coerente. A meu ver um deles ( poderia ser o próprio Hotch ) deveria ser o porta voz e depois chamar os pais da criança para fazerem um apelo.


A coletiva e o apelo dos pais da criança sensibilizam a vítima sobrevivente a ponto de ela resolver tentar superar seus traumas e ajudar os agentes na resolução do caso. Eles optam por um método de entrevista cognitiva que inclui a utilização de luzes em sequência para tentar “acordar” as memórias antigas, fazendo com que o processo desencadeie várias informações das quais ela sequer se lembrava ter presenciado.


Com as informações da vítima, um retrato falado, um perfil geográfico – cortesia do Reid -  e a ajuda da Garcia ( ainda bem que apelaram para clientes em veterinárias e não para pessoas que cadastram licenças para ter cães – algumas informações são por demais inverossímeis) eles chegam ao endereço do unsub e é justamente JJ quem o atinge fatalmente, não sem antes descobrirmos que o mesmo culpava sua antiga babá pela morte de sua irmã, afogada acidentalmente na banheira aos dois anos, quando ele tinha apenas sete anos de idade. Em seus delírios ele buscava substituir a irmã perdida pela criança raptada, já que esta, como sua irmã, também sofria de asma e, de quebra, vingar-se da responsável pela morte da menina.




Mais do que o exercício do perfil, o episódio explora a dor em todas as suas formas. A dor da mãe, que não entende como o FBI pode estar ajudando em alguma coisa no caso, de dentro da delegacia ( a cena no elevador, além de ter uma tomada inusitada, diferente das convencionais – destaque para os números no visor mostrando a descida do décimo segundo andar para o térreo durante a conversa é apenas um detalhe que pouca gente pode reparar, mas que traz verossimilhança ao momento – mostra um Hotch desconcertado frente ao desespero da mulher ao mesmo tempo que busca o discutível distanciamento necessário para continuar a desenvolver bem seu trabalho), a dor da vítima que sobreviveu ao sequestro, à tortura, mas vive presa aos seus traumas e tem dificuldade para seguir com sua vida – brilhante a cena final onde Tara pede à JJ para ver seu algoz morto, como um encerramento, como se ver fosse necessário para acreditar que poderia seguir em frente. Emocionante também, o abraço em forma de agradecimento da mãe em Tara. Merecida recompensa para quem superou suas dificuldades para ajudar uma pessoa desconhecida. Temos também a dor da babá raptada, que sofre com a agonia da criança pela qual era responsável e por fim, a dor da JJ, que como mulher e mãe, melhor do que ninguém, pode avaliar todas as outras dores ( a cena onde ela diz para Tara que seu filho naquele momento também estava sob os cuidados de uma babá reflete a agonia diária de quem tem filhos – é uma culpa irracional com a qual, até a mulher mais bem resolvida do planeta parece conviver, a de não poder estar à disposição de seus filhos para poder cuidar deles em tempo integral, de preferência até eles fazerem cinquenta ou sessenta anos....).

Enfim, outro episódio muito bom, de qualidade técnica excelente e com ótimas interpretações de atores convidados, em especial a atriz que fez Tara Rios ( Yara Martinez ), que soube passar na medida certa a dor e a superação em nome de um bem maior.


Algumas observações que não posso deixar de fazer:


- Nota dez para a naturalidade da cena entre o casal gay no parque. Bem escrita e bem interpretada. E parabéns pelos agentes não terem esboçado qualquer reação a respeito, ou seja, mostrando que aquilo para eles – como deveria ser para todo mundo – é uma coisa normal.


- Ótima a reação discreta, mas efetiva do Morgan quando a JJ promete à Tara pegar o assassino, não precisou dizer uma palavra, com um olhar Shemar disse tudo.


- Nem preciso dizer que as cenas inicial e final com a JJ, Will e Henry foram curtas, mas excelentes. No início, a diversão e a necessidade de explicar sua ausência por alguns dias para seu filho ( não há mãe que trabalhe fora que já não tenha passado por isso) e ao final, todo o alívio de chegar em casa, depois de um caso como este e encontrar seu filho são e salvo, a segurança de seu lar e os braços do seu marido à sua espera. Muito bom.


- Não pude deixar de rir quando a Garcia diz que ela descobriu uma promoção chegando. Junte-se ao diálogo do episódio passado, onde ela diz que merece um aumento, e mais a situação das atrizes com aumento negado na renovação e eu acabei achando que virou uma piada interna entre eles. Coincidência ou não, a associação foi imediata.


- Bom ver que alguém que só tinha uns minutos para se arrumar para ir trabalhar e estava com o cabelo preso em um coque não chegou ao escritório com uma escova progressiva que levaria uma hora para fazer. O cabelo da JJ me faz sentir um pouco mais normal.


- E para continuar em cabelos, Hotch exibindo alguns poucos primeiros cabelos brancos ( o personagem, o ator os tem faz tempo). Será um sinal que teremos um Hotch grisalho daqui para frente?


Então é isso, daqui para frente esquentando os motores para a reta final. E não posso encerrar sem dizer que não poderia, para nós, fãs da série, haver melhor notícia do que a renovação de Criminal Minds por mais um ano ( talvez dois, já que a maioria dos atores renovaram por mais dois anos). E a certeza de que teremos um episódio “200” pela frente. Bom demais, não é?


Até o próximo episódio!


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