quarta-feira, 21 de maio de 2014

Criminal Minds 9×23 e 9×24: Angels e Demons



 Assim que o episódio vinte e três começou eu percebi que não iria escrever uma review para cada parte do episódio duplo da Season Finale da nona temporada de Criminal Minds. Episódios duplos em Seasons Finales são em geral uma alternativa para quem quer deixar o público em espera e comoção até a volta da série, normalmente em setembro. Mas a produtora Erica Messer já havia dito que não queria cliffangers dramáticos atazanando os fãs até o início da décima temporada, então, estava muito claro que, por se complementarem, tais episódios seriam melhor compreendidos se analisados de uma só vez.
Um caso igual a tantos outros. Esta foi a primeira impressão que a descrição de assassinatos   deixou nos primeiros minutos da primeira parte, não sem motivos, denominado de Angels. Agentes meio bravos com a chamada de última hora, estragando as horas livres de Alex Blake com seu marido vindo da Inglaterra e de Jeniffer Jareau também com seu marido, mas cujos horários de trabalho de ambos dificultam uma relação digamos, mais calorosa, já davam o tom do episódio. Abnegação. Total. Para deixar claro o quanto é difícil manter um relacionamento a dois que funcione para agentes desta divisão. Esta menção fará todo o sentido ao final da segunda parte do episódio. O toque cômico fica a encargo de Garcia, ora oferecendo-se para cuidar do filho de JJ, ora aborrecendo-se com o fato de Cruz querer manusear o controle remoto de sua tela de computador na hora da explanação do caso.
Por sinal é Matteo Cruz quem aparece no Bureau para pedir a Hotch que investigue um caso de um amigo seu, Peter Coleman, xerife do condado de Briscoe – Texas, há apenas um ano no cargo, que está precisando de ajuda com casos de assassinatos de prostitutas, e também de um rapaz. São os cortes feitos nas costas das vítimas que chamam a atenção da equipe e os fazem pensar em  mais um caso de tortura.
Na primeira parte do episódio, o caso mostra- se  relativamente simples e chega a parecer caminhar fácil demais.  Casos de assassinatos em uma cidade pequena parecem nada menos que uma espécie de limpeza social, onde um assassino sádico pune com a morte aqueles que não são dignos de respirarem o mesmo ar que ele. São os pequenos detalhes que chamam à atenção para o menos provável. O entusiasmo da policial Vicky em ajudar os agentes, o legista que na verdade não tem formação médica e assina relatórios sem nenhum tipo de qualificação, baseando-se apenas no óbvio, a irmã da prostituta morta afirmando que a vítima dizia que “eles estavam indo buscá-la” – insinuando a existência de mais de um assassino, um bar que parece concentrar todo o tipo de informação da cidade por debaixo dos panos. Junte-se a isto um religioso disposto em excesso a contribuir com a investigação e temos o enredo da maioria das estórias policiais.
Mas Criminal Minds é mais que uma série superficial. Por isso não é surpresa quando outras possibilidades começam a surgir, a partir da desconfiança de Rossi de que os cortes nos corpos pareciam mais do que sadismo e de que o religioso possa ele mesmo ser o homem que abusa das vítimas. Com a morte de mais uma prostituta, Thábita, amarrada a uma árvore ao estilo True Detectives ( para quem viu a outra série também, dá para perceber de onde a veio a  clara inspiração), surgem outras questões, como os cortes profundos em suas costas, formando uma espécie de desenho. Foi muito interessante ver a equipe exemplificar casos de coletores de injustiças como Hittler, que usava os judeus para justificar sua sede de matança. Ainda que em proporção infinitamente menor, o assassino parecia ter  para si a mesma convicção, a de que pessoas não dignas de sua consideração deveriam ser exterminadas ( em um paralelo muito interessante, podemos… ok, esqueçam, jurei que não falaria de política nesta review, embora o caso nos leve a inúmeras possibilidades de interpretação – políticas inclusive).
Mesmo no caso do diretor da escola, que pede para não ter comentada sua preferência por práticas masoquistas com mulheres e até homens para preservar sua família ( casado com filhos) as comparações são divertidas e cruéis. Quantos nomes ilibados, tanto quanto hipócritas  não descobrimos ultimamente envolvidos em coisas escusas? Aliás, ele me lembrou o diretor da escola do episódio 2×02 – P911, que pede para não incriminado como pedófilo porque ele tinha esposa e filhos. Afinal, esta é sua menor preocupação no momento. Pessoas mesquinhas que creem que todo o mal que fazem vêm sempre em nome de um bem maior não são novidade. Mas sempre nos causa espanto saber que pensam desta forma.
De qualquer maneira no caso, tudo nos leva a uma interpretação religiosa ( a aplicação da lavanda entre as pernas da última vítima, a posição de joelhos de Thabita na árvore, a correlação dos cortes com aqueles feitos pelo religioso em outros crimes, usando outro nome fora do Estado, além do mesmo marcar suas vítimas com cortes que lembram algo como um código de barras), levando a suspeita imediata ao Reverendo Mills. Suspeita que, para quem assiste CM há muito tempo, sabe que não vai levar a nada. É cedo demais para, em um episódio de duas partes já sabermos quem é o assassino, além do excesso de evidências contra o reverendo, meio que forçando a barra.
O episódio vinte e três termina com um tiroteio no bar entre policiais ( incluindo a policial Vicky e o delegado Coleman), agentes do FBI ( Blake, JJ, Reid e Morgan) e o padre picareta, que em uma tentativa de se proteger, depois de constatar que caíra em uma armadilha, sai atirando para tudo quanto é lado. Ao final temos Reid e Morgan atingidos por balas, o agente mais novo com mais gravidade, o agente negro atingido no colete. Mas, ao gosto da audiência, fica a dúvida: um dos agentes irá morrer?

Em um final de temporada onde dois atores ( Mattheu G. Gluber e Jeanne Tripplehorn) ainda estão sem contrato, o final de episódio levanta possibilidades acerca da saída de um dos dois e até de atores cujos contratos estavam pré-firmados. Embora a produção tenha optado por decidir tudo ainda na Season Finale, o espaço de um episódio é suficiente para fomentar opiniões e palpites sobre quem será o agente fora da equipe ( se é que haverá algum, como sugerem as promos dedicadas ao 9×24 ).
Já no episódio vinte e quatro – Demons (título para lá de apropriado) – Matteo Cruz ao saber da morte de seu colega xerife  Peter Coleman, desloca-se, junto de Penélope Garcia para o Texas onde a sua equipe segue atrás de pistas. O reverendo Mills é morto no tiroteio que também faz como vítimas Morgan e Reid. Morgan tem pronta recuperação enquanto nosso menino Spencer segue para uma cirurgia para reparar os estragos causados pela bala recebida.
Quero abrir um parágrafo aqui. Lamento muito que Alex Blake esteja nos deixando. A humanidade assumida pela personagem interpretada pela atriz Jeanne Tripplehorn durante as cenas no hospital à espera de notícias de seu pupilo já dava a dica de quem era a agente a deixar o grupo ao final da nona temporada. Todo o esgotamento emocional causado pela  possível perda de um amigo, associado mais tarde aos comentários das lembranças de seu filho morto estiveram todo o tempo nos olhos da atriz, em suas poucas rugas, no semblante minguado de luz e calor. São poucos os atores/atrizes  que falam sem palavras e Jeanne é uma delas ( em Criminal Minds Thomas Gibson e Joe Mantegna também já tiveram oportunidade de demonstrar tal qualidade). Sua emoção no hospital contagia apenas com olhares vazios e um suspiro de alívio ao saber do resultado da cirurgia.
Comentários sobre Blake à parte, a mágica da última parte da Season Finale acontece por conta de uma reviravolta total na estória, dando ciência da utilização do padre como bode expiatório e uma sensação de total desconfiança de nossa equipe sobre os policiais que dirigem a delegacia de Briscoe. Quando Hotch solicita que a equipe se reúna do lado de fora da delegacia, instaura-se um clima de suspeita geral, visto que a única pessoa de lá em que eles podiam confiar está morta ( o delegado Coleman, amigo de Cruz). A cena dá a dimensão exata de que não importa quão importante ou superior você seja, quando é o seu na reta  todo cuidado é pouco e com o cerco se fechando, as coisas só pioram. Está certo que o roteiro abre mão do mais manjado clichê do planeta, usando-se do filho de Dináh para forçá-la a colaborar com o esquema de corrupção e ignorar o fato de que ela conhecia tudo sobre a morte do último delegado antes de Coleman, também assassinado. Não há argumento mais convincente para tornar uma mulher cega, surda e muda do que ameaçar a vida de um filho seu.


Um algo a mais foi Reid presenciar, ainda que semiconsciente, a presença de Owen no local do tiroteio. Torná-lo vítima mais de uma vez trouxe ação e até um momento inusitado: a necessidade de Garcia viver seu momento “mundo real” tendo que, primeiro acionar o alarme de incêndio ao conduzir o Spencer em uma cadeira de rodas pelos corredores do hospital e, por final, ter de fazer uso de uma arma para proteger um membro de sua tão amada família. É provável que esta cena jamais acontecesse em um episódio regular de Criminal Minds. As consequências do ato de Garcia abrem uma porta que não sei se roteiristas estariam dispostos a explorar, a forma como Penélope irá lidar com o fato de ter saído de sua zona de conforto onde quase tirar uma vida para salvar outra. Ela não é uma agente, é uma técnica em computação, posto que se espera que isto implique em uma série de sentimentos, desconfortos e questionamentos.  Mas, é final de temporada, quase todo o contingente responsável pela audiência espera coisas assim, diferentes, pouco comuns, impacto e ação quase nunca tão importante em um episódio de meio de temporada. Muito boa a cena onde JJ tenta tirar Dináh da delegacia e quando o policial de plantão a impede, Hotch intercede, sendo o Aaron Hotchner que nós todos conhecemos, minimalista, mas eficaz.
O perfil envia JJ e Hotch ( e posteriormente Morgan) ao ferro velho onde Owen ( o policial corrupto) fazia suas negociatas e lá travam um tiroteio onde a edição brilha a olhos vistos. Tiros para todos os lados, uma longa cena de perseguição, saltos e confrontos balísticos para tirar a respiração de todos os telespectadores que antes foram avisados de que um membro do time sairia e ainda não sacou quem seria. Para lá do fato de JJ salvar a pele de Morgan com um tiro certeiro e Hotch atirar por baixo do veículo ( tomada pouquíssimo utilizada em CM), acontece também um embate corporal entre Hotch e Owen que nos remete à cena onde nosso herói dá cabo de Foyet na base do soco e torna-se inevitável saborear a sensação de dejà-vu. Cabe ressaltar que desde o início da cena não temos qualquer tipo de som, senão aqueles inerentes aos movimentos executados. Não há trilha sonora ou qualquer fundo musical, apenas respirações, tiros,  ruídos gerados pelas lutas corporais e a tomada contra  plongée que aparece enfim para decretar que o bem sobreviveu ao mau ( cena onde Hotch observa o inimigo morto de baixo para cima) – seria injusto não mencionar a também bem feita edição das cenas de tiroteio no bar, com direito a câmera lenta e tudo).
Entre tiros, socos e arrependimentos, tivemos o papo de Blake e Rossi sobre o sacrifício da vida pessoal em detrimento do emprego que eles têm – Rossi contando como seu casamento com Carolyn acabou em função de sempre privilegiar o trabalho ao invés da mulher que amava e lembrando este dia como um dos piores de sua vida ( lembram-se que eu disse que a cena no início do episódio voltaria a reverberar mais tarde?) leva Alex a pensar na grande balança da vida ( e provavelmente chegar à conclusão de que merecia mais uma chance ao lado de seu esposo ao invés de repetir o comportamento de Rossi). O lance da abnegação x o comportamento corrupto e desonroso dos policiais de Briscoe dão o tom do fim de temporada e acentuam ainda mais o jeito heroico do nosso time de agentes. Sem contar que reforça a tendência de que tal função desgaste emocionalmente seus profissionais, deixando sequelas em suas vidas no âmbito emocional. O SMS que Blake manda a Hotch dentro do avião – sem palavras, apenas gestos que dizem absolutamente tudo, resume o que deveria ser um longo discurso sobre sua decisão de partir. Uma economia de texto condizente com a decisão de fazer partir discretamente Alex Blake.  Contar com um ótimo elenco é muito bom nestas horas. Apenas um gesto e fica subentendido que já deu para Blake.
Quando ela conta a Reid sobre seu filho, há mais informação do que em toda a sua aparição em Criminal Minds. Dá para imaginar o quão desesperador é perder um filho? Some-se a isso o fato de uma mulher que vive de dar nome às coisas ( sua formação em linguística) não conseguir encontrar um nome para o que tirou a vida de seu menino. Mas está na hora de seguir em frente. De ter uma vida ao lado de seu marido, uma vida de verdade, deixando para trás a perda de seu filho.
Não creio que sua personagem volte a aparecer em Criminal Minds e rogo para que tal decisão não tenha sido tomada apenas para abrir caminho para a volta da personagem de Emily Prentiss à equipe ( a atriz Paget Brewster continua desempregada e todos na produção sabem que o retorno dela à série deixaria muito feliz um enorme contingente de fãs). Sempre gostei  muito de Alex Blake,  mas personagens vão e vem, assim como na vida tomamos decisões que nos fazer ir ou ficar  e Jeanne  deu uma contribuição inestimável para a série, conferindo integridade à agente, acima de tudo.  Alex sempre teve um relacionamento especial com Spencer Reid, fosse pela sua especialização em linguística, fosse pelo acesso pessoal. E foi através dele que se despediu da série. Deixando seu distintivo para ele, como uma lembrança de sua passagem pela sua vida, uma passagem que Reid jamais esquecerá.
Ótimo final de temporada. Que venha a próxima! Com os mesmos índices da temporada passada, cheios de invencionices e criatividade e sem medo de mudanças. Pois mudanças fazem parte da vida e, como na vida real, nem sempre temos domínio sob o que está por vir!
Comentários em off:

·     *    Muito boa lembrança ao mencionarem as lesões adquiridas no episódio 200, entre as conversas de JJ e Cruz;
·      *  Ótima a cena em que Morgan finge estar flertando com a moça no bar, para não chamar a atenção de mais ninguém no local;
·      Muito legal mostrar o complexo de patinho feio de Samantha, não apenas pelos comentários, mas também no adesivo da geladeira que mostra quem é o cisne no lago;
·       Interessante Blake chamar Reid de Ethan ( o filho que ela perdeu), bom jeito de introduzir o tema ao episódio;
·       *  Sensacional Garcia e seus bonecos de Dr. Who para alegrar Reid ao acordar ( nada mais nerd…);
·       * Menção honrosa 1 para a última participação de Jeanne na série. Interpretação contida como o próprio personagem foi, mas cheio de emoção e significados subentendidos – vai fazer falta;
·      Menção honrosa 2 para a direção, dos dois episódios, dando ares de longa metragem à Season Finale.

        Nos veremos em Setembro! Até lá!

Vai Ter Copa, Não Vai Ter Copa.....


Eu não aguento mais o assunto Copa! Vai ter Copa, não vai ter Copa! Chega! Já deu! Eu nem devia comentar, perder meu tempo, mas não aguento: onde estavam todas estas pessoas, cheias de opinião há seis anos atrás, todas preocupadas com o mal atendimento nos hospitais públicos,a fome, as escolas, quando foi cogitado o Brasil como sede da Copa, para fazer barulho e ser do contra? Onde estavam os protestos de "Não vai Ter Copa" nesta época, onde tudo ainda podia ser revertido, onde não havia ainda se gasto um tostão sequer no projeto? Fazer vídeos depreciativos e passeatas contra , aos 48 min do segundo tempo é um desserviço à nação. Porque as obras foram feitas, o dinheiro foi gasto e qualquer reversão neste processo apenas gerará mais prejuízo.

Veja que não estou discutindo se deveria ter copa ou não no país, estou discutindo se, nestas alturas do campeonato, a dois meses da abertura, vale a pena torcer contra o cara que investiu no turismo, na hotelaria, nos restaurantes, no cara que comprou táxi, naquele que ampliou a lojinha de mimos perto dos estádios, ou em quem estudou inglês,no sujeito que fez camisetas, bandeiras e que tais, esperando por este momento. É uma questão de diminuir o prejuízo. Sem contar a multa que pagaríamos caso a Copa não acontecesse e na imagem do nosso país lá fora.Os estádios estão aí, gostando ou não ( a maioria prontos), os aeroportos estão sendo ampliados ( o da minha cidade - Vitória - está, mesmo nada tendo a ver com a Copa), uma ou outra obra está sendo feita aqui e ali, para o bem ou para o mal. Reforço que não sou a favor dos desmandos, da corrupção, da falta de bom senso. Mas, o que adianta chorar depois que o leite foi derramado? Vamos denegrir ainda mais nossa imagem lá fora? Vamos espantar ainda mais o turista e o investidor? Vamos achincalhar de vez com o nome do nosso país, assinando em baixo que somos totalmente incompetentes, e, por isto, ninguém deve confiar em nós, seja qual for a sigla que nos governa? Ou reclamar nos trará de volta o dinheiro usado para construir estádios ( já prontos) e os reverterá para os hospitais?

Sei lá, é só minha opinião, acho apenas que a Copa esteja servindo à oposição para efeito de campanha política! E à situação também! Não é inocência minha achar que a situação quer que tudo dê certo, para obter êxito, e assim, alavancar-se politicamente. Nada vem de graça. Claro que eles querem o êxito. Mas eu vou torcer contra meu País, enquanto instituição, só para ferrar com um partido e favorecer outro? Eu aprendi, há muito tempo atrás a amar e honrar o meu país. E ele deveria ser superior à sigla que o governa. Quando eu digo que sou brasileira, não deveria ter que dizer se sou situação ou oposição. Sou brasileira. E quero que meu país dê certo. Para os pobres que nada tem, para a classe média, que fica sempre achatada entre dois pólos, para os que têm muito, que assim continuem.

Está tudo errado neste país. Nós não deveríamos torcer por um partido, nós deveríamos torcer pela nação e seus feitos, vindos seja da direita, da esquerda, do centro ou do diabo que nos carregue. Política, no nosso país, virou torcida de futebol: uns amam a direita, outros amam a esquerda e o país que foda. Nem todo petista é ladrão, nem todo oposicionista é santo. Me interessa em votar e torcer por quem torce e faz valer para o meu país, não me importa a sigla. É certo que nunca votaria num direitista radical, a fim de trazer de volta às nossas vidas a ditadura, que tanto mal causou à esta nação. Também não louvo o camarada de esquerda que apóia todo e qualquer desmando de Cuba, por exemplo. Mas, não se muda uma nação no tranco. Se muda educando. Se você acha que a educação do seu país é fraca e tendenciosa, perca algumas horas suas e eduque seus filhos. Eduque sua comunidade. Perca seu tempo, como eu perco o meu, em explicar para as pessoas o que significa votar. Não importa como esta pessoa vai votar. Em conversas sinceras, discussões produtivas, eduquei meu filho para pensar. Não me importa se ele vai votar em um candidato diferente do meu. Importa que ele vota naquilo que acredita ser o certo. Por conta própria. É assim que sairemos do buraco. Não criando robôs que reproduzem os votos de seus pais, mas cidadãos que têm visão própria e sabem expressar sua vontade.

Então, POR FAVOR, não apareçam na minha timeline com o discurso Vai Ou Não Vai ter Copa. Se você não tiver nada a acrescentar, apenas indicando uma conduta a favor ou contra a este ou aquele partido, por favor, não me inclua na postagem. Não acrescenta nada para mim, se você quer que o PT se ferre ou se quer que os militares assumam. Eu não tenho a pretensão de catequizar você, então, não queira vir me catequizar. Sei ler, sei interpretar, sei discernir, sei o que acho melhor
para mim, e na minha opinião, você não precisa concordar, nem ferrar ainda mais com o país, não vai ajudar em nada,

Ah, tem mais, não tem nada a ver com eu gostar de futebol ou não. Eu adoro futebol. Do mesmo jeito que você gosta de tênis, volei, basquete, novela ou livros de bancas de jornal, séries americanas ou bordado em cruz ou cozinhar. O fato de gostar de futebol, nada tem a ver com a postagem sobre a Copa. Eu gosto de futebol no Brasil, na Espanha, na Itália, no México ou no fim do mundo, mas minha opinião sobre a Copa não tem a ver com gostar de futebol. Tem a ver com administração. E ponto. Então, livre-me de sua opinião, a favor ou contra à Copa, dê-me sua opinião sobre o país, que me interessa mais. E não me venha dizer agora, quando a noite cai, que avacalhar com o nome BRASIL ajuda o país, me desculpe, acho que você não tinha idade ainda para estudar OSPB ( Organização Social Político Brasileira ) e saber que a Instituição deve superar os atritos sociais e defender a cara que o país deseja ter. Pois é, eu estudei, e não será jogando o nome do seu país na lama que sairemos deste buraco. Pensem nisto! E podem atirar as pedras, pois é prá isto que vivemos numa democracia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Criminal Minds 9x22: Fatal - Review



Você acredita em destino? Ou prefere acreditar no acaso, na aleatoriedade?
Criminal Minds neste episódio navega por estes mares, em meio a um caso no mínimo estranho. Com três mortes semelhantes, onde as vítimas recebem antecipadamente bilhete avisando que irão morrer, não importando o que façam para impedir o feito, inicia-se a busca do nosso time por fatos que indiquem o perfil do assassino que estão caçando.
É fato que não sabemos nunca quando e onde iremos encontrar o ponto final de nossa existência, a menos que nós mesmos tenhamos a intenção de encerrar nossa trajetória por estas bandas de cá. Dito isto, um assassino que se arvora do direito de decidir o destino de suas vítimas, tal qual um deus, a princípio deveria causar repugnância ao extremo devido seu egocentrismo, o excesso de confiança em seus julgamentos e por fim e não menos importante, sua prepotência. Mas estamos assistindo a um episódio de Criminal Minds. Em suas estórias nada é tão simples quanto parece e o roteiro de Bruce Zimmerman acerta em cheio apostando nos traumas de infância.
Enquanto a equipe busca elementos que os levem a encontrar o assassino de homens e mulheres que nada tem em comum, além do fato de receberem um bilhete prévio anunciando sua morte próxima e serem assassinados por ingestão de arsênico, vamos observando este homem enigmático, que está se aposentando para realizar a viagem à Grécia que deveria ter realizado há vinte anos e que por um imprevisto ( embriagado ele perdeu a van que o levaria ao aeroporto) deixou de realizar. O sujeito bonachão, com boné e feições propositalmente quase gregas, aparece em seu lar ( uma espécie de porão lotado de referências à mitologia grega), folheando um livro que acaba por nos mostrar um labirinto ( não por acaso aquele em que Teseu venceu o Minotauro, conseguindo retornar em segurança graças a um novelo de lã que marcou todo o  de volta). Sabemos através de Garcia e suas super pesquisas que Bill Harding quando criança, acampando com seus pais e outra família acabou por perder-se nas montanhas de Idaho, junto com seu melhor amigo, também da mesma idade. Ele foi encontrado e sobreviveu. Seu amigo de seis anos não. Como é hábito os adultos culparem seus filhos por responsabilidades exclusivamente suas ( e que fique  que neste caso a culpa nunca poderia ter sido atribuída a Bill), o menino hospitalizado busca em um livro sobre Mitologia Grega, presente de uma professora, expurgar sua consciência e encontrar desculpas para ter sobrevivido e seu melhor amigo não. Apoiado em uma quase fantasia, Bill leva por toda a vida aquela experiência, atribuindo  todo fato acontecido ao destino.
Passados tantos anos, Bill ainda se vê injustiçado por aquilo que acredita ser o seu inevitável ( ser culpado pela morte de seu melhor amigo). Por isto, quando recebe a notícia de sua morte eminente, causada por um câncer incurável, o homem vê-se mais uma vez vítima de um infortúnio não merecido. E resolve punir aqueles que vivem felizes suas vidas, como se pudesse interferir no destino traçado para cada um deles. As coisas não mudariam não fosse seu chefe e melhor amigo confessar ser responsável por ele não ter embarcado para a Grécia vinte anos atrás. Alegando estar ciente de que seu funcionário estaria deixando um bom e rentável emprego por um destino duvidoso, sem futuro financeiro e nada promissor, seu chefe confessa tê-lo embriagado de propósito, evitando assim, que embarcasse para a desejada viagem. É neste exato momento que percebemos a forma como Bill encara o destino, como uma coisa absolutamente irrevogável, passível de ato criminoso toda vez que impedido, de uma forma ou de outra de ser realizado tal qual projetado. Bill agora, mais do que punir pessoas que se acham intocáveis pelo destino, quer punir aquele que o desviou do caminho traçado para ele de forma proposital.
Gosto ( e já disse isto várias vezes ) quando a equipe percorre diversos caminhos até chegar ao acerto. Fica sempre mais crível a elaboração de um perfil final. No entanto, algumas cenas às vezes me soam tão improváveis quanto desnecessárias. Mesmo que seja possível alguém ler Guerra e Paz escrito em russo por Leon Tolstói em algumas pouquíssimas  horas no café da manhã ( para mim soa improvável, julguem minha ignorância ), acho desnecessário expor estes “exageros” by Reid. Todos sabemos o quão desenvolvida é sua mente e as coisas incríveis que ele é capaz de fazer, mas acho que às vezes ele pesam a mão. Na outra ponta, gosto da presença assertiva de Alex Blake, que em oposto ao seu companheiro de linguística, age discretamente e acrescenta sem alarde, boas ideias e sugestões.
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A prova mais efetiva de que o assassino julgava fazer o que era correto é sua rendição quando toma conhecimento de que embarcar na van que o levaria ao aeroporto há vinte anos atrás teria tirado sua vida, visto que a mesma sofreu acidente antes de chegar ao seu destino final e todos os passageiros morreram na hora. É comovente notar a quase inocência de Bill, tomado por um não entendimento da situação, crendo que seu destino havia se realizado.
Em um episódio marcado pela reflexão baseado nas crenças de quem assiste, Criminal Minds esmerou-se além do roteiro. Com a direção muito precisa de Larry Tang, vemos a utilização de recursos antigos abandonados na atualidade, como quadros de sobreposição nos flashbacks, zoom invertido para gerar, junto com as vozes, aflição ao telespectador ao vivenciar o que o unsub sente de verdade e vários planos plongée ( com a câmera alta, sugerindo uma visão voyerista na perspectiva de Bill).
Marca ponto também o roteiro que faz menção ao episódio About Face ( 3×06 ), aliás, o primeiro em que Rossi participou, trazendo a tona, outro assassino que avisava suas vítimas antecipadamente de suas mortes. Também gostei do início do episódio, que nos remete a um problema recorrente, ao das prostitutas, que por um sem número de vezes são lesadas pelos seus “clientes” de alguma forma.
Saindo um pouco do assunto “crime da semana”, temos o agente Aaron Hotchner enfrentando um corriqueiro, mas incômodo problema: seu filho foi convidado pela professora a chamar seu pai para falar sobre sua profissão para sua classe de terceiro ano. O que deveria ser uma coisa normal, para Hotch toma contornos tempestuosos. É certo que sua atividade ganha aspectos fabulosos  quando descrita por seu amigo Rossi quase como um super-herói. Mas Hotch não se esquece de que não pôde ser um super-herói quando teve que salvar a mãe de seu filho e falhou. E ele não quer ampliar ainda mais as mágoas de Jack. De forma inteligente e bastante simpática, vemos nosso agente “engravatado super sério” preferido mostrando seu lado mais paternal ao lidar tranquilamente com os coleguinhas de Jack tentando mostrar a eles o que é fazer um perfil. Em uma espécie de brincadeira tipo “o assassino é….”, Aaron descreve serenamente o detentor do grampeador da sala do BAU, explicando de forma didática o porquê chegou a tal conclusão ( ok, o menino que estava com o grampeador parecia prestes a ter um enfarto quando foi descoberto ), incluindo uma ação da Garcia na observação.
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Tenho que dizer que Joe Mantegna e Thomas Gibson meio que são subestimados em seus papéis, não fossem estas raras oportunidades de demonstrar algo mais. A cena em que Rossi ao telefone percebe que não conseguirá salvar Janice e sua posterior aparição comentando com Hotch que havia prometido que nada aconteceria com ela é mais tocante porque foi desempenhada por Joe. Da mesma forma, Thomas Gibson consegue em suas interpretações, transitar entre o agente furioso, decepcionado por não alcançar seus objetivos na investigação e o homem generoso, capaz de se comunicar com um bando de crianças de cerca de nove anos de maneira divertida e totalmente eficiente. São pequenas dádivas entregues em meio a um episódio já bastante recheado de reviravoltas e surpresas. Além do que, o episódio conta com aquele tipo de unsub que você não sabe se mata ou se manda se tratar com sua melhor amiga terapeuta, laureado de compaixão.
Assim é Criminal Minds, sempre transitando entre os limites da criminalidade e da insanidade, não nos permitindo decidir de forma fácil qual a melhor defesa.
Estamos chegando ao final da nona temporada, uma sequência de, até então, 22 episódios em sua maioria muito bons, com poucos altos e baixos durante o ano de exibição, garantindo assim uma audiência semelhante a quarta e quinta temporadas, o que, por consequência nos garantiu a continuidade da série por mais um ano.  Agora é esperar uma Season Finale ( em dois episódios) incrível, para coroar esta temporada. Eu gostaria que o unsub que quase afogou Blake voltasse, mas acho pouco provável que isto aconteça. Boatos e spoilers dão conta de que é provável que o suspense gire em torno de Rossi e Blake e Érica Messer jura que plantou a semente da SF há vários episódios atrás.  Ao contrário de outros anos, neste estou com vontade de experimentar a novidade ao invés de me desgastar tentando encontrar respostas. Depois de anos dando palpites e ganhando o apelido de Débora Dináh, neste fim de temporada dei-me ao luxo de apenas desfrutar os acontecimentos, sem fazer adivinhações ( mesmo que em outras épocas estas adivinhações me tenham rendido meu apelido de Dináh). Que venham o 9×23 e o 9×24 e que estejam à altura da temporada que representam.
Grande abraço e até a próxima!