sábado, 26 de janeiro de 2013

Criminal Minds - 8x13 - Magnum Opus - Meus Comentários



Espetacular!

A única palavra que encontro para definir este episódio.

Se no episódio anterior, na morte da namorada, tivemos angústia e sofrimento em forma de ação e dinamismo, neste, que trata sobre o luto, tivemos a mesma angústia e sofrimento de  forma quase silenciosa. O tom do episódio foi baixo, as cores escuras, a morte tratada como poesia aos olhos do unsub e aos olhos de quem acompanhou a jornada de sofrimento do Reid, sejam seus companheiros de equipe, sejamos nós, telespectadores.


 Promo Oficial 8x13


A narração do caso como fio condutor para o contato com Reid, margeando sua recuperação, mostrou de forma eficaz tanto o apoio dos colegas quanto a característica principal de um personagem que  buscou forças no compromisso com seu trabalho para erguer-se do vácuo em que se é jogado em uma situação destas. A fragilidade das conversas, a necessidade de se saber que ele estava melhor ( embora eu odeie dizer, não gosto quando a Garcia força demais a barra mas, esta é a cara da personagem, é como ela é, eu posso estar cheia dela pegar sempre pesado, mas é coerente com o que define a Garcia), a sacada do Morgan em saber que Reid não responderia a um apelo emocional, mas não resistiria a um caso interessante, onde pudesse contribuir, tudo foi na medida certa. Até a referência ao caso do Hotch com a morte da Haley, no momento em que o Rossi diz que pôde se despedir da ex e não podia imaginar como era não poder, e então ele percebe que, de certa forma, Hotch também não pôde. E, ninguém melhor que o próprio Hotch para dizer que não sabe quanto tempo leva para se ficar bem, mas que eles estarão todos lá para Reid, como eles estiveram para ele próprio.

Quanto ao insub, embora totalmente doentio, encaixa-se na coisa da dor, do  sofrimento, do quão quase poético é a dor que a morte deixa em quem fica ( isto fica bastante evidente na citação sobre o pintor  do quadro abstrato que via a filha morta enquanto pintava). Claro que, mais uma vez, o caso acaba meio que resolvido mais rápido do que  o esperado, para que haja tempo hábil para se tratar do assunto do Reid e suas consequências. que se passar por cima do fato de que, nem com mágica, dava para a Garcia encontrar o unsub entre os artistas rejeitados, que trabalhavam no meio artístico, eram hemofílicos e doadores universais, tudo num tapa só. Paciência. Todo o resto valeu a pena. 





O texto acertado, a sutileza nas interpretações ( de todos eles, sem exceção), a fotografia e iluminação perfeitas e a edição, trazem o clima do luto para dentro de nós durante todos os 42 minutos de exibição do episódio. De brinde, ainda, uma piada velada sobre os anos 80 entre Rossi e Alex que só quem viveu nesta época pode entender ( estes foram anos estranhos, para dizer o mínimo).

Um contraponto perfeito para o episódio anterior, cheio de adrenalina e ação. E uma resolução eficiente para cobrir o período do luto do Reid. Foi o que faltou, na minha opinião, no caso do luto do Hotch. Eu sempre defendi que eles deveriam ter explorado mais a dor do luto, principalmente por ter sido ele o responsável pela morte da ex. Desta vez eles souberam aproveitar a oportunidade, sem tornar a situação piegas demais, mas abordando com sensibilidade um personagem que há muito merecia uma storyline à sua altura.





Escrito por Jason Bernero, não nega filho de quem ele é - alguns dos melhores roteiros de Criminal Minds foram escritos por seu pai ( Ed Bernero) de quem,aliás, ele  puxou   também  a   incrível semelhança física.

Com roteiros desta qualidade, se não houver uma debandada dos atores/atrizes na hora de renovar o contrato ( por motivos particulares dos próprios), Criminal Minds terá ainda vida longa.

Que venham os próximos!!!

Até,


Em tempo:

* O apartamento do Reid é a cara dele, ponto para o departamento de cenografia ( art director e set decorator ) que, segundo o próprio Jason Bernero em chat um dia após apresentação do episódio, foram os responsáveis pela criação do ambiente.

* A cena final no apartamento, a ajuda dos amigos e a frase final  ("As  vezes, o mais difícil não é  esquecer, mas   ao   invés disso, aprender a recomeçar" - Nicole Sobon ) merecem menção honrosa como um dos melhores encerramentos de episódios da série inteira. Diz milhares de coisas com 6 ou 7 segundos de imagem. Primorosa.

*  As pinturas em "sangue" eram realmente obras muito semelhantes às pessoas assassinadas. Chegaram a dar medo. 

* Devo dizer que a personagem Alex tem sido introduzida de forma simpática e muito eficaz, ela traz maturidade e equilíbrio para um território que antes era apenas explorado pelo próprio Rossi. E, Jeanne Tripplehorn encontrou o tom certo para sua personagem.
 
* Por fim, para quem não acompanhou o chat com Jason Bernero, Beth está por voltar para mais um episódio. Será que minha profecia se realizará e será o começo do fim de Hotch na série? ( Nunca torci tanto para estar enganada....a saída dele será uma perda incrível para Criminal Minds...). 
Meu palpite, como já disse por aí, não de hoje, verdade seja dita, bem antes de todo o problema do ator com a prisão, é que ele estaria indo morar com a Beth em NYork. Desde a ida dela em definitivo para Scandal, que ela assinou um episódio a mais para Criminal Minds para algum momento da oitava temporada. Sempre achei que eles estavam guardando este episódio como um coringa para o caso do Thomas não renovar no final da temporada e eles poderem dar um final decente para o personagem. 
Talvez os fatos com o ator apenas acelerem este meu palpite. But, queira Deus que Débora Dináh esteja errada desta vez.....

Até, ... de novo! 

domingo, 20 de janeiro de 2013

Para Viver Um Grande Amor




( Mais um texto que me deu a maior saudade ao resgatar. É de 2008 e aqui o coloco em homenagem às pessoas tão especiais que formam o grupo ESFILES. Foi escrito alguns dias após a Maratona onde fizemos uma exibição fechada de AX2 apenas para participantes do grupo no Cine Norte-Sul. Muita saudade destes quinze dias de loucura, folia e celebração de amizade! Logo em seguida ao meu texto, a versão feita pela Nathália, que mandou por mandar meu texto para o Frank Spotnitz ( produtor e co-roteirista do filme AX2 – I Want To Believe – 2008) e que, para nossa grata surpresa, foi por ele publicado em seu blog com direito a foto e tudo, eheheh! )



Para Viver Um Grande Amor!


Para viver um grande amor, há que se fazer grandes sacrifícios (ou, para um grande amor, nem sacrifícios são!)

Há que se assistir tantas vezes um filme ( no meu caso, 15 vezes!), para que se possa apreciar tantos detalhes quanto seja possível.

Há que se observar um mesmo balão que aparece três vezes em cena, apreciar um olhar enviesado de Scully quatro vezes e lembrar-se da primeira cena de AX  quando Scully grita "Jesus, Mulder".

Há que se observar portas que se abrem quase imperceptíveis, há que gravar cada gesto, há que se contar as oito vezes que Mulder passa a língua entre os lábios, há que se guardar nos olhos cada emoção que um coração excer sente. Há que se rir de si mesmo, pois às vezes não parece fazer sentido essa tal abstinência que nos quer bater à porta a qualquer momento, algo que nos esteve tão próximo, tão à mão agora mesmo e que parece que ao terminar vai nos levar um pedaço junto.

Há que se bolar planos mirabolantes para não deixar este sentimento escapar, pois afinal ele é tão bom e ainda traz com ele o privilégio de se poder compartilhar tudo isso com pessoas especiais.

Há que se registrar toda a pipoca, as balas, a coca, os gritos de : "não desliga não, deixa a música ir até o final!”, o olhar do bilheteiro que sabe que você esteve lá ontem, anteontem, sei lá. Há que se relevar se o enredo não agradou, se a casa era perto demais, se a legenda deixou a desejar, se a Scully tem dois cortes diferentes de cabelo durante o filme. Tudo isto faz parte de algo muito maior. De um sentimento que eu não sei explicar ( aliás, nem quero!) mas que é bom demais. E que não vai acabar. Acabam-se as sessões, as pipocas, o bilheteiro, mas fica tudo de bom que AX2 nos trouxe: paixão de excer, milhões de referências que nos farão chafurdar nos extras do DVD como porquinhos na lama, a sensação de vinte dias deliciosos, amigos incríveis com quem partilhar todos estes momentos ( ao vivo ou via e-mail) e mil motivos para continuarmos falando seguidamente de AX, com ou sem um terceiro filme, pois se este vier um dia, será malhado como foi AX2, mas todos iremos assistir mil vezes e nos deliciarmos novamente.

Isso é AX! Um maravilhoso motivo para sermos felizes dentro e fora do cinema. Um maravilhoso motivo para termos pessoas diferentes e tão iguais partilhando barquinhos, Broken, Bad Blood, Duanny Barry, a careca do Skinner, os cabelos da Scully ( meninos vocês podem partilhar outras coisas da Scully é claro!) e a teimosia do Mulder ( ok! meninas, vocês também podem partilhar outras coisas do Mulder! Aliás, eu soube por algumas de vocês que a Perspicácia dele tem sido muito elogiada!).

Ivan Lins canta uma música maravilhosa onde ele diz: Guarde Nos Olhos! Eu ouso acrescentar: guardem nos olhos e no coração! Para sempre!



Meninas e meninos foi mesmo uma honra partilhar com vocês todos estes momentos de AX2!

Obrigada a todos!



Bjs carinhosos,



Débora ( esperando que o filme seja exibido bem longe daqui para que eu não sucumba à tentação de visitar Marataízes ou Cachoeiro no fim de semana!!!!!!)















To live a great and real love, you have to do some sacrifices (But if is a REAL love, it’s not such a sacrifice)…
You have to watch a movie so many times that you can appreciate the details as much is possible…
You have to notice that same balloon that appears three times, to appreciate a angry look from Scully 4 times at the movie, the ceiling with the pencils… You have to remember of the first “The X–Files” scene when she screams “Jesus, Mulder!”
You have to notice doors that opens almost in a imperceptible way, have to memorize every move, have to count all the eight times that Mulder pass his tongue between his lips, have to memorize everytime Scully arches her eyebrow… You have to keep with you every beat that an EXCER hart feels. You have to laugh of yourself ‘cause sometimes seems don’t make sense that abstinence that wants to knock our doors anytime, something that we had so close, in our hands and now seems that’s going away and leaving a part of us with it.
You have to create incredible plans to not let this feeling to escape, ‘cause I’ts so good and brings whit it the honor of sharing all that whit such special people.
You have to memorize all those popcorns, the candies, the Coke (or the Diet Coke) and the screams saying “Don’t turn off, let the music plays ‘till the end, we have to see the little boat scene and wave back to them!!!!” Or even screams to strangers “Hey, don’t left! There’s something special after the credits…” And see that people looking at you and thinking “Okay, they’re i-n-s-a-n-e!” But you don’t give a damn because you live and dye for our own X-File, OUR series, OUR passion.
The ticket guy who knows you were there yesterday, before yesterday, last week, I don’t know! You know if the storyline was wrong, if their house was too near from the case, if the subtitles was wrong and “left to be desired” in our country, is Scully has two different hair cuts in the movie… All this belongs to a something more, a huge thing! It belongs a feeling that I don’t know how to explain (Actually, I don’t even want to!) but it’s SO good… And it will never end.
Now it’s over. The ticket man looking weird at us, the popcorn, our tears, our movie at the theatre…But we’ll keep everything good that “The X-Files 2″ brought to us: Excer passion, a million of references that will make us to wallow the DVD extras like pigs at the mud, the 20 delicious days sensation, incredible friends who came from far away to enjoy this premiere with us, or even they that couldn’t be here but shared everything by e-mails and a thousand reasons to keep talking incessantly about “The X-Files” with or without a third movie. ‘cause if this movie become real, we WILL be there and be happy again, seeing the movie 21 times like Marcília, 20 times like Débora (the writer), 10 to others from our group… Laugh about Nathália (the blond Scully in the photo you posted) and Cinthya begging to the ticket man to give them the “X-Files” official trailer and left the mall screaming and crying with two rolls of the REAL movie to put in a frame! Begging to posters, photos, everything! It’s our passion, it’s our life…
That’s “X-Files”!!! A wonderful reason to us to be happy inside and out the theatre. A wonderful reason to have such brilliant and different people united sharing little boats, Bad Blood, Duanne Barry, Skinner’s Bald, a new years eve kiss, Scully screaming “Mooooldeeeer”, Mulder screaming “Sculeeeeeee”, Skinner’s bald, Scully’s hair (Ok, guys you can share another Scully things…), Mulder’s stubbornness (Ok, girls… We can share another Mulder’s thing, also!), and ride inside a car singing/screaming “Broken” or smile when your cellphone rings and plays the song…
Ivan Lins sings a song that says: Keep it in your eyes! I dare to say: Keep it in your eyes and inside your heart!
ESfiles, it was a honor every little-big moments of “X-Files” with you.
Frank, Carter, Bowman, Gilly and Dave… THANK YOU.
We S2 you forever, and we’ll never forget.
P.S.: We’re VERY glad that you posted our photo in your blog, it means EVERYTHING to us. THANK YOU.
Written by Débora
Translated by Nathália (sorry for my bad English!)
ESfiles Group
Vitória, Brazil.

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Criminal Minds - 8x12 - Zugzwang - Meus Comentários




A coerência das estórias dos personagens principais é um dos méritos da série ( sorry para quem não concorda com a estória criada para o Hotch e a Beth). Desde a estória complementar, descrevendo Reid e seu modo estranho de ser até o comportamento da equipe frente ao caso, tudo bate. A começar pelo sonho de Reid. Vejam, na minha opinião, ele expressa tanto desejo quanto premonição, e, mais ainda, deixa claro que todos os que o amam - sua equipe, estarão lá, sempre, para o bem e para o mal.



Promo Oficial 8x12 




Reclamaram sobre o Hotch estar furioso.Claro que ele estava furioso. Ele já sentiu isto na própria pele, independente do fato de eles serem todos como uma grande família. De todos, o que mais iria se morder os cotovelos seria ele, pois além de colocar-se no lugar     do  Spence,    como   chefe  da   unidade    teria    que responder pelas suas ações e,    por   exemplo, explicar porque autorizou o rapaz a subir desarmado para aquilo que só poderia ser uma armadilha. Coerente também    o fato do   Reid   procurar conversar com a Blake e não qualquer um dos outros, porque, a despeito de eles mostrarem já haver uma relação pregressa entre os dois, ela seria a que estaria mais isenta de opiniões pessoais e influências do dia a dia ( caso do Morgan, por exemplo).

Reid é um personagem riquíssimo e dele eu jamais esperaria uma relação normal com  uma  mulher. Todos os traumas de sua infância, sua mãe doente, o abandono do pai, suas nerdices e não enquandramento numa dinâmica escolar convencional, o receio de desenvolver a doença da mãe, tudo levava à procura de alguém que fosse tão excluída e problemática quanto ele, senão ao menos alguém com vivência suficiente para entendê-lo.






A decisão de um unsub que nada tivesse a princípio com ele foi acertada.Seria peso demais ter sido o responsável direto pela morte da única mulher por quem já sentira algo. No entanto, culpo exclusivamente às fãs e à internet o fato de Reid não conseguir ser feliz ao lado de uma namorada. Por histórico, eles sabiam que, isto é exaustivamente repetido em foruns, as fãs não querem uma namorada para ele. Então, a única alternativa para mostrá-lo humano e suscetível ao amor seria fazê-lo apaixonar-se e, em seguida, eliminar a "ameaça". Deu um baita episódio, mas tenho a certeza de que   não   fossem   as   fãs  xiitas  ( algumas nos fóruns
americanos parecem mais unsubs que os próprios que estrelam a série!), Reid poderia sim, ter uma namorada, mesmo que do tipo pouco convencional.

Anyway, o episódio teve uma cara única, adorei o aspecto pessoal, desde a chamada de Hotch pelo Reid, até a reunião para decidir se alguém pulava fora ( mais um motivo para Hotch estar tenso, não havia oficialmente um caso e era o dele, de novo na reta).

As primeiras cenas foram um revival das tomadas dos primeiros episódios, onde havia superposição de imagens do que havia acontecido no ponto de vista dos agentes.

Fotografia primorosa, condução do roteiro inteligente e longe do lugar comum, interpretações além do esperado, principalmente para MGG, mais tocado do que na maioria dos episódios que giram em torno de seu personagem. A moça que fazia a unsub foi muito bem escolhida e só acrescentou ao episódio.





Mas, o que me comoveu foi a despedida da namorada citando Thomas Merton. Para  mim foi algo como, um verdadeiro amor pode durar uma eternidade ou dez segundos, o que vale é sua intensidade. Me comoveu de verdade. Claro que isto trará ainda mais consequências para a rotina do Reid, mas afinal, não é isto que todas nós queremos?

Excelente episódio, que venham os próximos!!!




sábado, 19 de janeiro de 2013

Ah! As Celebridades.........

                                                                 

    Todos Os Nossos Ídolos São De Barro, Eu Só Não Queria Que Começasse A Chover Perto Deles

Não canso de dizer que quanto mais sabemos sobre um ator ou atriz, menor será a magia de seus personagens. Todos eles são gente como qualquer um, comem, bebem, tossem, engasgam, espirram e metem o dedo no nariz ( ok, parei com a escatologia! ). que eles tem um emprego que vende sonhos. Nem todo mundo tem discernimento para lembrar que o personagem é apenas algo que o ator ou atriz é pago para interpretar, assim como nem todos lembram que a mocinha áspera que te responde no telemarketing de um serviço qualquer é paga para dizer o que a empresa quer, não para necessariamente resolver seus problemas. Ou a recepcionista que sabe que o médico vai atrasar horrores, e a culpa nem é dela, e ainda assim ela vai ouvir impropérios diversos dos pacientes sem poder sequer tirar o sorriso do rosto.

Na maioria das vezes, quando vemos um filme, série, novela e afins, se acreditamos no personagem é porque o ator/atriz fez bem seu trabalho. É neste momento que, na maioria das vezes, o homem ou mulher por trás da máscara deixa de existir. Atores que fazem vilões não raro são vítimas de alguém que os ofende na rua e ficam felizes porque isto é um enorme elogio. Da mesma forma que tendemos a imaginar que a atriz que faz a mocinha não fala palavrões em seu dia a dia, não acorda nunca com a cara amassada pelo travesseiro e jamais tem distúrbios intestinais.

Quando somos envolvidos pelo enredo do que estamos assistindo, imaginamos um mundo onde só existem o Hotch, a JJ, a Penélope, os unsubs, etc...( para usar Criminal Minds - minha série favorita - como exemplo), porque é   para isto   que existem   todas estas   coisas ( filmes,   séries, novelas...), para criarmos, por uma, duas, tres horas, um mundo paralelo, onde existe a justiça, onde existem os mocinhos e os caras maus, onde os caras maus, via de regra são punidos, e, vez ou outra enganam a polícia, só para nos lembrar que na vida real também é assim. A vida é dura demais para não nos deixarmos levar em algum momento, seja pela fantasia de um livro ou de uma novela. Capítulo a capítulo de uma série ou livro, minuto a minuto de um filme ou novela, vamos nos tornando parte daquele mundo retratado em papel ou película, amenizando nossas dores, decepções e infinitas dificuldades do mundo real nos tornando íntimos do heroico mocinho, da mocinha cheia de esperanças, do vilão que tornou-se mal porque o mundo não foi justo com ele. Desejamos de fato conhecer aquele médico simpático e bom sujeito, o advogado que vai lutar pelas causas mais improváveis e irá vencer, a jornalista que irá desmascarar toda a rede de corrupção que envolve a história que acompanhamos vorazes para, de certa forma vingar-nos das mazelas do dia a dia. Uma verdadeira catarse.

Nada disto é errado. Não nos torna alienados, obtusos ou sujeitos sem o pé no chão, desde que saibamos separar alhos de bugalhos. Diversão e realidade. Ao contrário. Sonhar assim é uma saudável forma de repor as energias para a dura batalha diária da vida, onde os advogados, médicos, assassinos, jornalistas, psicopatas, cozinheiros, jogadores de futebol ou funcionários do governo tem rotinas muito diferentes daquelas que adoramos espreitar em nossos filmes e séries.

O que é errado, muito errado, é esquecer-se de que todos estes adoráveis personagens são vividos por atores e atrizes com vida própria, com um dia a dia igual ao nosso ( ok, antes de ser apedrejada, não tão igual ao nosso, porque não ando de Audi nem tenho rendimentos mensais astronômicos) e que são passíveis de erros.

Comecei a escrever isto porque tenho acompanhado meio a contragosto os fatos que envolveram a prisão do ator Thomas Gibson, de quem, muitos que me conhecem, sabem que sou fã. Acompanho seu trabalho em séries e cinema desde a época de Chicago Hope, nos idos de 1995/96 pela Globo, quando nem sonhava em ter um dia acesso fácil à internet ou à tv à cabo. Como com alguns outros poucos atores e atrizes, fui acompanhando sua trajetória, e com o advento da internet, obviamente tive acesso a outros trabalhos e inúmeras informações sobre sua carreira. Uma das coisas que sempre admirei nele, bem como nos outros que também admiro, foi sua discrição na vida pessoal. Eu evito ficar fuçando informações privadas, mas na rede, gostando ou não, acabamos reféns de informações que acabam vindo a reboque.

Quando eu passei a detestar saber a fundo sobre a vida dos atores e atrizes? No dia em que li, há muitos anos atrás, quando eu ainda era uma muito jovem apaixonada por um Mel Gibson delirantemente jovem, bonito e sofrido na pele do Capitão Daniel McCormick e ao som de Billie Holliday, uma reportagem sobre o ator que dizia, entre outras coisas, que ele comia alface com as mãos e que tinha trocado todos os seus dentes, pois os seus haviam apodrecido. Nunca mais pude ver Eternamente Jovem com os mesmos olhos, fossem as informações verdadeiras ou não. O fictício herói adoravelmente romântico e desejável dera lugar ao que era apenas realidade, algo que eu já tinha demais no meu dia a dia ( na época, nem sonharia que anos depois, ele ainda viria a fazer comentários racistas, homofóbicos e ameaçaria sua esposa, todas coisas fofas  de se conhecer sobre alguém que representa algo que admiramos).

Foi neste momento que decidi separar o joio do trigo. Tentar manter-me longe de informação demais. Mas, mesmo tomando cuidado ao ler uma entrevista profissional, com informações sobre futuros trabalhos ou coisa parecida sempre aparece algo pessoal, algo que eu dispensaria saber. Desta forma, disposta a não abandonar as informações profissionais, passei a me conformar com o que vinha junto a despeito do meu desejo e admirar profissionais que conseguiam manter sua vida pessoal distante dos holofotes.

E, desta forma, voltamos a Thomas Gibson. Provavelmente uma das coisas que sempre admirei nele foi o distanciamento da vida profissional da vida pessoal. De manter-se longe de escândalos e fofocas. Raras sempre foram as informações de cunho pessoal.



E então, eu que fujo de saber demais da vida de quem admiro na tela da tv ou do notebook, mesmo sem desejar, acabo sabendo de sua prisão por suspeita de dirigir embriagado. Não procurei por notícia alguma, mas três minutos de rede social foram suficientes para que eu acabasse sabendo mais do que gostaria de saber. Sério, nos primeiros minutos, apesar da contrariedade da notícia, dei risada sozinha. Pipocavam no twitter, no orkut ( meus verdadeiros amigos sabem que detesto o Facebook) mensagens para mim do tipo: "será que a Débora já sabe?"  Recebi inclusive um torpedo da Carol , minha linda mocinha de Vila Velha, pedindo para que eu não ficasse triste demais com a notícia. Achei graça das pessoas se lembrarem de mim imediatamente após tomarem conhecimento do fato.

Depois me aborreci. Primeiro porque sabia que nunca mais veria meus adorados Aaron Hotchner, Greg Montgomery, Dr. Daniel Nyland, Mitch Benson, Reg, Mark Ryan, Renny Ohayon ou Alexander Rotha com os mesmos olhos. Depois, porque sou daquelas mulheres cuja vocação primeira é ser mãe antes de ser diversas outras coisas e pensei em seus filhos, da mesma forma que penso nos filhos de qualquer pessoa que comete um crime, que é acusada justa ou injustamente, filhos que acabam pagando pelos pecados de seus pais. 

Fosse ele um sujeito comum, teria passado pelos trâmites legais e estaria em seguida, sujeito à penalização pelo seu delito ( não quis saber muito a respeito, então sequer sei se provou-se ou não ele estar embriagado). Mas ele não é um sujeito comum. É uma celebridade.

E, então, entramos no meu assunto favorito dos últimos tempos. A invasão de privacidade. Claro, não sei porque me espanto que alguém tenha filmado o momento da prisão, claro que alguém divulgou isto em um canal que vive de explorar as mazelas dos famosos, claro que todo mundo vai ver e dar palpites. Inclusive eu. Em uma semana em que um paparazzi morre atropelado por tentar uma foto de um suposto Justin Bieber sendo parado pela polícia, ou algo assim ( prestei mais atenção no fato do atropelamento do que no que o paparazzi queria flagrar), não consigo deixar de pensar no assunto. Um monte de gente decepcionada com o ator que porque era um "bom moço" e não deveria ter feito a besteira que fez. 

Eu endosso a decepção, mas sob outro ponto de vista. Ele para mim era um bom moço porque eu nunca antes soubera muita coisa de sua vida pessoal. No fundo, ali, soterrado em um lugar por onde nunca quero caminhar, eu sempre soube que bons moços por completo não existem e que eu deveria saber de menos para não me decepcionar demais. E a besteira por ele cometida é um delito sim, mas, longe de julgá-lo por suas más decisões, ele deveria como toda pessoa que vive de sua imagem pública ter tomado mais cuidado com seus atos. Vive-se hoje um momento inédito onde uma celebridade suspira e vira notícia. Alguns, menos talentosos ou mais egocêntricos, anseiam pelo momento de estamparem as páginas de noticiários jornalísticos, outros incautos, lamentam o excesso de exposição, como eu imagino ser o caso do Thomas Gibson. Aos cinquenta anos, sempre discreto, casado há quase vinte anos, pai de três filhos e aparentemente ( eu disse aparentemente ) dedicado à família e à carreira, imagino que ter um vídeo onde é visto sendo jogado no chão por policiais para ser algemado tenha sido um momento constrangedor, para dizer o mínimo.

Longe de mim julgar alguém de quem eu conheço tão pouco, para não dizer nada além daquilo que me diverte todas as noites de quarta feira, por volta das vinte e três horas, ou seja, sua atividade profissional. Longe de mim, defender ou condenar alguém que foi detido por fazer o que eu me privo de fazer, misturar bebida e direção. 

Sobra apenas a certeza de que sempre precisamos separar o ator do personagem, mas esta pode ser uma tarefa ingrata. Culpa do profissional que não soube preservar sua integridade já que é pessoa pública ou, quem sabe, de uma mídia que transforma estas pessoas em alvo fácil para audiência, alimentando seu público com a desgraça alheia, seja ela justa ou não? Ou ainda, culpa do público, que se serve do alimento oferecido pela mídia, deleitando-se com detalhes sórdidos sobre a vida daqueles que interpretam seus personagens favoritos no cinema ou na tv

Na minha modesta opinião uma mistura de todas estas coisas. Primeiro o ator, se cometeu, não deveria cometer um delito, não porque é pessoa pública, mas porque lei se respeita. Eu gosto de beber socialmente, mas me privo do ato, não porque eu posso ter minha capacidade comprometida, mas porque é lei, e pronto. Lei para mim, não se discute. Se respeita. E se eu posso me privar, ele pode, qualquer um pode. Segundo porque, hoje em dia, todo mundo parece cuidar melhor da vida do outro do que da própria vida. Não fosse esta maldita invasão da privacidade alheia na internet, eu, que jamais desejaria destruir a imagem que tenho de personagens que adoro em um click desavisado soube mais do que  desejaria saber sobre o humano por trás do personagem. Terceiro porque não se consegue escolher o que se deseja saber no mundo globalizado de hoje. Se eu escolho entrar no twitter para saber se há uma review interessante para ler ou uma atualização de um blog que acompanho, em um passar de olhos acabo tendo acesso a mais informação do que gostaria.

Tenho que deixar claro que abomino este tipo de imprensa que sataniza ou endeusa seres humanos com mais facilidade do que eu possa estar digitando este texto agora. Não consigo imaginar uma atriz que não possa bocejar entediada com medo de ser flagrada, um cantor que não possa tomar sol sem ter seu corpo minuciosamente avaliado, uma princesa que tenha que dividir suas crises de enjo com o resto do mundo. Deve ser horrível e ser bem pago pelo seu trabalho não deveria ser desculpa por tal invasão. Óbvio, não me refiro àqueles que, para se auto promoverem, comunicam passo a passo à imprensa, à espera de publicidade gratuita.

De minha parte sei que, por mais isenta que tente ser, vai demorar um bom tempo para que eu veja Thomas Gibson interpretando Aaron Hotchner ou qualquer outro personagem, sem que de imediato me lembre antes do ator e suas peripécias. É ingenuidade de minha part eu sei, querer manter distante assim personagem e seu interprete, mas eu sou ainda da escola antiga. Hoje ninguém parece ligar para isto, no mundo instantâneo em que vivemos, a maioria das pessoas já está no próximo escândalo, na próxima fofoca. Mas para mim, que exerço o sagrado direito de exorcizar meus fantasmas em 48 minutos de pura fantasia a cada episódio de uma série que acompanho ou cada quadro de um longa que assisto isto incomoda de uma forma que não sei explicar nestas linhas.

Me resta tomar mais cuidado com o que leio e rezar para que os homens e mulheres por trás dos heróis e vilões que encantam meu lado lúdico sejam ao menos mais discretos, já que pedir para que a imprensa sensacionalista suma da face da terra seria pedir demais. 

E, tudo bem, já que eu ponho a cara a tapa neste blog, escrevendo tudo o que eu penso, podem me julgar à vontade. Não será, de fato, neste caso, invasão de privacidade, rs, rs...

 


Ah! As Celebridades.........

                                                 ou 

      Todos Os Nossos Ídolos São de Barro, Eu Só Não Queria Que          Começasse A Chover Perto Deles...


Não canso de dizer que quanto mais sabemos sobre um ator ou atriz, menor será a magia de seus personagens. Todos eles são gente como qualquer um, comem, bebem, tossem, engasgam, espirram e metem o dedo no nariz ( ok, parei com a escatologia! ). que eles tem um emprego que vende sonhos. Nem todo mundo tem discernimento para lembrar que o personagem é apenas algo que o ator ou atriz é pago para interpretar, assim como nem todos lembram que a mocinha áspera que te responde no telemarketing de um serviço qualquer é paga para dizer o que a empresa quer, não para necessariamente resolver seus problemas. Ou a recepcionista que sabe que o médico vai atrasar horrores, e a culpa nem é dela, e ainda assim ela vai ouvir impropérios diversos dos pacientes sem poder sequer tirar o sorriso do rosto.

Na maioria das vezes, quando vemos um filme, série, novela e afins, se acreditamos no personagem é porque o ator/atriz fez bem seu trabalho. É neste momento que, na maioria das vezes, o homem ou mulher por trás da máscara deixa de existir. Atores que fazem vilões não raro são vítimas de alguém que os ofende na rua e ficam felizes porque isto é um enorme elogio. Da mesma forma que tendemos a imaginar que a atriz que faz a mocinha não fala palavrões em seu dia a dia, não acorda nunca com a cara amassada pelo travesseiro e jamais tem distúrbios intestinais.

Quando somos envolvidos pelo enredo do que estamos assistindo, imaginamos um mundo onde só existem o Hotch, a JJ, a Penélope, os unsubs, etc...( para usar Criminal Minds - minha série favorita - como exemplo), porque é   para isto   que existem   todas estas   coisas ( filmes,   séries, novelas...), para criarmos, por uma, duas, tres horas, um mundo paralelo, onde existe a justiça, onde existem os mocinhos e os caras maus, onde os caras maus, via de regra são punidos, e, vez ou outra enganam a polícia, só para nos lembrar que na vida real também é assim. A vida é dura demais para não nos deixarmos levar em algum momento, seja pela fantasia de um livro ou de uma novela. Capítulo a capítulo de uma série ou livro, minuto a minuto de um filme ou novela, vamos nos tornando parte daquele mundo retratado em papel ou película, amenizando nossas dores, decepções e infinitas dificuldades do mundo real nos tornando íntimos do heroico mocinho, da mocinha cheia de esperanças, do vilão que tornou-se mal porque o mundo não foi justo com ele. Desejamos de fato conhecer aquele médico simpático e bom sujeito, o advogado que vai lutar pelas causas mais improváveis e irá vencer, a jornalista que irá desmascarar toda a rede de corrupção que envolve a história que acompanhamos vorazes para, de certa forma vingar-nos das mazelas do dia a dia. Uma verdadeira catarse.

Nada disto é errado. Não nos torna alienados, obtusos ou sujeitos sem o pé no chão, desde que saibamos separar alhos de bugalhos. Diversão e realidade. Ao contrário. Sonhar assim é uma saudável forma de repor as energias para a dura batalha diária da vida, onde os advogados, médicos, assassinos, jornalistas, psicopatas, cozinheiros, jogadores de futebol ou funcionários do governo tem rotinas muito diferentes daquelas que adoramos espreitar em nossos filmes e séries.

O que é errado, muito errado, é esquecer-se de que todos estes adoráveis personagens são vividos por atores e atrizes com vida própria, com um dia a dia igual ao nosso ( ok, antes de ser apedrejada, não tão igual ao nosso, porque não ando de Audi nem tenho rendimentos mensais astronômicos) e que são passíveis de erros.

Comecei a escrever isto porque tenho acompanhado meio a contragosto os fatos que envolveram a prisão do ator Thomas Gibson, de quem, muitos que me conhecem, sabem que sou fã. Acompanho seu trabalho em séries e cinema desde a época de Chicago Hope, nos idos de 1995/96 pela Globo, quando nem sonhava em ter um dia acesso fácil à internet ou à tv à cabo. Como com alguns outros poucos atores e atrizes, fui acompanhando sua trajetória, e com o advento da internet, obviamente tive acesso a outros trabalhos e inúmeras informações sobre sua carreira. Uma das coisas que sempre admirei nele, bem como nos outros que também admiro, foi sua discrição na vida pessoal. Eu evito ficar fuçando informações privadas, mas na rede, gostando ou não, acabamos reféns de informações que acabam vindo a reboque.

Quando eu passei a detestar saber a fundo sobre a vida dos atores e atrizes? No dia em que li, há muitos anos atrás, quando eu ainda era uma muito jovem apaixonada por um Mel Gibson delirantemente jovem, bonito e sofrido na pele do Capitão Daniel McCormick e ao som de Billie Holliday, uma reportagem sobre o ator que dizia, entre outras coisas, que ele comia alface com as mãos e que tinha trocado todos os seus dentes, pois os seus haviam apodrecido. Nunca mais pude ver Eternamente Jovem com os mesmos olhos, fossem as informações verdadeiras ou não. O fictício herói adoravelmente romântico e desejável dera lugar ao que era apenas realidade, algo que eu já tinha demais no meu dia a dia ( na época, nem sonharia que anos depois, ele ainda viria a fazer comentários racistas, homofóbicos e ameaçaria sua esposa, todas coisas fofas  de se conhecer sobre alguém que representa algo que admiramos).

Foi neste momento que decidi separar o joio do trigo. Tentar manter-me longe de informação demais. Mas, mesmo tomando cuidado ao ler uma entrevista profissional, com informações sobre futuros trabalhos ou coisa parecida sempre aparece algo pessoal, algo que eu dispensaria saber. Desta forma, disposta a não abandonar as informações profissionais, passei a me conformar com o que vinha junto a despeito do meu desejo e admirar profissionais que conseguiam manter sua vida pessoal distante dos holofotes.

E, desta forma, voltamos a Thomas Gibson. Provavelmente uma das coisas que sempre admirei nele foi o distanciamento da vida profissional da vida pessoal. De manter-se longe de escândalos e fofocas. Raras sempre foram as informações de cunho pessoal.



E então, eu que fujo de saber demais da vida de quem admiro na tela da tv ou do notebook, mesmo sem desejar, acabo sabendo de sua prisão por suspeita de dirigir embriagado. Não procurei por notícia alguma, mas três minutos de rede social foram suficientes para que eu acabasse sabendo mais do que gostaria de saber. Sério, nos primeiros minutos, apesar da contrariedade da notícia, dei risada sozinha. Pipocavam no twitter, no orkut ( meus verdadeiros amigos sabem que detesto o Facebook) mensagens para mim do tipo: "será que a Débora já sabe?"  Recebi inclusive um torpedo da Carol , minha linda mocinha de Vila Velha, pedindo para que eu não ficasse triste demais com a notícia. Achei graça das pessoas se lembrarem de mim imediatamente após tomarem conhecimento do fato.

Depois me aborreci. Primeiro porque sabia que nunca mais veria meus adorados Aaron Hotchner, Greg Montgomery, Dr. Daniel Nyland, Mitch Benson, Reg, Mark Ryan, Renny Ohayon ou Alexander Rotha com os mesmos olhos. Depois, porque sou daquelas mulheres cuja vocação primeira é ser mãe antes de ser diversas outras coisas e pensei em seus filhos, da mesma forma que penso nos filhos de qualquer pessoa que comete um crime, que é acusada justa ou injustamente, filhos que acabam pagando pelos pecados de seus pais. 

Fosse ele um sujeito comum, teria passado pelos trâmites legais e estaria em seguida, sujeito à penalização pelo seu delito ( não quis saber muito a respeito, então sequer sei se provou-se ou não ele estar embriagado). Mas ele não é um sujeito comum. É uma celebridade.

E, então, entramos no meu assunto favorito dos últimos tempos. A invasão de privacidade. Claro, não sei porque me espanto que alguém tenha filmado o momento da prisão, claro que alguém divulgou isto em um canal que vive de explorar as mazelas dos famosos, claro que todo mundo vai ver e dar palpites. Inclusive eu. Em uma semana em que um paparazzi morre atropelado por tentar uma foto de um suposto Justin Bieber sendo parado pela polícia, ou algo assim ( prestei mais atenção no fato do atropelamento do que no que o paparazzi queria flagrar), não consigo deixar de pensar no assunto. Um monte de gente decepcionada com o ator que porque era um "bom moço" e não deveria ter feito a besteira que fez. 

Eu endosso a decepção, mas sob outro ponto de vista. Ele para mim era um bom moço porque eu nunca antes soubera muita coisa de sua vida pessoal. No fundo, ali, soterrado em um lugar por onde nunca quero caminhar, eu sempre soube que bons moços por completo não existem e que eu deveria saber de menos para não me decepcionar demais. E a besteira por ele cometida é um delito sim, mas, longe de julgá-lo por suas más decisões, ele deveria como toda pessoa que vive de sua imagem pública ter tomado mais cuidado com seus atos. Vive-se hoje um momento inédito onde uma celebridade suspira e vira notícia. Alguns, menos talentosos ou mais egocêntricos, anseiam pelo momento de estamparem as páginas de noticiários jornalísticos, outros incautos, lamentam o excesso de exposição, como eu imagino ser o caso do Thomas Gibson. Aos cinquenta anos, sempre discreto, casado há quase vinte anos, pai de três filhos e aparentemente ( eu disse aparentemente ) dedicado à família e à carreira, imagino que ter um vídeo onde é visto sendo jogado no chão por policiais para ser algemado tenha sido um momento constrangedor, para dizer o mínimo.

Longe de mim julgar alguém de quem eu conheço tão pouco, para não dizer nada além daquilo que me diverte todas as noites de quarta feira, por volta das vinte e três horas, ou seja, sua atividade profissional. Longe de mim, defender ou condenar alguém que foi detido por fazer o que eu me privo de fazer, misturar bebida e direção. 

Sobra apenas a certeza de que sempre precisamos separar o ator do personagem, mas esta pode ser uma tarefa ingrata. Culpa do profissional que não soube preservar sua integridade já que é pessoa pública ou, quem sabe, de uma mídia que transforma estas pessoas em alvo fácil para audiência, alimentando seu público com a desgraça alheia, seja ela justa ou não? Ou ainda, culpa do público, que se serve do alimento oferecido pela mídia, deleitando-se com detalhes sórdidos sobre a vida daqueles que interpretam seus personagens favoritos no cinema ou na tv

Na minha modesta opinião uma mistura de todas estas coisas. Primeiro o ator, se cometeu, não deveria cometer um delito, não porque é pessoa pública, mas porque lei se respeita. Eu gosto de beber socialmente, mas me privo do ato, não porque eu posso ter minha capacidade comprometida, mas porque é lei, e pronto. Lei para mim, não se discute. Se respeita. E se eu posso me privar, ele pode, qualquer um pode. Segundo porque, hoje em dia, todo mundo parece cuidar melhor da vida do outro do que da própria vida. Não fosse esta maldita invasão da privacidade alheia na internet, eu, que jamais desejaria destruir a imagem que tenho de personagens que adoro em um click desavisado soube mais do que  desejaria saber sobre o humano por trás do personagem. Terceiro porque não se consegue escolher o que se deseja saber no mundo globalizado de hoje. Se eu escolho entrar no twitter para saber se há uma review interessante para ler ou uma atualização de um blog que acompanho, em um passar de olhos acabo tendo acesso a mais informação do que gostaria.

Tenho que deixar claro que abomino este tipo de imprensa que sataniza ou endeusa seres humanos com mais facilidade do que eu possa estar digitando este texto agora. Não consigo imaginar uma atriz que não possa bocejar entediada com medo de ser flagrada, um cantor que não possa tomar sol sem ter seu corpo minuciosamente avaliado, uma princesa que tenha que dividir suas crises de enjo com o resto do mundo. Deve ser horrível e ser bem pago pelo seu trabalho não deveria ser desculpa por tal invasão. Óbvio, não me refiro àqueles que, para se auto promoverem, comunicam passo a passo à imprensa, à espera de publicidade gratuita.

De minha parte sei que, por mais isenta que tente ser, vai demorar um bom tempo para que eu veja Thomas Gibson interpretando Aaron Hotchner ou qualquer outro personagem, sem que de imediato me lembre antes do ator e suas peripécias. É ingenuidade de minha part eu sei, querer manter distante assim personagem e seu interprete, mas eu sou ainda da escola antiga. Hoje ninguém parece ligar para isto, no mundo instantâneo em que vivemos, a maioria das pessoas já está no próximo escândalo, na próxima fofoca. Mas para mim, que exerço o sagrado direito de exorcizar meus fantasmas em 48 minutos de pura fantasia a cada episódio de uma série que acompanho ou cada quadro de um longa que assisto isto incomoda de uma forma que não sei explicar nestas linhas.

Me resta tomar mais cuidado com o que leio e rezar para que os homens e mulheres por trás dos heróis e vilões que encantam meu lado lúdico sejam ao menos mais discretos, já que pedir para que a imprensa sensacionalista suma da face da terra seria pedir demais. 

E, tudo bem, já que eu ponho a cara a tapa neste blog, escrevendo tudo o que eu penso, podem me julgar à vontade. Não será, de fato, neste caso, invasão de privacidade, rs, rs...