terça-feira, 13 de março de 2012

Novos Anos, Velhos Conceitos.......



Meus filho tem hoje 23 anos!

Às vezes, quando ele começa algum assunto na mesa do jantar, por volta das vinte e tres horas e alguma coisa, quando está de volta da faculdade, acho que ele vai falar sobre o Pokemón ou sobre algum dos Cavaleiros do Zodíaco, coisa que há bem pouco tempo atrás era moda. Eu conhecia todos os Cavaleiros do Zodíaco. Uma vez uma grande amiga ( Zélia, mãe do Victor ) fez uma roupa de cavaleiros do Zodíaco para nossos filhos. Era toda de lamê prateado e meu filho passava os dias sem querer tirar o diabo da roupa nem para tomar banho. Era uma verdadeira paixão. De minha parte, bastava respeitar seu gosto, já que meu passatempo preferido na época era curtir os et's de ocasião na minha série favorita da época, Arquivo X. Paciente, ouvia-o contar com entusiasmo sobre todas as aventuras de Saint Seiya e cia, sobre a saga dos Cavaleiros de bronze e suas incursões no mundo dos mangás e animes. Começava aí, pelo que me lembro, aquilo que se tornou seu fascínio pela cultura japonesa e o levou a buscar outras referências, que mais tarde se tornaram essenciais para que ele levasse tão à sério a prática do Kenjutso e a adoção de sua filosofia de vida.

Quando ele começa a falar, entre uma garfada e outra aguardo ansiosa para que ele me diga qual herói está na moda esta semana ou o que seus amiguinhos aprontaram na aula. Mas o que ouço dele são os comentários elogiosos de seu chefe sobre a implementação de um relátório novo para impostos vinculados à área de comércio exterior ou o quanto foi trabalhoso mudar a interface de um relatório para aquele cliente marrento resistente à novidades. Depois ele muda de assunto e diz que terá uma reunião do grupo de jogos no domingo pois eles conseguiram um patrocínio não sei bem de que empresa e precisam deixar o "jogo" redondo até terça feira. E, entre um assunto e outro ele comenta que a aula de inteligência artificial foi "massa" e que ele está avaliando a possibilidade de mudar o tema do seu TCC.

Enquanto eu tento descobrir em que momento da vida ele deixou de gostar de Shun, o cavaleiro prateado e passou a receber um salário para ser um competente programador ele repete a carne e torna a encher o copo com suco. Vai ter ensaio da banda amanhã, ele precisa comer rápido porque tem que tirar no baixo aquela música do Deep Purple antes de ir dormir suas poucas seis horas diárias de sono. E, entre tantas informações eu fico me perguntando onde eu estava enquanto o tempo passou. Não que eu tenha sido uma mãe distraída. Meu trabalho sempre me permitiu estar presente na vida dele mais do que a maioria das mães gostaria. Mesmo que eu tivesse que varar a noite fazendo lembrancinhas ou montando caixinhas de jujuba, sempre sobrava tempo para estar presente na reunião de pais e nas festas típicas da escola. Sempre pude colocá-lo perto de mim para fazer as lições, sempre estive por perto, ouvindo suas estórias ou contando para ele estórias antes dele dormir. Cortesia de se trabalhar por conta própria. Mesmo assim, o tempo passou mais rápido do que eu gostaria. Ainda que eu tenha curtido todas as cabaninhas feitas com lençol na sala do apartamento, a piscina montada na varanda, ainda que eu tenha acompanhado todas as notas das provas, ainda que eu tenha vibrado com a natação, o futebol, o judô, rido seus risos e chorado suas mágoas, ainda assim, passou depressa demais.

Por isto acho graça quando ouço alguma cliente minha dizer que não vê a hora de seu filho crescer. Às vezes perco tempo tentando dizer a ela que um dia ela vai morder a língua e sentir saudade dos tempos idos. Outras vezes apenas ouço. Algumas coisas a gente só aprende com a vida. Alguns aprendem mais rápido Outros, nem tanto. Não adianta dizer aos jovens que eles não devem ter pressa, nem às mães que seus filhos um dia vão crescer, que as coisas vão mudar e que elas vão sentir saudades. Apenas sinto pena daquelas mães mais preocupadas com as marcas dos tênis ou de jeans que podem comprar para seus filhos do que com aqueles ricos minutos em que eles vão te contar como foi emocionante colher pitanga no pé naquela árvore escondida atrás dos muros da escola ou como foi legal quando ele descobriu a tartaruga ou o hamster no viveiro do Primeiro Mundo.

De minha parte, embora o assunto na mesa agora seja o dos impostos vinculados às importações e os programas específicos para isto, eu ainda ouço, aqui e ali ecoar, vez por outra, os suspiros do meu filho pelo Cavaleiro do Zodíaco da semana. Estas lembranças não trazem a infância dele de volta, mas me dão a certeza de que estive ali, em todos os momentos importantes para que hoje ele tenha se tornado o cara incrível que ele se tornou.

A Falsa Ecologia - Uma Reflexão

A FALSA ECOLOGIA

Eu estou longe de ser perfeita. Mas busco ser uma pessoa coerente. Desde sempre me preocupei, uma vez que tive um filho, com o planeta que iria deixar para ele, e, quem sabe, os filhos dele, netos que não sei se terei, viverem. Fui criada em uma época em que as pessoas retornavam as garrafas fossem de refrigerante, de cerveja ou de leite ( sim, sou do tempo em que se comprava leite em garrafas de vidro!), não haviam latinhas, garrafas pet e sacolinhas plásticas. Haviam sim, os sacos de papel pardo, para não dizer que a quitanda aproveitava o jornal do dia anterior para embrulhar os ovos e outras cositas mais... E sempre havia a voz imperiosa de minha avó ou de minha mãe dizendo para não jogar lixo no chão, não porque o planeta corresse algum risco, mas porque alguém ia ter que limpar a sujeira feita por mim e isto, nossa!, isto não parecia nada justo! Eu deveria ser responsável por meu próprio lixo!

É difícil para uma criança absorver a importância de tal conselho, mas também sou de uma época em que não se questionava os ensinamentos. A gente obedecia. Para o bem ou para o mal, a gente não se punha a discutir com os pais sobre a validade de uma ordem, a gente apenas acatava.



Houve sim, um momento em que me rebelei, em que achava que sabia mais que todos eles, que devia criar meus próprios conceitos. Claro, como todo jovem, eu questionei. Mas, eu não era exatamente uma rebelde sem causa. Me foi ensinado a sempre me informar antes de questionar. Ler, aprender, discutir, debater. Verbos que a juventude de hoje parece não saber mais conjugar.

Curioso como a vida é cíclica. Hoje me pego repetindo coisas que minha avó e minha mãe pregavam. Mas diferentemente da minha juventude, curiosa, revolucionária, interessada e questionadora, vejo uma geração que apenas digere o que lhes é imposto como certo ou errado. Às vezes acho que esta meninada tem preguiça de pensar...

Vamos analisar a questão das sacolas plásticas nos supermercados. Sacos plásticos são uma invenção relativamente atual, como as garrafas pet e as latinhas. Como disse antes, os estabelecimentos comerciais na minha infância/juventude não as utilizavam. Eu muitas vezes fui às compras usando um carrinho, destes que a gente usa na feira, ou uma sacola de lona qualquer. E muitas vezes tomei o ônibus, época em que o carro era um luxo que eu não podia me dar, carregando frutas e verduras amarfanhadas em uma única sacola, estratégica e matematicamente colocadas para que o abacaxi não estraçalhasse as folhas de alface antes de chegar em casa.



Eis que, ao surgirem, as sacolinhas passaram a ser o conforto de quem, apesar de precisar ainda subir em um ônibus ou andar quilometros à pé até seu destino, podia dividir o peso e separar folhas e frutas, legumes e verduras, com o benefício de não precisar mais carregar peso extra na ida às compras ( foram deixados de lado o carrinho e as sacolas de lona ).



Além do mais, havia um benefício extra: podia-se usar a mesma sacolinha para se acomodar o lixo, aquele que deveria ser despachado todos os dias ( ou dependendo da cidade, dia sim dia não).

Nada mais prático, nada mais adequado. Bastava- se educar as pessoas a usar as sacolinhas comedidamente, e não de forma irracional, usando-as para colocar não apenas uma casca de banana ou outra casca de fruta, mas aproveitado-a ao máximo.

Então, algum esperto, lobbista, com certeza, nos dias atuais vem dizer que o plástico leva cem anos para se decompor. Justo. Não posso questionar o prejuízo ao planeta. No entanto, me pergunto, se a sacolinha de plástico ralo e vagabundo ( convenhamos, só de olhar as sacolinhas de supermercado se rompem!!) leva cem anos para se decompor, quantos anos levarão para se decompor aqueles sacos de lixo reforçados que eles nos vendem a preços exorbitantes, com o intuito de embalar nosso lixo adequadamente? Aí, vou mais além e me pergunto porque os supermercados não estão descontando de suas mercadorias, o valor embutido das sacolinhas que antes adquiríamos ( gente, eu trabalho com comércio, creiam-me, nada é de graça na vida!), porque hoje continuamos pagando as mercadorias pelo preço de antes e ainda temos que pagar pelo saco de lixo que embalará os detritos que iremos despachar.....Sim, porque se colocarmos nosso lixo em uma caixa de papelão, como fazíamos em minha infância, seremos multados pela prefeitura!

Acomodação! Eu vejo que as pessoas hoje são movidas pela acomodação. Eu reciclo lixo. Sou daquelas que lava lata de atum cheia de óleo, pote de maionese e afins. Reciclando e levando ao depositário adequado ( tenho uma caçamba da prefeitura à quatro quadras de minha casa e não me furto ao trabalho de levar o lixo reciclável ao lugar adequado), sobra-me pouco lixo diário, coisa que, de forma responsável, uma ou duas sacolinhas de supermercado por dia dariam conta facilmente. Com um pouco de tempo e uma calculadora, cheguei à conclusão de que pagar dezenove centavos por uma sacolinha no supermercado sai mais barato do que comprar um rolo de sacos de lixo destes convencionais.



Fico incomodada quando as pessoas me olham atravessado nos mercados quando digo que vou pagar pelas sacolinhas biodegradáveis para levar minhas compras. Elas me olham como se eu estivesse cometendo um crime contra o planeta. Elas não sabem que fiz contas, que reciclo com responsabilidade, que me importo com o que vou deixar para meus netos ( se um dia os tiver). Elas não sabem que vivi em uma época em que ninguém se importava se eu teria futuro, mas, tudo bem. Eu tenho certeza que estou fazendo o correto. Não vou enriquecer aqueles que vivem de fabricar sacos de lixo, só porque alguém decidiu que isto é o correto.

Ninguém nos útimos quinze anos se importou se estava fazendo o melhor para mim, que estaria vivendo nesta época, mas nem por isto vou mandar a próxima geração se lixar. Faço o que minha consciência manda, e sei que é pouco para quem vem por aí, mas nem todos tiveram a criação que eu tive dos meus pais/avós, nem todos tiveram a criação que dei a meu filho. Falta separar o joio do trigo. É fácil e bonito se falar em salvar o planeta quando se faz cortesia com a cartola alheia. O que falta à geração de hoje é atitude com consciência. É saber porque esta ou aquela decisão é importante. Nao porque é moda, não porque está nos TT's, nem porque foi comentada no CQC, nem porque foi matéria do Fantástico. Apenas porque é o correto. Ler é importante. Informação com responsabilidade é tudo. Mas receio que a geração que vem vindo não terá tempo para isto...... Lamentável.......

A FAMÍLIA QUE EU ESCOLHI TER PARA MIM - MEUS 50 ANOS!!!!

Meninos e meninas,

( até isto já virou tradição, né)

Queria ter vindo aqui antes, mas não me foi possível.

Há muito tempo eu não ficava sem palavras. As indignações com a política, as trocas de idéias com meu filho, os conselhos para amigos, as saudáveis discussões com meu maridão sobre trocar ou não a cortina da sala ou sobre a beringela ser mais saudável se assada ao invés de à milanesa, as infinitas brigas com quem não concorde comigo sobre a retirada das sacolas plásticas dos supermercados ser um engôdo e não postura ecológica e até as minhas longas e inacabáveis Fics de Criminal Minds arrancam de mim milhares de palavras, sempre com muita facilidade. Sempre tenho algo a dizer, ou a escrever. Sempre. No entanto no sábado eu fiquei sem palavras. Não apenas na hora em que percebi que tinha sido "pega" de novo de calças curtas, mas muitas horas depois do acontecido!

Quando fui buscar a Elaine não pudia imaginar como ia acabar meu dia!!


Depois que eu saí da Monte Líbano eu tive um compromisso com meu marido à noite, coisa da empresa dele, e foi difícil explicar porque por tres vezes me vieram lágrimas no olhos enquanto tocavam pagode de má qualidade no evento ( tá, muitos, inclusive a mulher do chefe dele, devem ter pensado q eu estava chorando de raiva, pq ela mesma parecia querer chorar c a péssima qualidade da música e do conjunto - perdoem os que gostam, ok, nada é perfeito!), mas na verdade eu estava ainda pensando em tudo o que tinha acontecido.

Com a turma toda 

Foi muito especial, talvez porque estou mais acostumada a cuidar dos outros do que ser cuidada, porque é assim que eu sou. Me divirto mais fazendo a comida p os outros do que comendo, mais organizando a diversão do que usufruindo dela, sou mais feliz quando vejo aqueles que eu amo felizes. É assim que eu sou. Isto não vai mudar. Logo, receber tanto carinho foi muito especial. Até porque eu soube dos 99 e-mails trocados. Soube do cartão assinado ( só soube, ainda tá com a Elaine, vou pegar ainda esta semana!), soube do capricho da Marcília e toda a sua dedicação para transformar um presente que por si só já era maravilhoso em algo muito, mas muito especial. As fotos na caixa ( e, espero q todos tenham oportunidade de conhecê-la pessoalmente), contam nossa estória de vida nestes 10 anos juntos, contam nossos encontros, descobertas, nos lembram que crescemos e partilhamos muita coisa, alguns a mais tempo, outros nem tanto.

Fazer 50 anos é meio que um divisor de águas, um rito de passagem, meio que como quando a gente atinge a maioridade. Por mais que queira me convencer de que é apenas um número como 48, 49 ou 51, acontece de você parar para fazer um balanço, de ver o que já conseguiu até aqui, o que quer daqui prá frente, o que ainda te faz feliz.

Algumas das minhas perguntas ainda continuam sem resposta, mas uma delas eu não preciso pensar para responder: eu quero a minha Família ESFiles sempre perto do meu coração, quero poder sempre continuar mimando todos vcs, quero enchê-los de lasagna e brigadeiros e de quebra, quando necessário, ter meu ombro à disposição de vcs para aqueles tempos em que não é o momento de brincar. No meu coração cada um de vcs terá sempre um porto seguro, precisando ou não fazer uso dele.

Na saída, a turma se despedindo do meu carro, patrimônio de 10 anos do grupo, tantas estórias.... Vamos ter que criar estórias novas com o Peugeot, ehehe!

A propósito, quero que saibam que o presente q ganhei será super bem aproveitado, já que pareço ser a peça de resistência do grupo, aquela que ainda assiste regularmente AX - sempre à meia noite no TCM!!!, (mas não é sempre q dá p ver!) e agora, à qq momento no aparelho de DVD mais próximo! - e que ainda aguarda ansiosamente pelo AX3 ( tá, agora é momento em que a Bia e a Marke me batem, ehehe!).

Amo todos vcs de coração. Obrigada pela lembrança, pela dedicação e carinho. É gratificante saber que o gosto particular por coisas excêntricas ( bom, fazer loucuras por AX já foi bem mais excêntrico!) nos uniu, que a necessidade de ter com quem dividir nossas maluquices deu forma à família que eu escolhi ter para mim!

Espero todos vcs aqui na mesma bat-data, no mesmo bat-local, para o mesmo bat-louco evento anual ( este ano mais especial do que nunca - são nossos 10 anos juntos!!!!), pagando o indispensável bat-mico de sempre e estarei preparando meus ouvidos para os agudos alucinados de toda(o)s em I Will Always Love You da finada de 2012, Whitney Houston ( claro, isto se outra celebridade não bater as botas mais prá frente!).
Bjos com carinho!

Débora