quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Criminal Minds 10×11: The Forever People


A volta dos feriados natalinos nos trouxe um episódio de Criminal Minds com um assassino psicopata e uma JJ enfrentando seus piores fantasmas. Quando são encontrados corpos congelados em um rio na cidade de Nevada, a equipe é chamada a traçar o perfil do assassino e encontrá-lo.

Descobrimos aos poucos que uma mãe com seu filho pequeno foram aliciados pela Forever People, um culto que abusa de métodos de condicionamento e lavagem cerebral para manter os seguidores controlados. Isto nos leva a conhecermos  Colton Grant, o líder da seita. É JJ quem percebe que há algo diferente com um dos seguidores e o chama para interrogatório, descobrindo que na verdade, ele é o pai que tenta resgatar seu filho infiltrando-se no local como um adepto no momento em que recebe um telefonema de ajuda da tal mãe, mencionada acima.



que cultos nos remetem de imediato à experiência da equipe quando estiveram em Colorado, em Minimal Loss com Cyrus e sua fúria religiosa, mas na verdade a coisa desta vez não corre bem desta forma. Embora Colton Grant seja um grande picareta, que arrecada dinheiro sob a  sombra de uma ONG que em teoria existe para controlar o aquecimento global, desta vez o assassino não é o líder do culto. É JJ, que em estado de fúria pelo momento que está atravessando que vai percebendo as migalhas no meio do (como entrevistar o único seguidor que ousou lançar um olhar para ela) e, mais para o final do episódio, arriscar sua vida inconsequentemente para matar o unsub (um membro da seita) e salvar a vida de um pai que arriscou-se por seu filho.

Embora tenha uma sub trama interessante, o episódio é todinho de AJCook. Prestes a completar um ano de sua captura e subsequente tortura, ela está a beira de um ataque de nervos. Seja física ou psicologicamente ela mostra-se afetada pelos traumas do seu passado recente, lamenta-se por ter perdido um filho, por ter sido enganada e depois maltratada fisicamente pelo seu algoz.

Sua irresponsável condução para finalizar o caso, matar o assassino e resgatar o refém são um retrato cruel do quanto JJ está sofrendo e nem bem sabe como conduzir suas  palavras e ações e embora tenha um marido que ama e um filho que ama ainda mais, ela está meio que a “chutar o balde”. Sua conversa com Reid é quase um monólogo, visto que há pouco que o rapaz possa fazer por ela. É um desabafo unilateral, onde Spencer tenta ajudar sabendo que pode fazer muito pouco (por sinal, uma cena emocionante).

É na ato final que o roteirista (Breen Frasier muito inspirado) se esbalda, oferecendo um confronto direto entre JJ e seu maior pesadelo. Analisando o histórico de Tivon Askari – cortesia de Emily, via Spencer, (em brilhante interpretação de Faran Tahir) nossa Jeniffer confronta seu medo, jurando não ceder a tudo o que Tivon promete arrancar dela em vida. Ela sabe que pode sucumbir a todas as  fraquezas previstas por ele, tais como perder o sono, o emprego e a própria família, mas ao sair da sala deixa claro que irá deixar ele também para trás. Nega-se a ser mais vítima do que já foi e só o tempo nos dirá se ela conseguirá. A cena configura com clareza aterrorizante, os efeitos das vivências de pessoas na posição de JJ, gente que todos os dias negocia com o diabo em troca de resultados duvidosos, nestas guerras espalhadas planeta afora, gente que carrega marcas que nem a pele nem a memória podem apagar. É apenas um aperitivo para todos os noticiários diários que acompanhamos, gostemos ou não.
É provável que os efeitos deste trauma em JJ retornem em episódio apropriado, mais à frente na temporada, mostrando-nos (ou não) o quanto ela foi capaz de lidar com tudo isto.

Como sempre, um excelente episódio! Aguardando os próximos!!!!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Coração Torto, Coração Tolo





Meu coração é torto. Torto e angustiantemente tolo.
Claro, ele bate,tal qual qualquer outro coração humano existente.
Mas certamente bate em uma onomatopeia diferente.

Seu compasso nunca é regido pela realidade.
Ele bate melhor na ilusão.
Na esperança.
Na paixão.
Ele bate mais forte quando se apaixona e, às vezes
deixa de bater porque está apaixonado.

Meu coração é meu pulmão buscando no ar
fôlego para aguentar o dia a dia.
Ele é meu cérebro dissecando a razão,
nem sempre tão feliz em sofrer pelo que vale a pena.
Meu coração são minhas pernas,
correndo atrás de bons motivos.
São meus braços,
ue querem abraçar o mundo e muito mais.

Este coração vagabundo, irresponsável,
mina meus sentidos quando mais preciso deles.
Nega-se a crer que o mundo deixou de valer a pena,
e prende-se aos detalhes para me convencer do contrário.
Este imprestável resiste à dor de cada notícia ruim,
sempre com um sorriso aberto
de quem acredita em um dia melhor.

Este tratante procura cor nos desenhos em sépia
e ouve música nos incômodos silêncios.
Recusa-se a crer que o mundo
já não tenha as cores que as caixas de lápis de cor apresentam.

Quando penso em desistir, é ele quem primeiro protesta.
E me enche de motivos para continuar a sorrir.
São tantas mortes de inocentes,
E ele me lembra do homem que amo.
São tantas crianças com fome,
E ele me lembra do amor do meu filho.

São as guerras e o ódio disseminado,
e ele me lembra da minha família,
Meus irmãos, meus pais, avós.
Vejo a falta de gentileza e ele me encanta
com o sorriso lindo dos meus sobrinhos.

É tanta solidão e tristeza que fecho o jornal.
É quando ele me lembra dos amigos que fiz,
das pessoas que conheci em meu caminho,
das crianças que vi crescer, ensinando o bem,
o amor, a educação e a paz.

Meu coração é um vigarista barato,
que mexe com as minhas emoções.
Que ousa me convencer que além das guerras
existe a paz em algum lugar.
Existe a esperança.

Este coração é uma criança.
Nunca cresceu.
Nunca se permitiu ser derrotado.
Nunca abandonou seus ideais.
É um coração corajoso.
Deposita em seus sonhos
toda a vontade de viver
e todo o seu medo de morrer,
sem fazer a diferença.
Pobre infeliz....

Nestes tempos nebulosos ele sofre ainda mais.
Sua fé inabalável no imperfeito ser humano
o torna suscetível demais.
E dá-lhe batida extra, em um sobressalto,
se quem você ama não está bem.

Coração irreparável,
incorrigível, irrecuperável.
Traste que me domina e me engana,
fazendo de conta que me faz feliz.....
Querendo acreditar que não tenho olhos,
nem ouvidos, que não sei ler ou ver ou sentir.....

Não sei se te amo ou te odeio....
Me fazes crer no improvável e eu gosto....
Me deixas sonhar, te agradeço....
Traz de volta a cor aos meus olhos e
a melodia aos meus ouvidos....

Coração tratante, obrigada.
Graças a tua irreverência eu posso ser quem eu quero
e sonhar quanto queira.
Graças àquela batida a mais posso acreditar
e resistir e rebater aquele que discute comigo.

Coração descuidado este,
que me ensina todos os dias a ser descuidada também.
A não chorar antes da hora,
não lamentar antes do fim.
A crer, tanto e sempre que,
no entanto, faz de mim tão tratante quanto és,
tão descuidada e errante,
e ainda assim feliz.

Porque não me torna ausente,
não me idiotiza.
Apenas faz de mim, mais humana do que a maioria é.
Mais falível, mais sensata, mais eu apenas.
E eu gosto disto.

Gosto do meu coração torto
e irremediavelmente tolo.
Ele me lembra todo o tempo que tenho que ser melhor
e não me importo.
Ele faz de mim, tudo aquilo que sempre desejei ser.
Mesmo estando errada.

Coração torto,
coração tolo......

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Sobre O Amor A Um Time



Por favor órgãos de imprensa e população em geral, parem de usar o termo “torcedores corinthianos” para qualquer um, pessoas que fazem vandalismo e cometem crimes com a camisa de um time não são torcedores, são bandidos e devem ser tratados como tal. Digo o mesmo acerca dos criminosos que depredaram o patrimônio público e privado na frente da porta da Arena Palmeiras. E assim para todo e qualquer time. Não podem ser torcedores do meu Corinthians ou do São Paulo, Santos, Palmeiras, Flamengo, Vasco, vândalos que desclassificam e desonram o nome sagrado que representa tantas pessoas de bem.

Minha paixão pelo meu time é herança orgulhosa do corinthiano mais íntegro, honesto e humano que conheci, meu avô, Sr. Antonio Gutierrez, cuja paixão pelo clube nasceu desde muito cedo. Assim como a paixão de meu irmão pelo seu time, São Paulo,foi herança de meu pai, avô paterno e tio e cabe aqui mencionar que integridade e honestidade são os adjetivos que melhor definem meu irmão Mauro Ratto .

Desta forma, além de sentir-me profundamente ofendida quando vejo um repórter chamando um criminoso que usa a camisa do meu time de “torcedor”, imagino que a grande maioria dos torcedores de bem dos mais diversos times também se sintam desconfortáveis. É gostoso brincar com amigos, zoando-os quando perdem e da mesma forma aceitando as brincadeiras quando a vitória não é nossa, sempre de forma respeitosa, sem ofensas pessoais, sempre deixando a rivalidade intrínseca e imensa dentro do campo de futebol, afinal sem um tremendo adversário nenhuma vitória é realmente bem aproveitada. Daí a ser comparada a pessoas de péssima índole, sem educação, sem senso de civilidade, acostumados a criar confusão sem serem punidos vai uma distância imensa.

Ser um torcedor apaixonado é algo meio sem explicação. É meio como sofrer por um problema que você não criou, mas cujas conseqüências você irá arcar. Você quer ignorar o clássico, mas seu coração dá um salto diferente naquele domingo. Você não é supersticiosa, mas por via das dúvidas, mantém teu pequeno ritual, sabe como é, não custa tentar. Você se inflama durante o jogo, xinga, chama por Deus sem necessidade e sua um balde até o jogo acabar. Ser torcedor é ter orgulho de dizer que torce pelo teu time, mesmo quando você está cercado por pessoas do teu maior rival. Ser torcedor é tudo isto e muito mais, mas o que não é ser torcedor, é cometer atos vergonhosos usando uma camisa que merece respeito e prejudicar seu time com punições, com a necessidade da torcida única, com o medo que se instala aos honestos de comparecerem em família ao estádio para se divertir, para torcer e para passar em paz aquelas duas horas e pouco de um dia de jogo.

Enquanto não se tratar o vândalo como vândalo, o criminoso como criminoso, isto não vai melhorar. Os clubes precisam se posicionar a respeito das torcidas organizadas, repudiando e inibindo tais práticas e a polícia precisa tratá-los como civis que praticam atos ilícitos e não como atos de uma torcida inteira. Os estádios precisam voltar a ser da população como um todo e não reduto de torcidas organizadas que abrigam bandidos que anarquizam e atormentam a vida do torcedor comum.

Bandidos existem em todos os setores, em todas as profissões, em todos os meios. Não podemos permitir que trastes desta espécie manchem o orgulho que temos por torcermos pelo nosso time do coração!
Chega de violência e criminalidade no futebol! Aliás, chega de violência e criminalidade em nosso dia a dia.....

PS.: Viu querida Silvinha Vieira porque naquela manhã para ir à Arena eu deixei para colocar a nossa linda camisa lá?

Criminal Minds 10×10: Amélia Porter


Encerrando a temporada pré feriados natalinos, Amélia Porter faz jus ao conteúdo geral desta décima temporada até então, com um roteiro original, interpretações do elenco convidado de ótima qualidade e um Rossi para lá de travesso.

Após serem chamados a Salt Lake City para investigar o assassinato de quatro pessoas, começamos a conhecer melhor Benton Farland, um camarada que acaba de sair da prisão, onde cumpriu  pena por estuprar e matar, juntamente com a tal Amélia Porter, sua própria irmã. Ao longo do filme descobrimos o relacionamento do unsub com seu pai ( a quem ele também mata em uma acesso de raiva ) e com seus sobrinhos, Andy e Rebecca, que ele leva com ele durante sua fuga.

amélia 3

Amélia Porter nunca foi punida, pois fugiu e deixou o rapaz pagar por tudo sozinho. Tudo nos leva a crer que Benton é um desequilibrado sem sorte, que foi manipulado por sua parceira, uma mulher na época muito mais velha que ele que influenciou seu mal comportamento. Ao raptar seus sobrinhos, temos a impressão de que o rapaz é do tipo, quanto mais faz para consertar tudo pior fica e ele só vai se afundando. Em uma interpretação inspirada do ator convidado Travis Caldwell, encontramos o horror dos crimes cometidos em família, para mim, sempre mais contundentes e trágicos do que os crimes cometidos por estranhos. A intenção é sempre culpar o envolvimento com pessoas erradas, as chamadas más companhias, para justificar o fato inacreditável de um irmão estuprar e assassinar sua irmã.

Por outro lado, a aceitação meio passiva de seu sobrinho em seguir Benton e manter sua irmã Rebecca como refém, nos deixa em dúvida se o sobrinho seguirá os mesmos passos do tio, também se deixando levar pela má influência, ou se apenas está colaborando para que o pior não venha a acontecer com ele e sua irmã. Aqui também bastante sólidas foram as interpretações de Kasey Campbell e Mary Mouser, respectivamente como Andy e sua irmã Rebecca, suficientes para gerar inquietação e convencer. Falo isto porque atualmente tem sido difícil os atores muito jovens darem conta do recado em termos de interpretação ( não só nas séries americanas, também em obras brasileiras tem sido difícil encontrar candidatos a futuros astros).

De qualquer forma, a tentativa de salvar-se e à Rebecca jogando o em uma ribanceira acaba supostamente no assassinato frio e sem qualquer remorso de Andy e fica que as intenções de Benton são as piores quando ele foge com a moça. E aos poucos a equipe vem desmembrando o caso e traçando o perfil do unsub até levá-los ao início, quando da morte de Míriam. Isto coincide com a chegada de Benton a uma cabana em lugar remoto, onde iremos descobrir que o manipulador e a má influência é nosso unsub e não Amélia, como o desenrolar da trama nos faz imaginar. É quando o horror é melhor explorado, quando nos choca ouvir que o rapaz quer reviver com sua parceira sua experiência inicial, pois afinal, Rebecca é a cara da mãe….. É difícil simpatizar com Amélia, mesmo ficando claro que ela também fora uma vítima (?) de Benton. Ao ser encurralado pelos nossos agentes, para não voltar à cadeia, o sujeito faz um favor à humanidade e tira a própria vida, porque sejamos francos, alguém com este tipo de psicopatia e maldade não tem qualquer perspectiva de recuperação. E Adélia, agora localizada, provavelmente também pagará sua pena por seus atos e suas péssimas decisões.

améila 2


Quanto ao encerramento do caso de Hotch e Beth fiquei satisfeita com a condução do assunto. Aconteceu de forma natural e coerente com a linha de pensamento do personagem, muito de acordo com a discrição de Hotch, que nunquinha iria bater choramingando na porta de Rossi ou de qualquer outro para lamentar o rompimento. E a química existente entre os atores Joe Mantegna e Thomas Gibson é tão impressionante, fruto de anos de experiência, que apenas eleva o nível da estória. Muito a cara do Rossi ficar ofendido por ter perdido a oportunidade de ser o primeiro a saber e, assim, socorrer o amigo com seus goles de envelhecido vinte anos e seus charutos cubanos. E a cena final… super engraçada, mas ainda sem descaracterizar os personagens. E muito bom saber que Hotch ainda tem cartas na manga…

Até a próxima pessoal!

Criminal Minds 10×09: Fate


Quando você inicia sua carreira profissional está suscetível a cometer diversos enganos de principiante e isto é perfeitamente aceitável e, supõe-se, se você for esforçado, irá aprender com seus erros. Um bom profissional erra e constrói uma carreira sólida em cima de seus aprendizados. Isto eu posso compreender. E aceitar. O que não perdoo é o profissional que não usa seus erros como método de aprendizado, que passa anos pecando pelo seu excesso de confiança, que não se torna o melhor no que faz com o passar do .

Dito isto, direi, ao contrário da grande maioria, que Fate foi um péssimo episódio.  De forma geral, vi fãs em êxtase com as cenas ora arrogantes, ora fofas do Rossi com sua até então desconhecida filha. De forma geral, é o tipo de episódio que agrada a maioria. Mas, convenhamos, depois de dez anos escrevendo roteiros brilhantes, a equipe responsável pela criação das estórias  nos deve mais do que apenas agradar.
Embora contando com brilhantes interpretações do elenco convidado, com todo o empenho de Joe Mantegna e seus colegas do elenco regular e com muito boas intenções, o roteiro deste episódio é furado como uma peneira. Faltou pesquisa. Sobrou boas intenções. Intenções de inúmeros argumentos para amarrar uma estória que começou errada.

Analisando inicialmente os motivos da unsub, nos deparamos de cara com uma falha no mínimo informativa: bastava acessar o google  para descobrir que a síndrome sugerida ( também conhecida como Síndrome do Pavio Curto ou Síndrome de Hulk) não pode ocorrer através de traumas físicos como é relatado pela equipe durante a passagem do perfil. Tal doença tem origem genética ou psicossocial ( adquirida através de traumas emocionais, jamais físicos, como uma lesão no lobo frontal).  Logo a unsub nunca poderia ter adquirido a doença em seu acidente. Da mesma forma, ainda vasculhando o google, também saberemos que a síndrome não provoca dissociação da realidade como sugere o roteiro. Embora a culpa e vergonha sejam características marcantes, em nenhum momento  ela  deixaria de perceber os crimes que estava cometendo.

Ainda  sobre a unsub, fica difícil acreditar que alguém que sofre  de um distúrbio tricotômico ( arrancar os cabelos) possa controlar e esconder sua necessidade de um marido com quem divide a . Tal síndrome destaca-se pela compulsão, ou seja, o doente não consegue evitar o ato de arrancar os cabelos. Acho infantil crer que ela só arrancasse seus fios durante a ausência de seu marido e filhos. A característica primeira de uma compulsão é não poder controlar o momento em que a pessoa se auto mutila. Isto para nem mencionar o fato de que pessoas, com o intuito de esconder sua compulsão de seus parentes , arrancam fios um a um e nunca uma mecha do tamanho da apresentada pela  policial no local do crime. Informação desencontrada em excesso só confirma minha teoria: menos é sempre mais.



Quanto ao fato de Rossi ter uma filha nem sei por onde começar. Embora a cena inicial tenha sido muito simpática ( ele acuando a moça no carro querendo saber quem era seu perseguidor, oferecendo o café e tal) aqui também faltou o mínimo de pesquisa básica para ancorar a   estória. Em diversos episódios ouvimos David contar que seus três casamentos fracassaram porque suas esposas não aguentaram a pressão de uma vida ao lado de um homem desatento a compromissos pessoais, sem hora certa para começar e terminar seu expediente, faltoso nos momentos primordiais em atenção entre outras coisas. Eis que então acompanhamos em flashback um Rossi que desprezou os pedidos ansiosos da esposa para ficar, em uma tentativa de fazer dar certo o relacionamento. Ou, em outras palavras, quem não tentou fazer dar certo foi ele, não sua esposa na época. Na mesma linha, nos perguntamos como Rossi passou quase um ano vivendo em Paris, em plena atividade profissional no FBI. E, então, surge um novo problema. Ele alega que em 84 precisava optar  por sua carreira ( algo como uma oportunidade de principiante) . Ocorre que, em Profiler 101, episódio da oitava temporada, David conta que também em 84 ele já se encontrava no BAU, em caça ao unsub que lhe entrega um nome de vítima a cada aniversário. Ainda pior: foi divulgado que em episódio a ser exibido, Jason Gideon e David Rossi irão trabalhar juntos no BAU na década de setenta.

Estas foram apenas algumas das coisas mal  pesquisadas do episódio. E, neste ponto sou rigorosa. Em uma série com dez anos de estória, a lição básica a ser seguida é respeitar a linha do tempo, é estabelecer uma cronologia mínima para um personagem e não fugir dela em momento algum. Pode parecer pouco para o grande público que se empolgou com a cena emocionante de Rossi tentando se redimir no aeroporto, mas não dá para ignorar  o comportamento arrogante e quase histérico dele com uma suposta filha. Há unsubs que ele já tratou com mais educação do que ele tratou a moça sem ao menos ouvi-la.

Há também o lado da mãe. Uma diplomata, mulher esclarecida ( aliás, no episódio 6×22 – Out of the Light – foi descrita rapidamente pelo próprio Rossi aos companheiros como: minha segunda esposa era artesã???), que por opção oculta por quase trinta anos o fato de ter tido uma filha com um homem com quem fora casada. Não consigo imaginar que, ao saber que sua filha agora conhece quem é seu pai legítimo, não se dá ao trabalho nem de prevenir o pai de que será procurado pela moça, e nem sequer facilita a vida da própria filha: faz com que  ela tenha que juntar documentos para formar um dossiê!



A cereja do bolo é sem dúvida Hotch, ao final do episódio, depois da moça gritar a plenos pulmões no meio do saguão do BAU ser filha de David, ele perguntar ao amigo: “-Algum problema, David?” Dispensa comentários…É esperar pelo próximo!

Até mais!