terça-feira, 13 de março de 2012

A Falsa Ecologia - Uma Reflexão

A FALSA ECOLOGIA

Eu estou longe de ser perfeita. Mas busco ser uma pessoa coerente. Desde sempre me preocupei, uma vez que tive um filho, com o planeta que iria deixar para ele, e, quem sabe, os filhos dele, netos que não sei se terei, viverem. Fui criada em uma época em que as pessoas retornavam as garrafas fossem de refrigerante, de cerveja ou de leite ( sim, sou do tempo em que se comprava leite em garrafas de vidro!), não haviam latinhas, garrafas pet e sacolinhas plásticas. Haviam sim, os sacos de papel pardo, para não dizer que a quitanda aproveitava o jornal do dia anterior para embrulhar os ovos e outras cositas mais... E sempre havia a voz imperiosa de minha avó ou de minha mãe dizendo para não jogar lixo no chão, não porque o planeta corresse algum risco, mas porque alguém ia ter que limpar a sujeira feita por mim e isto, nossa!, isto não parecia nada justo! Eu deveria ser responsável por meu próprio lixo!

É difícil para uma criança absorver a importância de tal conselho, mas também sou de uma época em que não se questionava os ensinamentos. A gente obedecia. Para o bem ou para o mal, a gente não se punha a discutir com os pais sobre a validade de uma ordem, a gente apenas acatava.



Houve sim, um momento em que me rebelei, em que achava que sabia mais que todos eles, que devia criar meus próprios conceitos. Claro, como todo jovem, eu questionei. Mas, eu não era exatamente uma rebelde sem causa. Me foi ensinado a sempre me informar antes de questionar. Ler, aprender, discutir, debater. Verbos que a juventude de hoje parece não saber mais conjugar.

Curioso como a vida é cíclica. Hoje me pego repetindo coisas que minha avó e minha mãe pregavam. Mas diferentemente da minha juventude, curiosa, revolucionária, interessada e questionadora, vejo uma geração que apenas digere o que lhes é imposto como certo ou errado. Às vezes acho que esta meninada tem preguiça de pensar...

Vamos analisar a questão das sacolas plásticas nos supermercados. Sacos plásticos são uma invenção relativamente atual, como as garrafas pet e as latinhas. Como disse antes, os estabelecimentos comerciais na minha infância/juventude não as utilizavam. Eu muitas vezes fui às compras usando um carrinho, destes que a gente usa na feira, ou uma sacola de lona qualquer. E muitas vezes tomei o ônibus, época em que o carro era um luxo que eu não podia me dar, carregando frutas e verduras amarfanhadas em uma única sacola, estratégica e matematicamente colocadas para que o abacaxi não estraçalhasse as folhas de alface antes de chegar em casa.



Eis que, ao surgirem, as sacolinhas passaram a ser o conforto de quem, apesar de precisar ainda subir em um ônibus ou andar quilometros à pé até seu destino, podia dividir o peso e separar folhas e frutas, legumes e verduras, com o benefício de não precisar mais carregar peso extra na ida às compras ( foram deixados de lado o carrinho e as sacolas de lona ).



Além do mais, havia um benefício extra: podia-se usar a mesma sacolinha para se acomodar o lixo, aquele que deveria ser despachado todos os dias ( ou dependendo da cidade, dia sim dia não).

Nada mais prático, nada mais adequado. Bastava- se educar as pessoas a usar as sacolinhas comedidamente, e não de forma irracional, usando-as para colocar não apenas uma casca de banana ou outra casca de fruta, mas aproveitado-a ao máximo.

Então, algum esperto, lobbista, com certeza, nos dias atuais vem dizer que o plástico leva cem anos para se decompor. Justo. Não posso questionar o prejuízo ao planeta. No entanto, me pergunto, se a sacolinha de plástico ralo e vagabundo ( convenhamos, só de olhar as sacolinhas de supermercado se rompem!!) leva cem anos para se decompor, quantos anos levarão para se decompor aqueles sacos de lixo reforçados que eles nos vendem a preços exorbitantes, com o intuito de embalar nosso lixo adequadamente? Aí, vou mais além e me pergunto porque os supermercados não estão descontando de suas mercadorias, o valor embutido das sacolinhas que antes adquiríamos ( gente, eu trabalho com comércio, creiam-me, nada é de graça na vida!), porque hoje continuamos pagando as mercadorias pelo preço de antes e ainda temos que pagar pelo saco de lixo que embalará os detritos que iremos despachar.....Sim, porque se colocarmos nosso lixo em uma caixa de papelão, como fazíamos em minha infância, seremos multados pela prefeitura!

Acomodação! Eu vejo que as pessoas hoje são movidas pela acomodação. Eu reciclo lixo. Sou daquelas que lava lata de atum cheia de óleo, pote de maionese e afins. Reciclando e levando ao depositário adequado ( tenho uma caçamba da prefeitura à quatro quadras de minha casa e não me furto ao trabalho de levar o lixo reciclável ao lugar adequado), sobra-me pouco lixo diário, coisa que, de forma responsável, uma ou duas sacolinhas de supermercado por dia dariam conta facilmente. Com um pouco de tempo e uma calculadora, cheguei à conclusão de que pagar dezenove centavos por uma sacolinha no supermercado sai mais barato do que comprar um rolo de sacos de lixo destes convencionais.



Fico incomodada quando as pessoas me olham atravessado nos mercados quando digo que vou pagar pelas sacolinhas biodegradáveis para levar minhas compras. Elas me olham como se eu estivesse cometendo um crime contra o planeta. Elas não sabem que fiz contas, que reciclo com responsabilidade, que me importo com o que vou deixar para meus netos ( se um dia os tiver). Elas não sabem que vivi em uma época em que ninguém se importava se eu teria futuro, mas, tudo bem. Eu tenho certeza que estou fazendo o correto. Não vou enriquecer aqueles que vivem de fabricar sacos de lixo, só porque alguém decidiu que isto é o correto.

Ninguém nos útimos quinze anos se importou se estava fazendo o melhor para mim, que estaria vivendo nesta época, mas nem por isto vou mandar a próxima geração se lixar. Faço o que minha consciência manda, e sei que é pouco para quem vem por aí, mas nem todos tiveram a criação que eu tive dos meus pais/avós, nem todos tiveram a criação que dei a meu filho. Falta separar o joio do trigo. É fácil e bonito se falar em salvar o planeta quando se faz cortesia com a cartola alheia. O que falta à geração de hoje é atitude com consciência. É saber porque esta ou aquela decisão é importante. Nao porque é moda, não porque está nos TT's, nem porque foi comentada no CQC, nem porque foi matéria do Fantástico. Apenas porque é o correto. Ler é importante. Informação com responsabilidade é tudo. Mas receio que a geração que vem vindo não terá tempo para isto...... Lamentável.......

5 comentários:

  1. Quando eu penso na meninada de hoje. Quando eu vejo as atitudes da minha propria irmã. Quando eu penso na maneira como ela foi criada eu me questiono se quero colocar um filho nesse mundo. Se me darei ao trabalho de remar contra a maré para tentar dar uma educação diferente da atual (e mais parecida com a que recebi da minha mãe). É tanto trabalho ..... rs

    ResponderExcluir
  2. E quanto às sacolas .... sou da mesma opinião. De que adianta tentarmos salvar o mundo retirando as sacolas dos mercados se neste mesmo lugar ainda são vendidos, diariamente, tantos outros produtos que agridem o meio ambiente ? Que hipocrisia, não ?

    ResponderExcluir
  3. O mundo foi criado e dado para os seres humanos sobreviverm e desfruta-lo!

    ResponderExcluir
  4. O mundo foi criado e dado para os seres humanos sobreviverm e desfruta-lo!

    ResponderExcluir
  5. O mundo foi criado e dado para os seres humanos sobreviverm e desfruta-lo!

    ResponderExcluir