quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Criminal Minds - 8x02 - The Pact - Meus Comentários


Fui me deitar com duas palavras na cabeça: justiça e impunidade. Gostaria de ter escrito meus comentários logo após ter assistido o episódio, pois o impacto que ele me causou infelizmente se perderá um pouco agora, horas depois. Mas me veio à cabeça ontem, junto com meus pensamentos aquela frase ( não lembro o autor ) que diz que se você pretende fazer   justiça com as próprias   mãos,   deve cavar 2 covas ( ou algo assim, não lembro exatamente, mas ela se encaixa perfeitamente no episódio).




 Promo Oficial 8x02
 


Embora a ideia não seja exatamente original, sua execução foi brilhante. A dor da mãe negra era quase palpável e a interpretação da atriz excelente. Aquela mãe foi vítima três vezes: quando perdeu sua filha, quando não conseguiu justiça à altura para o assassino dela e quando foi manipulada cruelmente pela psicopata que a guiava nos crimes. Todos   somos   capazes de matar, mas nem todos somos capazes de conviver com isto. A constatação de que vingar sua filha matando ela própria os culpados não lhe traria algum conforto foi, talvez, a quarta injustiça  da qual foi vítima.


Em contraposição à ela, a outra ponta da corda. Esta sim, uma pessoa doente, que sentia mais prazer em matar do que em vingar quem quer que fosse, usando a dor da morte do sobrinho como desculpa. Por isso somos diferentes uns dos outros. A injustiça da qual foi vítima foi apenas o gatilho para que ela saísse derramando seu sádico prazer e com ela arrastasse mais alguém junto. Claramente ela mostra que diverte-se não só em matar, mas em conduzir a outra mãe a este feito ( no banheiro, quando ela pega a amiga vomitando, fica implícito o quanto ela se espanta com a fraqueza alheia e o quanto ela acha isso um absurdo!)





 


O subterfúgio de fazer parecer que o último sujeito a ser perseguido havia de fato se recuperado foi inteligente, pois criou nova reviravolta com a descoberta do fato em contrário. O duelo entre os dois personagens doentios no carro foi genial, pois era quase possível sentir a    satisfação   da mulher ao    volante ouvindo a descrição dos atos do assassino. A própria forma de assassinar, arrastando os corpos mostra uma crueldade aquém da necessidade de obter-se justiça. 
 
O que achei interessante no episódio, entre outras coisas foi o fato de serem duas mulheres. Dinâmica incomum na série, mas que deu muito certo. Outra coisa interessante foi explorar a fragilidade da justiça, coisa da qual a gente vive reclamando por aqui, mas que parece ser inerente ao sistema judiciário de qualquer país. Por fim, gostei muito da interpretação dos três convidados principais. Fazia tempo não me lembrava de coadjuvantes tão bem destacados para os papéis.


Quanto ao final, sensacional. O diálogo das duas, o comentário feito pela psicopata sobre todo crime ter que ser punido e tão logo ser pega    pela   surpresa de ter    sido encontrada pelo Rossi, sem demonstrar qualquer surpresa ou revolta com o fato, a "fuga" da outra mãe, que mesmo que não tenha conseguido ser presa pela polícia, passaria a vida toda presa à sua consciência e à sensação que talvez  não tenha valido à pena, pois nada traria de volta sua filha nem sua vida "normal". Cada uma das assassinas, de acordo com sua predisposição para os crimes teve a prisão que"merecia", usando aqui de uma licença poética, pois também acho que todo crime deve ser punido. Mas, pensando bem, talvez sua pena tenha sido maior que a da amiga, tendo em vista o seu caráter. Apenas o pequeno sorriso que a assassina ao ser presa dá ao descobrir a parceira dentro do ônibus lhe confere alguma humanidade, o que poderia ser meio contraditório ao perfil ou apenas a constatação de que elas eram diferentes, mereciam destinos diferentes. Quase um “valeu à pena!”




Quanto à equipe, Joe Mantegna conseguiu trazer à luz assunto que ele aborda com frequência em forma de homenagem, os militares e suas missões. Com o assunto férias e seus comentários bem humorados a respeito, a roteirista conseguiu manter o momento leve do episódio sem precisar se esticar muito nisto nem perder tempo precioso para ater-se ao caso. Todos tiveram uma participação de certa forma discreta, pois o episódio foi dos convidados, não da equipe, atitude prazerosa, na medida que foi bem conduzida.




Achei meio forçado o fato de a Garcia conseguir acesso à toda a conversa    do    grupo de apoio. Me   faz pensar   se tudo o que escrevemos nos msns da vida fica registrado de alguma forma ( tive a impressão que o grupo se relacionava em uma espécie de chat, não em um grupo). Enfim, recursos necessários para dar andamento à estória.

Observações:

- Ter um casamento meio que à distância deve dar a ambos tempo exclusivo que nunca temos quando vivemos juntos  - FATO!

- Reid, pelo amor de Deus, você é um homem lindo, mas isto não te dá o direito de levantar-se da cama e ir trabalhar sem pentear os cabelos ( para não dizer que um bom corte faz muita falta ) – me perdoem as GGs.

- Quando o Reid dispara sua metralhadora de informações passo a ter certeza de que terei que ver o episódio novamente, desta vez legendado. Não consigo acompanhar metade do que ele diz quando ele se empolga!


- Estranho o comentário do Hotch no início do episódio sobre fazer caridade ( ou algo assim) ser sexy. Meio fora do personagem.

- Naturalmente, a observação acima não me impede de afirmar que Hotch continua sendo uma grata distração ( e claro, mais um bom motivo para rever o episódio).

Que venha o próximo!

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