quarta-feira, 26 de março de 2014

Review Criminal Minds 9x17 - The Persuasion





Nem sei bem por onde começar esta review. Provavelmente porque The Persuasion foi exibido logo depois de Gabby, ele me pareceu ainda mais fraco do que realmente pudesse ser. 

Com um enredo meio mirabolante para contar a estória de um sociopata que tem o ego para lá de inflado, se achando superior, e que, por não conseguir se destacar em nada por méritos, manipula sem tetos e pessoas menos favorecidas intelectualmente para que estas roubem e matem por e para ele. 

Logo de cara vemos Dr. Marvin Caul aliciando Finn Bailey, rapaz que aparece dentro de uma lanchonete em busca de emprego, mas que o experiente Marvin vê como possibilidade de alguém com jeito para atender suas expectativas. Finn na verdade veio em busca da irmã que foi para Las Vegas e deixou de dar notícias. Marvin conta ao rapaz que sua maior realização será quando fizer um show de ilusionismo no Rio de Janeiro, e que, por isto mora nos tuneis de alagamento da cidade, para economizar o máximo de dinheiro possível. Quando vai apresentar seu novo lar ao rapaz, descobrimos que, na realidade, um tal Doutor comanda o lugar, obrigando a todos os indigentes e outros moradores do túnel a pagar um imposto para continuarem ali ( uma parcela generosa de tudo o que conseguiram roubar ). Conhecemos também César, um subserviente faz tudo que responde diretamente ao Doutor. Simultaneamente, acompanhamos os cadáveres de duas mulheres encontradas afogadas no meio do deserto. 

Não sei dizer ao certo o que me incomodou no episódio. Mas algumas coisas foram estranhas, pelo menos para mim:

       - Marvin e Finn aparecem impecavelmente vestidos, Marvin de smoking, banho tomado, cabelos e unhas em ordem, em uma festa luxuosa. Quão limpo pode ser um túnel subterrâneo de controle de enchentes? 

      - Se as moças foram afogadas no túnel quando chovia, onde toda aquela gente se enfia com todas as suas coisas ( inclusive o smoking impecável de Marvin) durante os alagamentos?  

       - Era uma festa particular e luxuosa, eles se infiltraram tão fácil assim?   

       - O assassino mata duas jovens afogadas nos túneis e depois as leva para o deserto de que forma? Um carro, uma van, um táxi?

        - Seiscentos e sessenta e cinco quilômetros de túneis e só com a referência do celular jogado no lixo eles encontraram de bate pronto o local onde estava Cesar e companhia?

        - Marvin tinha conhecimento suficiente para saber, que ao contrário das pessoas influenciáveis que ele manipulava no túnel para roubar e matar para ele, Finn era um rapaz com personalidade bem diferente dos demais, logo, me pareceu ilógico que ele achasse que Finn fosse atirar em Sarah apenas porque ele disse que era o melhor a fazer. Mais provável neste caso seria Marvin ter matado os dois dentro do túnel. Além do mais, Finn havia conversado com a irmã, falado sobre Romeu, sobre um homem que havia lhe apresentado os túneis e fazia refeições no mesmo restaurante onde ambos se encontraram. Pareceu meio forçado Finn dizer todas aquelas coisas apenas no final. Seria melhor que ele não tivesse tido estas informações da irmã. Afinal, desde o começo ele se apresenta como alguém com relativa experiência e vivência, para não ter percebido antes que Marvin era este cara. 

 Quanto o aparecimento de Sarah, o próprio César endossa meu comentário: como diabos uma profissional tenta se infiltrar em um grupo de sem tetos, vestida daquele jeito, cabelo bem tratado, entre outras coisas que compunham seu visual? Para mim não colou. Desnecessário para mim, também foi a inclusão do código dos mendigos na depressão e os números pintados nos locais dos crimes. Excesso de informação que não acrescentou muito ao perfil.

 O episódio foi interessante na medida em que dissertou sobre o uso da neurolinguística, sobre o uso de truques de ilusão, mostrando um pouco de como funciona ( quebras de padrão) e acima de tudo como pessoas influenciáveis e facilmente sugestionáveis são alvo fácil deste tipo de trapaça, que é muito divertida no palco, mas que também faz muitas vítimas quando usadas para a malandragem e o crime.

As melhores cenas de The Persuasion foram  protagonizadas por Reid, primeiro com César, depois com  Marvin ao final do episódio, onde ele mostra que também sabe usar os mesmos truques que o mágico. Embora eles tenham mencionado a neurolinguística, fica claro o uso que Reid faz da natureza sugestionável de César para tirar dele todas as informações que precisava. Da mesma forma, nosso agente usa e abusa da exploração do ego inflado de Marvin para fazê-lo falar e assim, incriminar-se. E, claro, é ótimo vê-lo dizer ao mágico que nem havia nascido em 1977, época do show que havia mencionado. 

Por fim, devo dizer que, por pressão dos fãs, ávidos de saberem cada vez mais sobre a vida privada de nossos agentes, os roteiristas acabam se vendo meio pressionados a mostrar algo pessoal a cada episódio, e desta vez acho que pegaram meio pesado. Embora tenham sido cenas muito interessantes, principalmente quando Reid fala de saber agora como os pais se sentem quando os filhos crescem, não consigo imaginar uma pessoa no estágio de esquizofrenia em que ela já apareceu em outros episódios, onde ele mesmo diz em The Fisher King ( 2x01), que sua mãe só se alimentava porque outras pessoas a lembravam disto, fazendo passeios assim tão aventureiros, mesmo com supervisão.  E se ela tiver uma crise na beira do penhasco? No mínimo, ele como responsável pela mãe deveria ter sido comunicado pela clínica a respeito. Apesar da evolução da medicina e do momento gracinha em que Reid faz piada com Hotch em uma praia, para mim ficou meio incoerente.

É normal existirem situações em geral que deixam pequenos buracos na estória, e que, normalmente não prejudicam o andamento do episódio. No caso de The Persuasion, por algum motivo que não sei bem explicar porque, não funcionou. A culpa disto é nada menos que os próprios ótimos roteiros que vêm sendo exibidos nesta temporada e que nos deixam muito mal acostumados, esperando sempre o melhor.


Até o próximo episódio, pessoal!

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