terça-feira, 7 de abril de 2015

Criminal Minds 10×17: Breath Play


Poucas coisas me irritam mais em um roteiro do que ver que ele pegou carona em um tema de moda, do tipo que todo mundo está comentando no momento. E sim, Criminal Minds esta semana fez exatamente isto.

Em um episódio com uma boa premissa, que não tinha a necessidade de apelar para a moda dos 50 Tons de Cinza, a idéia de vítimas mulheres denotando conotação de fantasia sexual poderia caber em diversas situações que não apenas a do livro, aqui com o nome de Bare Reflections.


De cara conhecemos o unsub, um pai de família, com três filhas, que parece desdobrar-se para cumprir seu papel de marido, provedor e progenitor. Para aqueles que são casados, a primeira cena dele em casa parece familiar. Em um casal, sempre tem aquele que aperta a corda e aquele que solta aos poucos. Aos vermos as crianças jogando as mochilas no chão e ele as recolhendo, sabemos a quem cabe cada papel. Enquanto a mãe esfalfa-se para educar as filhas, ele dá uma de bom pai, compreensivo e tolerante com as meninas, em especial a mais velha.

O livro é o gatilho para nosso unsub. Ele busca vítimas que tenham lido o livro e embarquem livremente nas fantasias propostas na escrita, solteiras ou casadas, mulheres que queiram simular experiências de dominação/submissão ou, como queiram, BDSM. O interessante é que, quando Rossi e Kate procuram uma mulher que organiza tais eventos, descobre que o livro não representa a realidade de quem segue a doutrina do BDSM. O livro infantiliza e mistifica uma relação que exige mais respeito, cumplicidade e compreensão do que o livro simboliza.

Em uma conversa informal nosso unsub descobre que a babá de suas filhas já leu o tal livro e isso o deixa pronto para um novo ataque, que não se realiza porque a moça está aguardando um namorado. Mas é neste ponto que sua filha mais velha encontra seu carro parado à porta de sua babá e passa a desconfiar de algo errado.

Em paralelo, Garcia descobre novos casos semelhantes em locais próximos e pelas datas nossos agentes deduzem tratar-se de períodos em que a esposa do unsub teria engravidado ( logo, pouco disponível para sexo).

Enquanto isso a filha mais velha questiona sua mãe sobre onde estaria seu pai e a mãe, que toma conta da casa, de três filhas e trabalha fora mostra pouca disposição para ouvir os lamentos da filha.
Neste ponto sou obrigada a fazer uma observação. É que muito do que a Garcia descobre pelo computador tem uma conotação exagerada, mas muita coisa é passada em branco em nome da mobilidade do episódio. Desta vez, no entanto, eles exageraram. Ela conseguiu pela internet saber até se a esposa era adepta do BDSM. Dados muito exagerados e conclusões muito amplas de nossos agentes. Enfim, eles chegam a conclusão que o que o move no momento é o livro, que meio que o exime da culpa pelo interesse sexual feminino no assunto.

Cabe à filha mais velha pegar seu pai no pulo, enquanto tentava estuprar a babá. Nem posso imaginar o que isto fará com a menina no futuro, tendo pego seu pai, tentando assassinar Charlote. Ele ainda tem tempo de abraçar a filha em uma espécie de Mea Culpa, mas, para meu regozijo, ele não é morto pelos agentes, é preso e irá, não apenas pagar por seus crimes, mas ter que justificá-los para sua esposa e suas filhas. Por um momento, antes de entrar no carro de polícia, ao cruzarem os olhos pai e filha, tenho  a impressão de que para o assassino foi maior o peso de encarar a menina do que os anos que cumprirá na penitenciária.

Como adicional, tivemos a revelação da à equipe e a crise de carência de Meg, a sobrinha criada como filha por Kate. No início do episódio vemos Meg sendo atendida por Savanah, que a socorre por conta de um piercing no umbigo aplicado pela própria menina e, por isso mesmo, infeccionado. Savannah, namorada de Morgan, logo parece entender a necessidade da menina em conversar com alguém e coloca-se à disposição. Meg, como toda adolescente mimada e foco de todas as atenções sente-se enciumada com a chegada de um novo bebê para colocar em risco seu posto de número um. Embora Kate tente explicar para a menina que ela nunca deixará de ser amada porque virá uma nova criança, a menina adota a posição rebelde sem causa até o final do episódio, dando a mim ( logo eu, que sou psicóloga) vontade de dar um bom “acorda menina” na garota!

Em minha opinião o episódio deixou muito a desejar. Faltou uma motivação mais consistente, uma atuação mais convincente do ator que representou o unsub, sem contar que o episódio foi bem básico em termos de tomadas, edição e iluminação. Um episódio totalmente “cumpre tabela”.

Esperando pelo próximo! Até a semana!

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