quinta-feira, 9 de abril de 2015

Criminal Minds 10×18: Rock Creek Park


Então, preciso dizer de antemão que adoro temas com conotação política. Temas com esta conotação costumam gerar episódios muito bons em Criminal Minds ou em outras séries em geral. Portanto, não foi surpresa para mim este episódio ser tão bom.

O episódio dezoito  desta temporada foi quase perfeito. Teve de tudo um pouco. Teve um rapto, um político que a princípio parece honesto até a raiz dos cabelos, mas que com o passar das horas mostra-se ser apenas humano,  mostra o jogo de interesses, a família por trás do político, as intrigas habituais, o lobby do petróleo, o lobby daqueles que defendem os ( PETA) e por aí segue, mostrando  o quanto um político pode se expor impondo suas posições.

O legal do episódio é que ele infla ao máximo a confiança no suposto senador honesto. Faz você crer na honestidade/humanidade de toda forma, transformando o senador em um sujeito honesto, apaixonado e sincero. E ele é.  Mesmo permitindo-se recair sobre seus ombros todo o tipo de suspeita, o senador parece ter um perfil inegável, uma paixão inquestionável pela esposa e uma integridade de dar inveja.


Quando nossos agentes têm um caso de rapto nas mãos, todo minuto é fundamental, e não espanta eles questionarem todas as hipóteses, inclusive as que questionam o nosso senador, cuja esposa é a vítima do momento.

Como de praxe, ninguém espera encontrar um político essencialmente honesto. E, apesar das possibilidades aqui e ali, a estória parece favorecer tudo o que nos conta sobre o  senador. Surge uma estagiária, a exemplo do famoso caso real de Bill Clinton, surge a desconfiança de que um caso assim alavancaria sua candidatura, então em baixa. Surgem desconfianças acerca de seu irmão, dependente de drogas  devedor para traficantes. E, apesar de inúmeros indicativos para incriminar o senador, nada parece ser definitivo, não há nada de concreto que deponha contra ele.

Existe uma predisposição natural para levantarmos suspeitas acerca de políticos em casos assim. Talvez, nós, brasileiros, tenhamos um pé atrás a mais, por conta de nossa história. Mas, o andar do episódio, nos distancia cada vez mais da possibilidade do senador estar envolvido. A narrativa faz de tudo para exima-lo da responsabilidade, e não dificilmente o encaramos como uma vítima, daquelas em quem depositamos todas as nossas esperanças.

E então o episódio meio que nos enche de esperança para depois nos jogar na sarjeta. Sim, nosso senador é inocente, mas sabe como ninguém aproveitar-se do dolo de sua mãe para lucrar politicamente. Com maestria, sabe como poucos  esperar que nos orgulhemos por termos escolhido o lado inocente, para depois nos desarmar, fazendo-nos presenciar um homem que aproveita-se da situação pouco privilegiada de sua mãe para lucrar politicamente com tudo o que está acontecendo. A edição valoriza esta decepção, assim como o final prolonga a imagem na prisão como forma de fazer o telespectador absorver  tal decepção, alongando o plano geral de filho e mãe em conversa privada na cadeia (é uma forma inteligente de nos fazer sentir de forma mais impactante a informação final).

Creek Park traz à tona o melhor e o pior do ser humano, ilustrando um político dominado pela opinião de uma mãe dominadora, que, apesar dos pesares, conta mais que a sua vontade de vencer por méritos próprios.

Rock Creek Park traz fotografia inteligente, cheia de referências, e apresenta-se de forma espetacular. A montagem é outro destaque, sempre exaltando a importância de um “ser maior” nas intenções. Por mais óbvia que possa ter parecido sua solução, ainda assim, choca o fato da mãe sacrificar-se pelo filho, e, de o filho, aproveitar-se da fraqueza momentânea de sua mãe para crescer politicamente, em uma espécie de simbiose maligna, em que o mais forte cede espaço para aquele que precisa crescer.

Um episódio fabuloso, com centenas de referências extraordinárias, com uma química incrível entre o protagonista senador e a equipe fixa, com várias deixas para pensarmos sobre o ser humano e suas mais diversas vestes, sobre o que optamos por acreditar, e o que nos decepciona desde sempre…

Até a próxima......

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