sexta-feira, 24 de abril de 2015

Criminal Minds 10×19: Beyond Borders - Review

destacada Beyond Borders

 O episódio desta semana em Criminal Minds faz a apresentação formal do spin-off da série, cujo nome será o mesmo deste episódio: Beyond Borders. É a segunda tentativa de se criar um spin-off para a série e todos nós sabemos que nem mesmo o oscarizado Forest Whitaker conseguiu evitar que Criminal Minds: Suspect Behavior naufragasse com apenas treze episódios gravados. , os tempos eram outros, a CBS acabava de contrariar um enorme contingente de fãs demitindo duas das atrizes principais da série original ( A.J.Cook e Paget Brewster) e, por conseqüência, irritar um enorme número de pessoas que, em tempos de internet, mobilizaram-se para provocar um boicote em massa do spin-off, selando seu destino em função da baixíssima audiência. Graças a essa mobilização, a CBS recuou, recontratou as atrizes demitidas e cancelou Suspect Behavior indo na contra mão da tendência geral.



BeyondBorders 3

Spin-offs de séries de TV com boa audiência costumam funcionar muito bem e temos vários casos assim. O caso mais famoso sem dúvida é a formação JAG/ NCIS/NCIS LAngeles e NCIS New Orleans. JAG ( aqui no exibida como Ases Invencíveis )foi uma série que estreou em 1995 e teve dez temporadas ( concluída em 2005). Contava a estória de um ex piloto da Marinha americana, capitão de corveta Harmon Rabb Jr que após sofrer um acidente é realocado para o Corpo de Investigação Jurídica da Marinha, onde se junta aos advogados especializados em defender ou acusar criminosos cujos casos encaixem-se nesta jurisdição. Em sua oitava temporada ganhou um episódio duplo que introduziu o seu spin-off NCIS que já está em sua décima segunda temporada e já atingiu picos de audiência na casa dos vinte e dois milhões. Coincidência ou não, em sua oitava temporada ganhou novo spin-off, NCIS Los Angeles que também tem alta audiência e está na sexta temporada e finalmente foi criada NCIS New Orleans, já com segunda temporada garantida.

Assim sendo, podemos ou não apostar nossas fichas no novo spin-off de Criminal Minds, mas indiscutivelmente este começo foi bem melhor do que a primeira tentativa. Além da época mais propícia e da promessa de Érica Messer de terem aprendido com seus erros, o episódio 10×19 foi interessante. Tarefa difícil de cumprir, já que a equipe original conta com sete membros e a equipe recém chegada conta com outros quatro membros, o episódio até que deu conta de fazer uma boa introdução, dando destaque aos novatos sem deixar de perder o foco no time principal. Usando como instrumento de inserção o Chefe de Seção Mateo Cruz, as duas equipes se reúnem com o intuito de resolver o caso do seqüestro de uma família americana de férias em Barbados. É sabido que outros dois casos semelhantes já ocorreram no ano anterior, o que passa a ser o ponto de partida da investigação.

De fato, como o objetivo principal do episódio era criar empatia suficiente na equipe novata para alavancar um possível spin off, esse objetivo em si foi alcançado, mas como era de se esperar, o caso em si foi totalmente atropelado pela falta de tempo adequado para fechar diversas pontas soltas em termos de perfil. Os agentes Jack Garret ( Gary Sinise ), Lily Lambert ( Anna Gunn ), Mattheus Simmons ( Daniel Henney) e o jovem analista técnico Russ Montgomery ( Tyler James Willians) foram bem apresentados e, de forma natural, como se todos já se conhecessem anteriormente, ficamos sabendo boa parte da vida de cada um. Comentários do tipo “como vai a esposa, e o caso de seu irmão que está preso, fale sobre seus filhos…” trouxeram alguma luz sobre o que esperar das novas estórias, casos o spin off seja aprovado. Também durante o caso deu para sacar qual será a especialidade de cada um dos membros do novo time ( os contatos com o exército do novo chutador de portas Simmons, a habilidade jurídica de Lily, e a função de fazer o contato do time com parentes e polícia trabalhado em paralelo pelo analista técnico Russ). Para caberem tantas informações, e ainda inserir as belíssimas tomadas panorâmicas da famosa  ilha, não surpreendentemente o caso ficou   mal explorado   e mal   resolvido.   Penélope  Garcia   ( sempre ela) fez muito mais do que a mágica habitual, sacando da tela do computador informações quase milagrosas para adiantar o expediente dos agentes.


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Quanto ao unsub, de origem holandesa, foi reduzido a um maluco cujo pai dominador o maltratava e cujos maus tratos teriam dado origem à sua vingança. Tendo já matado os pais e seus meio irmãos americanos, passa, após período internado em clínica psiquiátrica, então a perseguir e torturar famílias com o mesmo perfil da sua, para torturar e por fim matar. Com muitas pontas soltas ( afinal, apenas maus tratos familiares não causam tamanho estrago, ficamos esperando um diagnóstico mais efetivo para corroborar a estória) o fio condutor deixou a desejar. Coisas como Rossi sacar que os bonés ora laranja, ora azuis, representavam a bandeira holandesa foi um pouco demais. Compreensível, porém, não aceitável, admitir que em quarenta e dois minutos de episódio se feche tantas informações.

O fato é que apesar de ter de encantar com os personagens de um spin off que ainda tenta ser vendido comercialmente, ainda assim, deveríamos estar assistindo o episódio como mais um da série Criminal Minds. E, como tal, ele não correspondeu às minhas expectativas. Belíssimas tomadas aéreas, o uso de helicópteros, barco, e todo o tipo de recurso ( além da viagem de protagonistas cuja utilidade eu não entendi) não justificaram uma boa estória. Mesmo o elenco convidado ( incluindo uma participação de Tom Everett Scott ) não teve muita oportunidade de mostrar a que veio, já que suas cenas foram curtas e com pouco tempo para serem exploradas.

De qualquer forma, não sou do contra. Ficarei feliz se o spin off for aprovado e tornar-se mais uma série interessante de se assistir ( não esquecer que Erica Messer tem frisado que eles não irão necessariamente trabalhar com seriais killers, apenas com os mais variados casos de americanos que precisam de algum tipo de ajuda estando fora de seu país de origem). Desde que, obviamente, nada disto interfira na minha série predileta. Não altere orçamento, não negocie transferências ( como na primeira tentativa) de roteiristas, atores, etc... Eu amo Criminal Minds como ela é e deverá continuar sendo, independente de uma série derivada. É só não mexer com ela que darei o maior apoio a Beyond Borders.

No aguardo do episódio da próxima semana, onde teremos um embate muito aguardado entre Hotch e seu ex-sogro e voltaremos a remexer o passado dolorido da morte de Haley. Até a semana!

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