Florbela Espanca entrou na minha vida tardiamente. Tem um blog que eu adoro acompanhar chamado Tardes Poéticas e foi nele que em 2011 deparei-me com:
"Não se pode chegar aos astros quem leva a vida de rastros, quem é poeira de chão."
E então descobri a poetisa portuguesa, nascida no Alentejo em 1894, que viveu intensamente a dor, o amor e a morte em suas obras e após três tentativas, tirou sua vida com apenas trinta e seis anos, em 1930. Em sua obra, poderosa e marcante é difícil escolher o que mais me toca, mas hoje escolhi o poema.
Os Versos Que Te Fiz
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem para dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer!
Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!
Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda.
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não fiz!
Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!
Que a minha boca tem para dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer!
Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!
Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda.
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não fiz!
Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!
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