segunda-feira, 25 de maio de 2020

Um Inesquecível Poema Por Dia!!


Mamãe Ruth, fiquei pensando em como comemorar seu aniversário sem abraços apertados, sem um monte de beijos,sem estarmos juntas, sem presentes. Então pensei em fazer uma homenagem virtual, um poema por noite, durante toda a semana de seu aniversário. E vou começar com um que você gosta muito: Funeral Blues, do inglês Wystan Hugh Auden, vulgo W H Auden, )que morreu em 1973. Você deve reconhecê-lo facilmente, vamos ver se acerto em cheio!! Feliz Semana de Aniversário e aproveite! Depois virão Vinícius, Florbela Spanca, T S Eliot, Drummond, Fernando Pessoa, Pablo Neruda e Castro Alves. Para você ter sua semana inspirada!
Obs.: Primeiro o original e abaixo a tradução de Nelson Ascher, que talvez não seja exatamente a mais fiel, mas é a que gosto mais! Enjoy!!!! E Feliz começo de Aniversário!!!!

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog frombarking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.
Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message 'He is Dead'.
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.
He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.
The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun,
Pour away the ocean and sweep up the woods;
For nothing now can ever come to any good.
April 1936

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Que parem todos os relógios, calem o telefone,
jogue-se ao cão um osso e que não ladre mais,
que emudeça o piano e que o tambor sancione
a vinda do caixão com seu cortejo atrás.
Que os aviões, gemendo acima em alvoroço,
escrevam contra o céu o anúncio: ele morreu.
Que as pombas guardem luto — um laço no pescoço —
e os guardas usem finas luvas cor-de-breu.

Era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste, A minha semana de trabalho,
o meu domingo
meu meio-dia, minha meia-noite, a minha fala e meu canto;
quem julgue o amor eterno, como eu fiz, se engana.
Agora as estrelas nãosão mais necessários: apaguem-nas todas;
embalem a lua, desmontem o sol brilhante,
Despejem o oceano, joguem fora as florestas,
pois nada mais há de dar certo doravante.

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