domingo, 10 de março de 2013

Criminal Minds - 8x16 - Carbon Copy - Meus Comentários


Então, como  sempre, nem sei por onde começar a não ser elogiando, e muito, este novo episódio de Criminal Minds.

Tenho lido alguns comentários de pessoas que dizem que Criminal Minds já não é o mesmo, que boas mesmo foram as primeiras temporadas e coisa e tal. Mas sou daquelas pessoas que agradecem a Deus pela série já não ser a mesma. De mesmice basta a coleção de episódios de CSIs da vida, onde tudo é tão previsível que nos primeiros minutos já dá para saber tudo o que vem a seguir. 



 Promo Oficial



Acho que as pessoas que reclamam da falta de bons roteiros em Criminal Minds nas últimas temporadas são as mesmas pessoas que têm dificuldades em seguir em frente com determinadas coisas na vida. Aquelas pessoas que se sentiram ofendidas pela demissão das atrizes dois anos atrás e não superam o fato de que na vida coisas acontecem e devemos aprender a lidar com elas. Mais claro que isto impossível. Duas atrizes foram demitidas da mesma forma, uma retornou e não cansa de dar entrevistas dizendo que está feliz pela nova chance, outra pediu para sair porque se sentiu desgostosa e infeliz com o acontecido. Pessoas são assim. Lidam de forma diferente com problemas semelhantes. É a maravilha da individualidade.
 

No entanto, a saída de Paget Brewster marcou alguns fãs da série de forma irreparável ( vejam bem, gosto da atriz, adorava a personagem, não tenho qualquer motivo para não me solidarizar com ela e sua decisão). Mas é isso. Decisões. A vida é feita delas. E a gente segue em frente. 

Acho que apenas isso justifica tantas críticas a uma série que chega ao seu oitavo ano com uma audiência de 10 e poucos milhões, feito realizado por muito poucas séries com este tempo de exibição.  Em uma época onde as séries são canceladas com tres ou quatro episódios por absoluta falta de audiência, acho que estes números dizem alguma coisa.

Mas não estou aqui para falar de números. Quem achar que a série já não é mais a mesma deve deixá-la de lado e acompanhar outras tantas que a tv nos oferece. Estou aqui para falar de Carbon Copy, um episódio de qualidade irreparável em vista de outros exemplares televisivos. 

Para início de conversa, os roteiristas nas primeiras falas já deixam claro através de considerações dos personagens que uma perseguição assim já existiu, lembram de The Fisher King e de Randall Gardner, antes que qualquer um de nós diga: "poxa, outra vez alguém perseguindo a equipe toda?" Encaro isto como um elogio à inteligênca da audiência, visto que, uma vez que irão explorar um tema já visitado, eles têm ao menos a dignidade de esclarecer que isto pode ser de certa forma comum, ou, no mínimo, passível de acontecer de novo. Em outras palavras, esclarecem que sabem que estão revisitando o tema. 





Nada no episódio ficou mal amarrado. Eles deixam claro que têm conhecimento de casos semelhantes ao que foram investigados, mas que a motivação é diferente. Além do que, alguns pequenos toques de requinte trazem uma credibilidade maior à ação. Exemplos disto são a legista se assustar com o fato de frequentar o mesmo local onde a vítima que ela examina foi capturada  e o policial encarregado do caso ter reservas quanto a uma intervenção de agentes do FBI ( mais para frente no decorrer do episódio, esclarece-se que ele havia perdido um parceiro durante uma operação onde havia tido uma intervenção do FBI, daí a falta de credibilidade nos agentes). E, também depois, a própria legista preocupar-se com o fato da foto ter sido encontrada com o cadáver. Preocupar-se com a equipe foi um toque de delicadeza em um momento tão duro. Parece pouco, mas são detalhes que trazem mais veracidade à trama.

Adorei o fato de, a despeito de terem se passado cinco temporadas, eles mostrarem que Erin Strauss continua sendo uma agente burocrática, daquelas que só sabem agir atrás da mesa. Embora ela dê todo o apoio necessário à sua equipe, eles não se esqueceram de mostrar a face dela cheia de repulsa ao ver as fotos na exposição do caso, tal qual aconteceu no episódio In Name And Blood,  na terceira temporada, onde fica bem claro que ela não foi feita para ser uma agente de campo.





Tenho que dizer que adorei a cena onde eles descobrem o corpo com a foto do Hotch. Tanto o Rossi quanto o detetive encarregado fazem uma cara de "como assim?", enquanto Hotch faz a sua cara de.... Hotch! Às vezes tenho a impressão de que ele está soldado para qualquer coisa que lhe aparecer pela frente. Talvez pela morte da ex mulher, talvez por tudo o que já viu em seu trabalho, talvez pelo seu temperamento, ele apenas vê as coisas, e não importa o que sinta, isso quase nunca transparece. Ele tem sempre aquela expressão impenetrável, não importa o quanto ele sentiu "o seu na reta " naquele momento. E eu amo isso nele.

A tremedeira nas mãos do unsub e a total desorganização do quarto do próprio quando é focalizado deixam claro antecipadamente, para nós, profiles de plantão, que ele jamais poderia ser o nosso replicador. Isto, para meu alívio, é esclarecido pelo próprio Hotch no decorrer do episódio.

Algumas pessoas implicam com o fato de Erin Strauss passar a apoiar a equipe de uns tempos para cá. E, da mesma forma que aceitei todas as outras mudanças na série, vejo isso como uma evolução da personagem, coerente com a estória criada para ela.  Como já disse antes, pessoas que entram para o programa de passos do AA tem certas etapas a cumprir. Acho digno eles mostrarem esta evolução no seu comportamento. Seria ridículo uma chefe alcóolatra, encaminhada para reabilitação por seus subalternos, continuar a tratar seus subordinados com empáfia e sem qualquer resquício de arrependimento. Tal comportamento só se justificaria caso ela tivesse feito a reabilitação nas coxas e, na verdade, prosseguisse com o vício.


  

Também muito coerente e bem amarrado o fato deles mostrarem uma tentativa de afastar os membros envolvidos do caso que os afeta. Embora fosse óbvio que ninguém se afastaria ( ou não haveriam os próximos episódios), futuramente ninguém poderá alegar que, uma vez envolvidos eles deveriam ter sido  afastados, ou coisa parecida, aquele blá,blá,blá de dizer que em uma situação real eles não estariam perseguindo seu próprio perseguidor e tal.E uma boa oportunidade da Strauss se redimir por parte de seus pecados, ehehe! De certa forma, ela endossando-os também coloca o seu na reta e a torna responsável pelo que possa acontecer a algum deles no futuro. Ponto para a idéia e para a expressão de descrédito da Blake ao ouvir tal afirmação, tipo: "estou pagando para ver!" E ponto adicional para quem lembrou de dizer que o caso do qual o Rossi lembrou foi do Gideon. Eles traçam perfis, são obrigados a estudar casos diversos, mesmo não tendo participado deles diretamente ( caso do Rossi).

No momento em que a equipe passa o perfil do unsub para os demais policiais, nós, não eles, já sabemos que eles estão enganados. Que a pessoa que eles procuram tem uma ligação com o replicador, mas não é o próprio. Gosto disto. Traz mais credibilidade ao trabalho deles, que, afinal, não é de pura adivinhação.

Aqui tenho que fazer um adendo. No momento  em que vi que o suspeito estava se vingando por ter tido sua vida destruída por uma falsa acusação me lembrei imediatamente do caso da escola Base de São Paulo, nos anos 80, onde os donos tiveram suas vidas estraçalhadas por uma falsa acusação de pedofilia. Tema mais que atual, onde o julgamento público passa a ter mais peso ( culpa de uma mídia irresponsável e sensacionalista) do que o julgamento jurídico, feito por seus pares. Tiro meu chapéu pela abordagem verdadeira de um problema endêmico na sociedade americana e também brasileira. Ao acontecer um crime, a imprensa se arvora do direito de fazer conjecturas e, a partir daí, o réu é condenado mesmo antes de passar pelos trâmites de lei. Claro que, aqui, neste caso, é ficção, mas que nos faz refletir sobre uma série de coisas fundamentais, e creio que isto só valorize a exploração do tema no episódio.


Uma frase em especial me chamou a atenção no depoimento do unsub. Ele diz que a vida das pessoas é tão ruim que eles amam quando  podem assistir a desgraça dos outros. É como dizer que a mídia inescrupulosa serve a refeição e o público em geral refastela-se dela. Tão atual e real quanto qualquer programa estilo Datena. Inacreditavelmente atual. 

O ponto fraco do episódio, obviamente fica por conta de agentes experientes deixarem um criminoso sozinho com um vidro de remédios. Mas, não fosse isso, o episódio não teria a sequência desejada, então, vamos supor que isso fosse possível. Não dá, definitivamente, para se ter tudo.

Só consigo pensar que a música de Frank Sinatra foi uma menção clara ao Rossi ( declaradamente fã do cantor e seu estilo "rat pack"). A despeito da letra da música, dizendo  que "você me encontrou e tornou minha vida menos solitária", temos, além da música em referência ao Rossi, a taça roubada do Morgan com suas digitais, a foto do Hotch, as flores da JJ, a aula da Blake e o telefonema do Reid. A única ainda não claramente mencionada foi a Penélope. De qualquer forma, a tomada dos agentes na casa, tendo a visão das próprias fotos nas paredes foi absurdamente impactante, cada qual, sob a luz de um farolete, visualizando a si próprio e parecendo não acreditar no que via.

Destaque para a direção de fotografia, com luz baixa e cheia de sombras, as tomadas de flashback do unsub e a tomada da cena final, em dois planos. 

Merecem menção:

* A lembrança do Gideon ( afinal ele faz parte da estória do departamento).

*A tomada da sala da Strauss durante a videoconferência, onde aparece os agentes na tela da sala dela ( teria dado menos trabalho focalizar a sala por outro ângulo, mas não teria o mesmo impacto, ponto para o diretor de fotografia e a cenografia responsável pela imagem na tv).

* Rossi lembrando que se é para "ofender um de nós, ofende a todos nós" - reforçando o aspecto família, tão admirado neste grupo.

* O Hotch não identificar a ligação da Garcia feita da casa dela ( não deve ser um número que ele tenha na agenda profissional dele).

* Garcia ir para casa depois de n horas de trabalho ( às vezes parece que eles não comem, não dormem, não tomam banho, valeu a lembrança!).

* Opinião pessoal : continuo achando ( só palpite ) que o unsub perseguidor é o Marcus Talbot. Além deles destacarem veementemente o fato dele usar fotos reveladas manualmente, outras características me chamam a atenção. Ele era egocêntrico, manipulador, organizado, mantinha arquivos das moças vítimas do unsub que ele supostamente manipulou, era magro ( pelo pouco que se observou do unsub, tem mãos magras), e teria um motivo interessante, porque acho que depois da acusação supostamente falsa do seu envolvimento no assassinato daquelas moças ele deve ter, no mínimo, perdido seu emprego e/ou sua credibilidade como professor. Outra coisa que me chama a atenção é o aspecto voyer, ele observava adolescentes através de buracos nas paredes, tudo a ver com um perseguidor que fotografa a vida alheia de longe. Mas, são apenas divagações e não vou me decepcionar se ele for o unsub. 

 * Também não creio que qualquer agente vá morrer ( li gente falando na morte da Strauss, da Beth, do Anderson, e por aí vai). Acho que teremos um cliffhanger no final da temporada, com todos os agentes em perigo, e apenas creio na eventual morte ou afastamento de alguém, caso o contrato do ator/ atriz não seja renovado ( nestas alturas, acho que todos renovarão, mas nunca se sabe o que vem pela frente).       

 * Por fim, continuo a pedir encarecidamente para que o departamento de make-up e afins faça uso da tesoura e pente nos cabelos do meu querido Reid. Já não é uma questão de torná-lo mais bonito( o que ele já provou que é, quando quer). É uma questão de presença necessária a um agente do nível dele ( leia-se higiene ou algo que o valha). Eu sei que as mocinhas adoram seus cabelos desgrenhados, mas um agente do nivel dele tem que ter credibilidade e presença, ele não é mais um adolescente em fase de experiência no FBI.

* E, por favor, alguém podia lembrar de dar ao Anderson uma fala de mais de tres linhas?  Dá dó saber que o ator vai gravar para dizer apenas 6 palavras!

De resto, só posso dizer que o episódio foi impactante, cumpriu seu propósito de forma exemplar. Teve ação, tiroteio, emoção, muitas dúvidas, erros no perfil, sensibilidade, e, só para não perder o hábito, um Hotch de camisa branca e colete ( preciso mencionar, vocês me entendem, não é?). Que venham os próximos, e que se mantenham a criatividade e a execução brilhantes dos episódios desta oitava temporada.

* Ah, quase me esqueço, e seria imperdoável! Melhor frase do episódio: " - Pegue este filho da mãe, Aaron!" - by Strauss.

Um abraço,

Débora 

 

 





 

  





































6 comentários:

  1. Li pessoas falando que esse episódio foi horrível e até cheguei a postar no twitter se essas pessoas vêem a mesma série que eu, pq não é possível. Esse epi foi sensacional. Adorei cada segundo, fiquei super apreensiva o epi inteiro. Eles descobrindo que estão em perigo foi o pico dos picos, não importa se isso já tenha acontecido no passado.

    Sou uma das fãs que ficou super arrasada com a saída da Paget, mas como já disse milhares de vezes, além de gostar bastante da atriz e personagem, eu adoro CM, então...

    Não faço a minima de quem seja o replicador. Infelizmente minha memoria é bem curta e mal lembro o que aconteceu no inicio desta temporada, imagina nas outras rs. Seu palpite é muito bom Débora, já vi outras pessoas falando que pode ser o Marcus Talbot.

    Quanto ao cabelo do Reid. Tenho que concordar, viu. Nossa, está triste. Realmente muito adolescente e desleixado. Ele ficou tão mais maduro, com mais cara de um agente quando cortou o cabelo na 7ª temporada, para agora voltar a ser como no inicio. Não gosto.

    Bjos,

    Débora ;)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Assim ela é a Débora Dinah em se tratando de criminal minds que eu lembre ela nunca errou,mas eu não quero que seja o cara da sexta temporada. Entendo a lógica de ser ele,mas e que eu já especulo ele desde o primeiro episódio desta temporada.
      Repito entendo a lógica e como foi dito por você. Tem fãs de cm que nem lembram do cara ou não entram na internet ,mas é meio que injusto comigo que cito o cara desde o primeiro episódio rsrs.

      Ainda prefiro a minha teoria (ok sei que ta errada) ,mas que o unsub the replicator é o cara que foi preso erroneamente no caso de 10 atrás da Blake ou era um agente do FBI que caiu com ela.

      Logo descobriremos mais sobre ele \0/

      Melhoras Débora torcendo por você SEMPRE\O/

      Excluir
    2. Débora Teixeira,

      Desculpe a demora, ainda não está dando prá entrar toda hora. Fico muito feliz por ver que não sou a única com esta percepção. Só o que escrevi pode explicar a rejeição à oitava temporada da série. É bom saber que existem outras pessoas que pensam como eu. Volte a visitar o blog e deixe sua opinião sobre os comentários do episódio! Super beijo!

      Excluir
  2. Olá Debora, que honra conhecer seu blog. Adorei seu estilo, já tão conhecido meu lá da comunidade Criminal Minds.

    Sobre o episódio, gostei muito. Achei furo aquele lance dos remédios. Mas no geral, achei que Criminal Minds vem se reinventando nessa temporada.
    Concordo em gênero, número e grau com todo o seu comentário inicial sobre a série... aliás, onde é que eu assino?

    Pretendo voltar mais por aqui. Realmente gostei muito.
    Beijo carinhoso
    Maria José

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mary Joe,

      Olá, desculpe a demora em responder. A honra é toda minha em ter vc aqui lendo e comentando meus textos.

      É muito bom saber que existem pessoas que ainda percebem a série como eu percebo. Às vezes acho que sou a única que tem esta percepção, então fico feliz quando encontro eco em meus comentários.

      Considere-se com assinatura feita, ok? rsrs. Só não deixe de passar por aqui de vez em quando. Sinto que escrevo sobre C Minds cada vez para um número menor de pessoas, mas enquanto a qualidade das pessoas valer a pena, sigo em frente. Afinal, quantidade é,relativa, qualidade é tudo!

      Ps.: Procure por outros textos no início do blog, sobre música, cinema, pode ser que tenha algo que lhe interesse.

      Um grande araço e lhe espero aqui em breve!

      Bjos!

      Excluir
  3. Kalola.... Ah, mas erro, sim, claro que erro! Entendo q vc ache decepcionante se for o fotógrafo, mas veja, nós somos uma minoria. A grande maioria que assite, nem lembra mais do Marcus Talbot. Então, se for, eles estarao surpreendendo grande parte dos fãs! Não gostaria que tivesse vínculo com a Blake. Pq afinal, o resto da equipe estaria pagando por um problema só dela. Precisa ser alguém que tenha tido um passado com todos eles p ter graça.
    Enfim, só saberemos mais p frente, mas por enquanto estou adorando. Quero q estiquem tudo o que der.
    E, obrigada, ppelos desejos de melhora p mim.
    Bjos e desculpe a demora em responder!

    ResponderExcluir