quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Criminal Minds - 8x08 - The Wheels On The Bus - Meus Comentários


Foi mais um ótimo episódio. Retrata basicamente a desumanização das últimas gerações, a coisa de tratar o ser humano como coisa, não como gente. Não quer dizer, obviamente, que todo mundo que joga estes jogos se torne um assassino frio e desumano ( meu filho não só joga como cria jogos), por isto, apenas por isto, achei que eles poderiam ter aprofundado um pouquinho mais a personalidade dos dois irmãos. Foi, na minha opinião, o único pecado do episódio. Um jogo, como uma série, um livro, uma novela ou um jogo de futebol,  funciona como uma catarse. Guardadas as proporções, é como dizer que você ama um personagem de série, mesmo sendo bem casado. O jogo é um instrumento como outro qualquer para se descarregar a adrenalina e não arrumar uma briga no trânsito, por exemplo. Mas, não se pode negar que há hoje uma tendência de enorme despersonalização, de não ligar para a dor do próximo, de passar por uma criança na rua pedindo esmola e não se chocar ( nunca vou aceitar isto, mas entendo o processo). É assustador, mas incrivelmente real. E isto o episódio foi primoroso em demonstrar.


8x08 - Promo Oficial

   
   

O episódio foi de arrepiar e cumpriu sua missão de manter -nos grudados na poltrona. E ninguém que torceu pela moça ou pelo rapaz precisa se preocupar.  Era uma questão de sobrevivência.  O objetivo era se crer que não havia saída para um ou outro.

Para quem pensou em resmungar sobre o Rossi conhecer tanto sobre jogos, basta lembrar que era ele jogando com a Seaver na sexta temporada. E, claro, aos jovens resta a resignação de que nós, já de meia idade, também nos interessamos por jogos, mesmo que isto pareça ser apenas coisas para os descolados abaixo dos trinta.

A fotografia foi interessante e precisa no quesito suspense, já que o ponto de vista do episódio foi, muitas vezes o ponto de vista dos jogadores. Fica aí um elogio à  iluminação, apropriada para manter a fotografia interessante. A edição também foi fundamental, pelos mesmos motivos. Eu quase não jogo mas, acompanho quem joga e observo os gráficos e posso dizer que em certos momentos, a ação parecia estar mesmo sendo conduzida através de um jogo.



Tudo isto são detalhes técnicos, visto que o que choca mesmo no episódio é a desumanização dos personagens. O  comentário final do irmão sendo preso é de dar arrepios. Nada muito diferente do jovem que passa por uma criança pedinte na rua e consegue seguir em frente sem sentir nada a respeito ( dar ou não esmola é uma outra discussão, o questionamento fica por conta de se incomodar ou não com a situação).
 Quanto à Garcia e Rossi, eles são ícones de suas gerações. A Garcia ter tres telefones é o retrato da geração atual que morre se faltar luz ou conexão com a internet, totalmente dependente destes instrumentos, uma geração subjulgada pela necessidade de ser onipresente, de estar em todo lugar e nenhum lugar ao mesmo tempo.  O Rossi, bem o Rossi é a minha geração, resolve os problemas com uma boa taça de vinho ( odeio whisky), uma boa música ( Tony Bennett - o Rossi aprovaria - ou Vinícius, e umas horinhas em silêncio. Bem retratado. Desnecessário dizer que aprecio mais a minha geração do que a da Garcia, anyway...

Ótimo episódio de uma ótima temporada. Que venha o próximo.

Bjos!

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