quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Criminal Minds - 10x01 - X - Review


Depois de nove anos assistindo à Criminal Minds sua vinheta de abertura não precisava, mas ainda me provoca ansiedade e expectativa da mesma forma que em seus primórdios. E provavelmente não somente a mim, já que o show ficou em números totais na noite de quarta feira à frente na programação noturna, totalizando 11.650 milhões de telespectadores, com adultos 18-49 marcando 2.7/8.

É muito bom descobrir que a produção e roteiristas aprenderam com seus erros. Várias vezes criticada por levantar a bola e depois não sacá-la, ao contrário de outras ocasiões, desta vez não deixaram pontas soltas vindas da temporada passada. Levou cerca de seis minutos para explicar porque Emily não está de volta à equipe, porque Blake afastou-se e o que está fazendo de sua vida profissional, falar que Garcia continua traumatizada com o evento do último episódio e, , quem a está apoiando é Morgan. Além disto, já deixaram uma abertura para a demora no retorno do chefe Cruz à série (uma vez que o ator Esaí Morales estará protagonizando nova série da HBO) com a justificativa de que ele está fora do país e de quebra, ainda fizeram um agrado aos fãs de Seaver e Andy Swan mencionando-as rapidamente. Mais à frente ainda, em cena rápida, houve uma alusão a Reid ainda sentindo dor pela bala que recebeu. Ou seja, os roteiristas finalmente descobriram que não há necessidade de ignorar assuntos pendentes nem tão pouco gastar meio episódio para esclarecê-los, fazendo assim a alegria dos fãs.

Também foi muito acertado trazer para a equipe uma nova agente que é vagamente conhecida pelos companheiros. Um bar após o trabalho, onde o pessoal se reúne para uma bebida e karaokê foi uma forma leve e ao mesmo tempo eficaz de diminuir as tensões prováveis com um novo membro. Além disto, tornaram-na simpática e divertida            (além de competente, como fica claro logo de início) na medida certa – cenas como as de Kate com  Reid no elevador, Hotch na entrevista, Garcia no telefone e certamente com Rossi mencionando o “tropeção casual” de um prisioneiro não deixam margem de dúvida sobre sua fácil aceitação no time ( algo importante se considerarmos o quanto foi difícil para o público aceitar a entrada de Jeanne Tripplehorn no elenco regular: uma cara nova que   tem  fácil aprovação entre os personagens acaba facilitando este processo – lembrem-se, quando da entrada da Blake, Garcia banca a porta voz  do público  expressando descontentamento com sua entrada).

Toda esta simpatia, diversão e descontração na equipe contrastou radicalmente com o tema pesado do caso que foram acompanhar em Los Angeles. E eles não facilitaram em nada colocando de cara uma criança descobrindo um cadáver e um criminoso com um filho, algo no mínimo repugnante (é sempre eficiente humanizar um unsub e sempre nos choca saber que levam uma vida “normal”). Também muito acertado levar nossos agentes a seguirem diversos caminhos antes de chegarem de fato ao criminoso.

O fato  do perfil ter tido tantas variantes proporcionou um redirecionamento da trama por mais de uma vez, o que além de crível, tornou o caso muito mais interessante. Bons atores coadjuvantes colaboraram em muito para o sucesso do episódio. A expressão de incredulidade ao descobrir a acusação de seu marido, o desconforto e vergonha expressos no rosto do pai de família pego em flagrante e os desempenhos de unsub e sua vítima, ambos trabalhando quase que apenas com expressões faciais para determinar  seus sentimentos, todos estes trabalhos engrandeceram o episódio.

10.01CM

Voltando  à estória, aos poucos nossos agentes vão descobrindo que as coisas são bem piores do que parecem de início ( não que já não fosse péssimo) e com cada nova informação vão burilando e modificando o perfil até próximo do instante final, quando apenas nós, os telespectadores, descobrimos que embora tenham capturado um criminoso, eles estão longe de saberem o que se passa de verdade e, embora Kate tenha ficado cismada com o encerramento do  caso ( o que indica uma ótima intuição), Hotch parece querer convencê-la a abandonar qualquer palpite, guardando apenas para si suas próprias dúvidas. A cena dele olhando para o arquivo deixa claro que ele não irá colocar de lado qualquer teoria e que acredita que a qualquer  momento voltará a ter notícias relacionadas.

Achei muito interessante colocar um unsub carente e de poucas palavras. Tivesse ele qualquer outro perfil acabaria revelando mais do que o necessário para atiçar nossa curiosidade. Assim, expressando-se quase inteiramente pelo olhar, oscilante entre a indiferença e a comoção, não ficamos sabendo qual sua relação com a rede e os outros criminosos que ao final do episodio julgamos existir. Também gostei do fato da Kate ter tido dificuldades para lidar com a fuga no galpão e acabar dependendo da cobertura do Hotch para salvar-se. Mostra que apesar de eficiente, ela ainda está se adaptando a uma nova função, talvez um pouco diferente da anterior. Foi curioso, porque assim como eu, muita gente deve ter achado que o episódio terminava com a conversa de Kate com Hotch no escritório, concluída com plano em close da pasta com os dados do criminoso morto. No entanto, depois disto ainda seguiram-se duas cenas muito importantes. A primeira, com mais informação sobre a nova agente, mostrando sua chegada em casa encontrando-se com uma menina de cerca de quatorze  anos deitada em seu sofá, por quem claramente demonstra enorme afeição (que certamente é mútua). Para quem reclamou de demora e mau desenvolvimento  da personagem Alex Blake ( Jeanne Tripplerhorn), com Kate Callaghan eles não perderam tempo. ( * Bem ao final deste meu texto colocarei um SPOILER sobre este assunto – leia por sua conta e risco).

Por fim, na última cena, a certeza de que o episódio X é o início de um  arco que irá desenvolver-se por toda a temporada, fórmula já adotada anteriormente e que deu muito certo. Pessoalmente acredito em uma rede de tráfico humano, que oferece via internet, por meios totalmente escusos, pessoas para os mais distintos fins ( neste caso foram membros para um acromofóbico) mas, que pode perfeitamente suprir necessidade de órgãos para transplante no mercado negro, mulheres para prostituição, tortura  e/ou escravidão e outros absurdos do mesmo calibre. Mas, é apenas meu palpite, na realidade pode ser qualquer outra coisa.

Outras considerações:
  • Nem posso imaginar como é conservar em sal pernas e braços para evitar a deterioração e o mau cheiro advindo destes. Aliás, só de pensar que qualquer vizinho simpático ou pai de família possa ter algo assim na casa ao lado me apavoro, visto que parece tal fetiche nem ser tão incomum assim.
  • Importante mencionar aqui o cuidado com a direção de arte que produziu órgãos muito convincentes e assustadoramente reais. Muito bom trabalho. E outro elogio à direção de fotografia, pois cenas noturnas são difíceis de serem bem fotografadas. E o trabalho com faróis, faroletes e sombras embora manjado sempre produz ótimos efeitos.
  • A cena de Kate e Reid no elevador foi ótima. Reid é um gênio, e como tal, parece nunca compreender uma brincadeira ( a cara dele ao ouvir Kate perguntar se ele não “cutia” rebolar foi impagável!).
  • Falando em Reid, ele parece ter ganho a companhia de Kate em meus comentários sobre cortes de cabelo. Ambos precisam urgente, senão de tesoura, pelo menos de um pente, pelo amor de Deus! Rs,rs…
  • A direção de arte também foi cuidadosa sobre a decoração do escritório do Hotch. Uma bandeira desenhada por seu filho ( esboça por certo a admiração pelo país que o pai defende – americanos costumam ser extremamente patriotas e policiais, agentes e outros profissionais da área ainda mais) e uma foto que eu nunca tinha visto lá, com Haley, Jack e o próprio Hotch pode indicar o fim do relacionamento com Beth ( ** ao final do texto novo SPOILER), já que há tempos eu só via fotos dele com Jack ou apenas do Jack.
Por fim, espero sinceramente que os fãs da série aceitem a entrada da Kate da forma mais positiva possível e não pressionem nem destratem a atriz como ocorreu com a entrada de Jeanne Tripplerhorn há dois anos atrás. Jennifer Hewitt está trazendo consigo um grande número de fãs pessoais para contribuir com a audiência do show  nestes novos episódios e eu odiaria ver ocorrer o que já ocorreu no passado novamente.

E, por favor, tenham em mente que a menção de que Emily não aceitou voltar à equipe é uma forma educada de dizer aos fãs mais radicais e fanáticos que a atriz e seu personagem não voltarão à série. Portanto, aceitem e sigam em frente.

E você, o que achou do episódio? Adoraria conhecer sua opinião. Deixem seus comentários!

Até a próxima semana pessoal!


ABAIXO SPOILERS, LEIA POR SUA CONTA E RISCO
  • *   Spoilers divulgados por Erica Messer dão conta de que a menina que vive com Kate na verdade é sua sobrinha. Sua irmã e seu cunhado teriam morrido no  atentado do 11/09 e ela estaria criando a menina desde então.
  • ** Também por Erica soubemos que a relação de Hotch e Beth chegou ao fim, e que a atriz Bellamy Young não voltará para gravar nem uma cena final. Ele deverá mencionar o rompimento ( provavelmente para Jéssica– em minha opinião, no episódio em que o próprio Thomas dirige 10×06 – Boxed In, já que será o episódio de Halloween e nele estarão seu filho e sua cunhada – mas, isto também é apenas um palpite meu) e seguir em frente. A decisão se deve ao fato de Bellamy estar fazendo enorme sucesso em Scandal e ter dificuldades de encaixar gravações de Criminal Minds em sua apertada agenda.

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