sexta-feira, 3 de julho de 2015

Criminal Minds – Primeira Temporada: O Gênesis



Dramas criminais nunca foram exatamente novidade para o público que em 22 de setembro de 2005 acompanhou a estreia de Criminal Minds, exibido e produzido pela rede americana de televisão aberta CBS em co- produção com a ABC Studios. Muitos destes shows de TV destacavam-se por se desenvolverem em determinado ambiente (como por exemplo, NCIS, cujo herança de ser spin off de JAG determinou que sua ação ocorresse na Marinha Americana). Outras, preocupavam-se em enfatizar o método de investigação criminal, como CSI e seus spin offs que visavam priorizar a investigação através do ponto de vista de evidências materiais. Muitas focavam-se no dia a dia de delegacias (como Without a Trace), paramédicos e bombeiros (Third Watch), ou ainda no desenvolver do crime sob a aspecto do tribunal (por exemplo, Law & Order e suas franquias). A inovadora The Ex Files (Arquivo X) caminhava de braços dados com teorias conspiratórias e fatos inexplicáveis e a saudosa Moonlighting (no Brasil, exibida como A Gata E O Rato) foi para a época o que hoje é Castle para seus fãs: um criminal que investe firmemente no romance e na comédia.

Nova pasta1

Criminal Minds prometia mais do que qualquer destes aspectos, prometia invadir a mente de um criminoso em série para assim poder prever seus futuros passos e impedir novos crimes. Nesta noite a série idealizada por Mark Gordon e Jeff Davis superou como melhor estreia a série Lost, que um ano antes estreava na casa dos 18 e meio milhões de telespectadores, que por sua vez, superou a última melhor estreia do gênero, que fora em 1995, com Murder One. Com 19.57 milhões de telespectadores, a série não conseguiu convencer, apresentando um episódio com mais promessas do que conteúdo. O roteiro de Extreme Agressor até que mostrou-se ousado e tentou levar a sério sua premissa, no entanto, com a difícil tarefa de inovar misturando-se à necessidade de apresentar e contextualizar muitos personagens regulares ( eram na verdade seis agentes, JJ aparece apenas a partir do segundo episódio da série), deixou muita coisa a desejar. O resultado de um episódio apenas regular foi a queda vertiginosa de sua audiência nos episódios seguintes (de 01×02 a 05, pela ordem Compulsion, Won’t Get Fooled Again, Plain Sight e Broken Mirror), com números girando entre 10 e meio e 12 e meio milhões de telespectadores. Embora contasse com o aval de exibição do canal, os produtores ainda lidavam com outro grande problema: americanos levam muito a sério a classificação etária dos seus shows e a proposta era mostrar crimes cruéis, criminosos sádicos, mentes deturpadas, muito diferentes dos assaltos a mão armada habitué de outras séries.


Season 1 (14)

Entre roteiros brilhantes, tomadas de câmera pouco comuns e montagens interessantes, a primeira temporada oscilou bastante em qualidade e audiência. Alguns episódios excelentes como o 01×06 – The Fox, 01×14 – Riding The Lightning, 01×17 – A Real Rain e 01×19 – Machismo foram aos poucos consolidando uma audiência que, se não trazia o resultado esperado em números na amostragem que interessa ao patrocinador, certamente se consolidava em números absolutos, voltando a bater entre 14 e meio e 15 e meio milhões de telespectadores em diversos episódios. Importante também foi descrição de casos reais semelhantes aos ficcionais, mencionados semanalmente, acrescentando credibilidade a um assunto pouco conhecido. Quem assistia às variadas barbaridades na tela, sentia-se mais confortável (ou não!! que mundo é este!!!) ao saber que tais casos tinham um fundamento, que coisas esdrúxulas não eram apenas tiradas da cartola sem veracidade. Uma Season Finale extremamente criativa (01×22 – The Fisher King – part 1) garantiu não apenas a renovação para nova temporada, mas um aumento surpreendente nos números.

Season 1- 2 lote (1)

Com um começo meio morno e episódios irregulares, os menos atentos ou insistentes não puserem fé na longevidade da série. Inúmeros outros shows que começaram um ano antes ou um ano depois de Criminal Minds foram ficando pelo caminho, com apenas duas, no máximo três temporadas. Em sua maioria, os episódios do novo show ficavam muito mais no difícil caminho da construção de um perfil do criminoso do que propriamente contando um pouco mais da vida de cada um dos agentes. O maior privilegiado nesta primeira temporada foi o agente Aaron Hotchner, que no primeiro episódio temos a oportunidade de descobrir que está para virar pai de primeira viagem e onde, aos poucos iremos acompanhar suas dificuldades em conciliar uma atividade profissional tão peculiar e extenuante com a saudável vida em família.
Curiosidades:
  • Embora a atriz Kirsten Vangness apareça em todos os episódios da primeira temporada, ela passa a ser creditada como parte do elenco regular da série apenas na segunda temporada.
  • Como dito antes, a atriz AJCook aparece interpretando Jennifer Jareau apenas a partir do segundo episódio da série.
  • Logo no primeiro episódio conhecemos aquela que será a esposa de Hotch na série por três temporadas: Haley Hotchner aparece grávida e é interpretada pela atriz Meredith Monroe.
  • Fica um pouco confusa na primeira temporada a função de Jason Gideon. Embora ele seja um agente sênior não em posição de chefia (cargo de Hotch), ele durante diversos episódios toma decisões e assume responsabilidades que ao meu ver caberiam ao chefe da unidade, por maior que fosse sua experiência ( função que passa a fazer mais sentido a partir do momento que David Rossi assume no lugar de Gideon, na terceira temporada).
Quer saber como uma das séries mais duradouras da televisão sobreviveu a tantas turbulências e continua sendo uma das grandes apostas da CBS? Acompanhe conosco os comentários sobre as diversas temporadas de Criminal Minds.

Até a próxima!

Débora Gutierrez R Clemente

(texto originalmente publicado para a página Criminal Minds BR, em 06/15. Todas as fotos creditadas à  
Criminal Minds BR)

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