sexta-feira, 3 de julho de 2015

Criminal Minds 10×23: The Hunt [Season Finale]


Eu não sei bem como expressar isto, mas às vezes leio certos comentários que me fazem acreditar que não estou acompanhando a mesma Criminal Minds do que outras pessoas. Não são poucas as vezes que odeio o fato de saber que a internet mudou o curso de algumas coisas nesta vida, dentre elas, a opinião imediata.
De uns poucos anos para cá aconteceu o evento de qualquer pessoa poder dizer pelas redes sociais o que deseja de sua série. Isto é uma benção e uma maldição. Fãs pediram e foram ocasionalmente atendidos em suas preces, para que houvesse alguma ação rolando  nos roteiros de Criminal Minds e, agora, muitos deles acreditam que seu desejo deve ser uma ordem atendida constantemente. Criminal Minds não é uma série de ação. Não deve ser rotineiro perseguições de carros pelas ruas, explosões a todo instante, personagens regulares colocarem suas vidas em risco. Uma vez ou outra é aceitável, porque isto pode ocorrer na vida real, também uma vez ou outra. O que não dá o direito aos fãs de esperarem que isto ocorra regularmente.


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Tudo isto apenas para justificar tantos comentários maldosos acerca da Season Finale desta nossa série favorita. Criminal Minds, para quem não se lembra, é uma série que favorece traçar perfis que identifiquem um criminoso em série antes que ele mate novamente. Neste sentido, o último episódio da temporada foi brilhante. Desenvolvendo uma trama iniciada no primeiro episódio da temporada, The Hunt tem por objetivo fechar o arco estabelecido e revisitado em outros episódios ao longo da décima temporada, previsivelmente atingindo a filha ( é sobrinha, mas criada como filha) de uma agente da equipe, no caso Kate Callaghan.

De minha parte não esperava explosões, tiros, capotagens extraordinárias, salvamentos absurdos. Porque esta não é uma série de ação. Esperava exatamente o que assisti, um passo a passo na mente humana,a reação da filha de uma agente do FBI, o como chegar a um criminoso através da análise de seu comportamento. E, assim, neutralizá-lo. Pensando assim, não faltou nada ao episódio. O psicopata que se satisfaz, mas transfere a responsabilidade do descarte do corpo para outro criminoso. A vítima de Estocolmo, claramente refém de sua própria dependência, outro criminoso nascido desta relação que não entende bem sua função e paga o preço por seu envolvimento ( o filho), a existência da deep web ( a internet do submundo), disseminando o crime sem ter como ser neutralizada por órgãos oficiais. O episódio teve tudo isto, mas não teve grandes explosões, grandes perseguições, tiroteios, ação indiscriminada. E, por isto, só por isto, a maioria das pessoas achou fraco o episódio de final de temporada.

É triste saber que muita gente não gostou apenas porque não entendeu. Se tivessem entendido saberiam que o episódio trouxe de volta a essência dos perfis, do passo a passo para chegar ao criminoso. Nem sempre os crimes na BAU são resolvidos de forma glamorosa, às vezes, basta pura e simplesmente seguir o que o perfil diz.  Fez também muito sentido a sobrinha de Kate ter tanta determinação e orientação para sobreviver a um ataque deste tipo. Fosse minha filha, eu, na posição de Kate teria dado as mesmas orientações. Não duvido que, tendo profissão similar, teria orientado minha filha da mesma forma, visto os mesmos perigos, previsto qualquer situação.

Foi também acolhedor ter o chefe de Kate apoiando-a incondicionalmente ( Hotch sendo Hotch, como o esperado).É assim que equipes bem entrosadas trabalham, consideram-se uma família e defendem-se em bloco, como se fossem uma só estrutura.

Gostei da idéia de ter um camarada que alimenta o mercado de psicopatas. Além de criativo, a possibilidade é muito crível, neste mundo que hoje vivemos. , fica óbvio que a história criada para ser o arco de toda uma temporada pode ter sido levemente alterada com a realidade da de Jennifer Love Hewitt. Mas acho que a essência permaneceu. Talvez os recursos de salvamento tenham sido alterados, mas o fato é que Érica queria desde o início explorar como é ser mulher, agente e ter filhos. E conseguiu de forma brilhante.

Coisa que não pode fazer com Hotch ou JJ, pois seus filhos ainda são pequenos para isto. Ainda corre por fora, como azarão, a coisa de não ter como controlar filhos adolescentes, ainda que munidos de toda a informação existente. Aquela sensação de ser um sujeito que pode salvar o mundo e não saber o que acontece dentro de sua própria casa. Absolutamente real e condizente. E a culpa. Que se reflete na agente Callahan, por ter que ser mãe e, ao mesmo tempo gerar o sustento da família. Trabalhar. Produzir. É impossível dissociar a sensação de dever cumprido de Kate de seu alívio por ter salvo sua cria. Algo a se pensar… Na verdade, o assunto é muito atual, já que é muitíssimo difícil proteger nossos filhos dos perigos ocultos e escusos que a internet oferece. Meg e sua amiga são exemplos de alvos fáceis a que estão expostos os adolescentes que acham que sabem tudo na sua idade, mas são presas fáceis nas mãos de experientes pedófilos e criminosos em geral.

Outro ponto foi mostrar que tanto Kate como Hotch continuaram investigando o caso do primeiro episódio extra oficialmente, provando como é difícil para os agentes desvencilhar –se  de casos mal resolvidos ou resolvidos de forma duvidosa. Não raramente casos assim tornam-se a missão de uma vida para alguns policiais, como já vimos em outros episódios, inclusive com Rossi, que voltou à ativa para concluir um caso em aberto de anos atrás.

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Por fim, Reid descobre de forma carinhosa a nova gravidez de JJ, de maneira discreta, delicada e divertida, evitando o alvoroço que se formou em torno dela própria na primeira vez e de Kate, quando anunciaram suas respectivas gestações.

A comunicação da saída à Hotch foi como uma espécie de satisfação à audiência, já que os motivos pelos quais J.Love Hewitt irá se afastar da série são, na verdade, os mesmos pelos quais a agente Callaghan está se afastando, ou seja, a atriz quer passar o primeiro ano ao lado de seu novo filhote, sem trabalhar. É exatamente o que diz ao seu chefe, e, novamente se dirigindo à audiência, agora é Hotch quem diz à agente: “-Você sempre será bem vinda de volta!”, o mesmo que a produção quer deixar claro a todos.

Pessoalmente acho que em havendo uma décima segunda temporada Love Hewitt volta a interpretar seu papel ao lado da equipe, pois ela foi simplesmente sensacional como Kate e teve ótima aceitação.
A cereja do bolo ficou por conta do carinhoso abraço de despedida que o quase sempre sisudo agente Hotchner dá em Kate na hora da partida. Sinal que ele está evoluindo, pois este foi o tão esperado e nunca acontecido abraço que todos queriam que ele desse em JJ, na oportunidade de sua saída da unidade, na sexta temporada. Ou, se quiserem, o abraço que os fãs deixam para Jennifer Love Hewitt, com o agradecimento por sua participação na décima temporada e o desejo de felicidades no parto e de breve retorno.

Até Setembro pessoal!

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