terça-feira, 11 de novembro de 2014

How To Get Away With Murder S01E06: Freakin’Whack-a-Mole


Este episódio poderia ser definido com o popular provérbio: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faça…

O caso da semana serviu como um contraponto para medir o peso da retidão humana quando é o seu que está na reta. Annalise Keating tem uma última oportunidade de salvar da pena de morte um condenado que, mesmo após vinte e um anos de cumprimento da pena, continua alegando inocência. Ela recruta seu time Five Keating, além de contar com a ajuda de Bonnie e Frank, para encontrar uma brecha, uma abertura que possibilite provar que David Allen é inocente.

As coisas já começam a ficar estranhas quando o time descobre que o juiz do caso havia sido o pai de Asher, Willian  Millstone. que o rapaz não gosta nada da coincidência e é solenemente ignorado por sua mentora quando a questiona sobre o assunto.

Durante o caso, Annalise mostra-se visivelmente irritada e abatida e tem motivos para isto. Wes a pressiona para que se faça justiça no caso de Rebecca, uma vez que ele já sabe do envolvimento de Sam com Lila, a moça assassinada. Com a promessa de trazer Rebecca de volta e defendê-la de forma isenta, a advogada ganha um tempo, fazendo com que Wes volte a se concentrar no caso. Ela chama Frank para resolver o problema de Rebecca e apenas ao final do episódio saberemos o que ele fez.

O que presenciamos é uma corrida contra o tempo, onde Laurel, Michaela, Connor, Asher e Wes refazem todos os passos do julgamento anterior, e se encarregam de interrogar o advogado que fez a defesa, o antigo promotor do caso, a testemunha ocular, e assim sendo, algumas teorias começam a se formar.

Asher, em uma conversa informal com seu pai o confronta de forma apaixonada, querendo crer que o homem que ele tinha como ídolo não teria alavancado sua carreira às custas da morte de um homem inocente. O silêncio do juiz dá a Asher a resposta que ele precisa e em troca do troféu e da garantia de que o nome de seu pai ficará de fora das investigações, o estudante entrega todo o serviço a Annalise.

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Com esta informação em mãos fica mais fácil para que se identifique um caso de compra de testemunha que irá culminar com a condenação de Allen, evento este que ocultaria o verdadeiro motivo do assassinato: eliminar  Trisha Stanley, pois era ela a representante de uma causa popular contra um agora senador endinheirado que forçou o despejo de dezenas  de moradores para a construção de um grande shopping no local.

Com base em um caso ainda circunstancial, mas que levanta sérias dúvidas quanto à situação da testemunha ocular, Keating consegue, além da abertura de uma investigação contra o senador, o cancelamento da sentença contra David Allen e a impossibilidade dele ser julgado novamente pelo mesmo crime. Na prática, Annalise e sua equipe devolvem a liberdade ao acusado.

É muito interessante notar o alívio  evidente da advogada quando da liberação da nova sentença. Ela realmente acreditou todo o tempo na inocência de seu cliente e mostrou-se comovida e grata com o resultado. Resultado este que só fora possível porque o sistema fora corrompido, porque uma testemunha fora comprada, porque, em suas próprias palavras no início do episódio: “ A justiça não recompensa a verdade, mas quem tem o poder para produzi-la”.

Tudo isto seria muito louvável, não fossem as cenas ao final do episódio. Não bastasse tentar proteger seu marido da exposição e posição investigação de assassinato, Annalise produz e serve sua própria cota de veneno, quando pede a Frank para plantar o de Lila no carro de O’Reilly, tornando- o assim, o único e principal suspeito. Desta forma, ela resolve o problema de Wes, pedindo que a Rebecca volte e assegurando-se de que ela não será incriminada. Sendo assim, aquele minha primeira observação, lá na primeira review que fiz da série se mantém. Para quem não leu ou não se lembra, mantenho minha opinião:  “Advogados são profissionais tradicionalmente controversos, que vivem em um mundo obscuro onde o bem e o mal ganham contornos comprovadamente discutíveis. À mercê das leis, são conhecidos como personagens que contorcem argumentos até que eles se encaixem adequadamente ao interesse de quem por eles são defendidos”. Ou, em outras palavras, toda a indignação que moveu Keating a agir com tanta sanha para defender Allen, desfez-se em minutos no momento em que ela se utiliza de recursos  tão sujos quanto, para defender Sam e Rebecca. E que Deus nos abençoe e nos proteja dos advogados……

Seguindo o estilo Shonda Rhimes de escrever ( embora HTGAWM seja apenas produzida por ela e não escrita ), continuamos tendo romances inusitados acontecendo aqui e ali. Desta vez foi Asher dormindo com Bonnie e chega a ser cômico a moça ser questionada se estava dormindo com Sam, enquanto estava com outro homem. Diga-se de passagem, não poderia haver parceiro mais estranho para Bonnie. Asher é infantil, imaturo e beira o irresponsável, contraponto para a Bonnie, a essência da eficácia.

Aliás, comentando sobre Asher, é preciso destacar que Matt McGorry deu conta do recado em um episódio escrito para ser seu. Na review passada eu havia comentado sobre ele ter que dar conta de um episódio com uma responsabilidade maior sobre o seu personagem e isto veio antes mesmo que eu imaginasse. Matt consegue dar um tom inconsequente e meio cômico a um Asher mimado e mal acostumado, meio sem noção da realidade que o cerca. Mas quando lhe foi exigida a emoção necessária, com seu pai e no tribunal, ele aproveitou a chance e cumpriu seu papel. O mesmo ocorre com Lisa Weil, que em um papel de certo destaque consegue tirar água de pedra, mostrando sua face rígida, vez por outra quebrada pela emoção, como na leitura da sentença final.

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Outras considerações:

§  Só eu fiquei incomodada com a displicência de Frank ao plantar o celular no carro de O’Reilly em uma rua movimentada no meio do dia? Um cara experiente como ele?

§  De novo, só eu já não aguento mais a moeda subindo e a líder de torcida descendo nas cenas em flashforward? Eu entendo a intenção de ir complementando a ação até chegar à sua completa execução,  mas acho que eles poderiam neste momento liberar um pouco mais de informação sobre o plot principal. Neste episódio, como nos anteriores soube-se muito pouco sobre a morte de Sam e os roteiristas poderiam ser um pouco mais criativos nesta área.

§  É necessário comentar acerca da fotografia. Com uma iluminação intimista nas tomadas dentro do escritório/casa de Annalise, cria-se um ambiente claustrofóbico, fechado, que valoriza a competição entre os alunos, o clima de sobrevivência que mantem o grupo ativo.

§   Bem, eu sei que a competição é necessária, mas às vezes   me parecem muito imaturos. A picuinha entre eles, as excessivas reclamações, o mimimi sem fim me deixa uma impressão meio exagerada de todos eles.

§   Eu vou me tornar repetitiva aqui, mas há que se fazer um comentário especial sobre a interpretação de Viola Davis. Ela arrasa em todas as cenas em que se faz presente, conferindo à sua Annalise uma complexidade existente em qualquer ser humano. Sua personagem é uma rocha, que se torna uma fera ao enfrentar seus adversários no tribunal, mas com a mesma facilidade ela se desmonta e se fragiliza nos momentos mais contundentes, em geral, quando está sozinha e pode despir-se de uma coragem forjada para impressionar e mantê-la em pé. E a sua cena final resume toda esta fragilidade.

E vocês, o que acharam do episódio? Deixem seus comentários!

Até a semana pessoal!

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