sexta-feira, 24 de agosto de 2012

FIC - PEDRAS NO CAMINHO - CAPÍTULO 10



“ SE AS ESTRELAS NÃO ESTIVESSEM ILUMINANDO O UNIVERSO NESTE MOMENTO, CERTAMENTE ESTARIAM ILUMINANDO MEU CORAÇÃO”. 

Fernando Lapolli




Emily Prentiss tomara um táxi até seu apartamento. Não iria até o escritório naquela hora para buscar seu carro. Estava cansada. Estava confusa. Estava excitada. Estava num estado Emily de ser dos últimos tempos. Durante toda a viagem tentou evitar o contato visual com ele. Sabia que ao menor deslize, todos perceberiam que havia acontecido algo além de George Foyet naquela penitenciária. O tempo não passava e ficar sentada ali, a poucos metros do homem que amava sem poder se aproximar dele, não ajudava muito. Precisava muito de uma bebida. Precisava ver aquele caso resolvido para que ele parasse de sofrer. Precisava dele em sua cama. Achou que tanto desejo pudesse ter contaminado sua percepção daquele olhar profundo que habitava os olhos de Aaron Hotchner. Não, não podia ter se enganado tanto assim. Ele teria pulado sobre ela ali mesmo se não fosse o homem respeitoso e responsável que ela tanto admirava. Mas aquilo podia ter sido uma reação momentânea, um misto de exaustão, raiva e necessidade de extravasar. Ele teria tempo para pensar, e quando pensasse, racionalizaria, e então.... Emily estaria ferrada. Aaron Hotchner pensando era sinal de que pesaria os prós, os contra, deixaria a culpa se instalar sobre a razão, avaliaria as conseqüências, pensaria de novo e deixaria a idéia de lado. E só restaria em sua lembrança a idéia de que um dia poderiam ter tido alguma coisa irresponsável e inadimissível. 



Emily pagou o taxista e desceu do carro. Enquanto caminhava em direção a seu apartamento e procurava as chaves dentro de sua bolsa, pensou que talvez, por um destes presentes do destino, ele pudesse estar em sua porta, esperando por ela, como naqueles filmes apaixonantes dos anos 50. Mas não havia ninguém à sua porta. Apenas a certeza de que ele tinha tido tempo demais para pensar naquilo tudo e desistir de qualquer idéia que, porventura, um dia tenha tido.


Emily entrou em seu apartamento, jogou a bolsa e sua pequena maleta em cima de uma poltrona e olhou para o relógio. Já estava bastante tarde. Um banho seria muito bem vindo, mas também uma bebida não seria ruim. Optou pelo banho, mas quando estava no terceiro degrau das escadas rumo a seu quarto, seu coração congelou. O som de uma batida na porta produziu o efeito de uma seringa com adrenalina. Não quis iludir-se, mas naquele horário, seria pouco provável qualquer outra opção. Desceu os degraus e caminhou em direção à porta, pedindo a todos os deuses que havia renegado um dia, que lhe atendessem às suas preces. Quando o viu pelo olho mágico, sentiu o sangue ferver em suas veias. Abriu a porta e viu um Hotch muito embriagado sem, com certeza, ter ingerido sequer uma gota de álcool. Embriagado de desejo. Seus olhos eram pura cobiça. Entreolharam-se por alguns segundos até que seus corpos não mais puderam se manter separados. Aaron abrigou o corpo de Emily com seu corpo, empurrando-o contra o batente da porta, selando seus lábios contra os dela, de forma brutal. Com pouco cuidado, as mãos de ambos passaram a explorar seus corpos antes mesmo que a porta do apartamento já estive fechada. Emily podia sentir a língua dele invadindo sua boca sem qualquer constrangimento.



Com a perna ele empurrou a porta que bateu atrás de si fazendo um barulho que lhes confirmou privacidade. Os olhos de ambos eram seus refúgios, abrigando os anseios daquele momento. Ela enfiou os dedos por entre as mechas de cabelo de seu homem e sentiu as mãos dele, firmes, mas impacientes, desvendando seu corpo, pouco a pouco. Como duas almas atormentadas no limiar da loucura, entregaram-se a carícias quase desesperadas. Hotch sentiu a mão de Emily correndo pelas suas costas, por baixo do seu paletó, tentando desvanciliar-se da peça. E depois sentiu que ela afrouxara o nó de sua gravata. As mãos só se separavam dos corpos para desabotoar, abrir ou fazer ceder as peças das roupas que usavam. Quando pôde derrubar a blusa que Emily vestia e sentir toda sua pele alva e macia, afundou-se naquele colo como sonhara tantas vezes. Ela era quente. Deliciosa. E seria dele. 


Ela o ajudou com o fecho e permitiu que a última barreira de tecido que se entre punha entre seus seios e a boca daquele homem caísse. Quando ele pousou seus lábios neles Emily já não podia sentir as pernas. Os joelhos tremiam. Sentiu –se úmida, inundada de prazer. E ele os explorou desesperadamente, com voracidade, apertando-se contra o corpo dela cada vez mais, até quase não poderem mais respirar. A madeira batia em suas costas para lembrar-lhe que aquilo era real. E seus olhos não se permitiam desviar dos olhos daquele a quem tanto desejara.


Emily o sentiu excitado. Era quase irreal poder sentir o desejo daquele homem despertando contra suas pernas. Tentou manipular o cinto, mas seus dedos foram afastados pela mão dele, que com muita facilidade livrou-se da peça. Quando sentiu a mão quente dele por entre suas pernas ainda sobre o tecido de sua calça, Emily resmungou algo quase inaudível.

-Aaron. Quarto. Já.



Ele a pegou no colo e a ergueu o mais próximo possível de seu corpo. Mas não estava disposto a desvendar os caminhos do quarto de Emily. Foi num sofá a poucos metros de distância da porta que ele deitou o corpo quente e cheio de curvas que ele trazia em seus braços. 


Em algum lugar de sua mente muito determinada, sentia-se culpado por privar aquela mulher de flores, beijos apaixonados e carícias delicadas, de uma cama quente com lençóis macios e palavras doces. Haveria espaço para isso um dia, ele tinha certeza. Ele saberia como compensá-la. Queria provar cada milímetro daquele corpo e sentir o gosto de Emily Prentiss. Mas não havia lugar para isso agora. Sentia a urgência de seu corpo cobrando-lhe a conta de tantos momentos de solidão, de tantos desejos reprimidos, de tanto não permitir-se ser feliz como merecia. E sentia que ela o acompanhava intensamente. Ele tirou-lhe a peça que lhe cobria as pernas e sentiu o sangue pulsar em seu membro dolorosamente. A visão daquele triângulo de renda preta cobrindo o pouco dela que ainda insistia em se esconder deixou-o transtornado. Despiu sua calça junto com sua boxer e sabia como queria acabar seus próximos minutos. Dentro dela. Dentro de Emily Prentiss. 


Ele a invadiu sem pudores, sem cuidados. Seco, duro, com uma batida forte e ritmada que Emily acompanhava com o corpo rijo, abraçada aos quadris de seu homem. Ele acompanhava o desejo cru estampado nos olhos dela , como se os dois não pudessem sobreviver a uma experiência daquela intensidade. A respiração de ambos foi ficando pesada, nenhum dos dois parecia mais ter controle sobre o que seus corpos faziam. Ela percebeu que ele estava em seu limite e ela mesma já não podia fazer retardar aquilo pelo qual havia esperado por tanto tempo. 


- Vem! – foi a única palavra que ela pôde pronunciar antes que uma onda de prazer invadisse seus corpos. E eles atingiram o clímax juntos, sentindo seus corpos à mercê de espasmos incontroláveis. 



Os minutos que se seguiram duraram uma vida inteira. A respiração foi ficando mais suave, os corpos suados e ainda trêmulos procuravam se ajeitar à posição um tanto incômoda que o móvel impróprio provocava e então sim, seus lábios se tocaram de forma carinhosa, num beijo longo, molhado e carregado de paixão.


Ela jogou duas almofadas sobre o tapete e ele entendeu o que o sofá estava ficando incômodo não só para ele. Carinhosamente ele a pegou nos braços e a deitou sobre a tapeçaria  de cor pálida, num silêncio que feria os ouvidos de tão intenso. Desta vez foi Emily quem puxou o rosto do agente para si e tornaram a beijar-se longamente, corpos entrelaçados. Então, como em seus pensamentos, Aaron Hotchner pôde buscar entre as curvas do corpo de Emily o descanso a muito desejado. E, como em seus sonhos, Emily Prentiss pôde encontrar o corpo de Aaron ao seu alcance ao esticar os braços.


-Emily, me...... – faltou palavras a ele. Tinha os olhos rasos d’água.
-Se você pedir desculpas eu mesma te mato! Ela sorriu carinhosamente.
- Me ajude.
- Sempre. Nada, nem ninguém, a não ser você, pode me impedir de estar ao seu lado, e ser seu céu, e ser seu chão. Ninguém pode tirar de mim o que eu sinto por você, o que eu estou sentindo agora.
-Vai ser difícil, haverão muitas pedras no caminho - ele disse com uma sinceridade impressionante - sou cheio de problemas, sou um homem complicado, você merece coisa melhor.
-Eu mereço o homem que eu amo. Eu mereço ser feliz ao seu lado. Nós merecemos ser felizes juntos. Pedras no caminho? Com elas vamos construir nossa vida juntos!

Ambos sabiam que o que vinha pela frente estava longe de ser algo fácil. Pelo contrário. Mas o que havia sido fácil em suas vidas até então?



Antes que pudessem se entregar a um merecido sono profundo, ele ouviu Emily rindo.

- Você podia ter me levado para meu quarto. Não teríamos que dormir nossa primeira noite juntos no tapete da minha sala de estar. – Ela puxou de cima de uma poltrona uma manta que cobriu seus corpos parcialmente e deu uma gargalhada deliciosa.
O som da risada de Emily. Ao lado do corpo de Emily. Seguido pelos olhos de Emily. Ele finalmente ia dormir em paz com música para seus ouvidos.

2 comentários:

  1. Acabou? 😲
    Não... Quero mais.
    Ficou lindo e perfeito e amei esse momento íntimo. Ficou top o capítulo e já quero mais.
    Meu capítulo favorito, sem dúvida. ❤
    Finalmente eles estão juntos.
    Obrigada por isso. 😍

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