domingo, 26 de agosto de 2012

A BUNDA REAL




Minha timeline estes dias dias está lotada de palpites sobre a Bunda Real. Olhei com atenção aos primeiros posts para  ter certeza de que não seria injusta. 


Não, não serei injusta. Os jornais (on line ou não) deliciam-se em publicar a imagem de uma deliciosa bunda branca ( algumas cobertas com aquele indefectível recurso de imagem nublada, como se isso a  tornasse menos ofensiva aos mais sensíveis ou mais respeitosa ao interessado) como sendo a do Príncipe Harry durante sua estada em Las Vegas. Ou, de acordo com o ângulo, seus artefatos devidamente guarnecidos por um tímido par de mãos cheias de constrangimento. Alheia ao fato de que ele estaria desfrutando suas férias às custas de uma monaquia que existe muito antes dele ter vindo ao mundo, me pergunto porque tanto alvoroço.

Primeiro: é só uma bunda. Igual à sua, à minha, à do Ministro dos Transportes, à do Neymar, à do George Clooney, a do meu avô ( guardadas as proporções de idade e de cuidados estéticos, obviamente), apenas uma bunda, bem torneada, tenho que registrar, adequada à sua idade.

Segundo, ninguém nunca aqui foi solteiro? Ninguém nunca se divertiu aleatoriamente, todas as pessoas deste mundo sem fim tornaram-se adeptas à máxima bíblica da fidalidade pré casamento, assim, do nada? Ok, há que se dizer que ele é subsidiado pelos cofres públicos e o povo deve ter direito há opinar sobre seu comportamento. Será? Não há que se pedir demais de um jovem, na plenitudade da idade, que pare de se divertir? 

Não, não sou a favor da promiscuidade. Mas, me perdoem a palavra, o rabo é dele, ele faz do próprio o que bem entender. E quanto ao resto do equipamento ( que em nada parece deixar a desejar) também.

O assunto aqui é outro. Bem outro. O assunto aqui é a malfadada monarquia. É um país custear as obrigações e também as farras de um jovem que quando nasceu não escolheu ser o terceiro na linha de sucessão do reino. Se no berço lhe houvessem perguntado, talvez, apenas talvez, ele lhes dissesse: deixem meu equipamento em paz, vou trabalhar, como qualquer outro britânico do planeta e poderei assim, transar com todas as damas de Las Vegas durante as minhas merecidas férias.

A idade tem me tornado menos tolerante. Não tenho paciência para quem acha que um jovem da idade dele deve passar o dia inteiro lendo os ensinamentos do  Dalai Lama. Se ele trabalhasse e pagasse suas próprias contas, teria feito tudo o que fez sem dever nada a ninguém, como eu fiz, meu marido fez, como minhas amigas há trinta anos fizeram, e, como espero, meu filho esteja fazendo, sempre mais preocupado com a saúde (sua e de sua parceira) do que com o que os outros vão pensar dele.

É que é mais fácil culpar o sexo do que a monarquia. Além do que, vende muito mais jornal. Tudo na minha opinião modesta gira em torno da grana. Trabalhe, ganhe seu próprio dinheiro e você poderá bancar sua diversão ou fantasia, eis o que ensino ao meu filhote. E não se esqueça que diversões sem prevenção tem consequências irreversíveis. Feio não é trepar, feio não é se divertir com responsabilidade. Sexo é bom, é delicioso, quando feito com muita responsabilidade. Feio é não assumir as consequências dos seus atos. Feio é não poder bancar seus erros, não poder sustentar quem não pediu para estar aqui. Ou, no caso do príncipe, feia não é sua bunda e toda a sua área útil. Feio é divertir-se com o dinheiro do povo.

Não sei até que ponto ele tem culpa no cartório. Não sei, se ele pudesse escolher, se escolheria ser o terceiro na linha de sucessão e viver dos proventos da população.  E isso não é uma defesa ao seu comportamento, mas uma constatação. Não sei se trepar até não poder mais seria a sua prioridade. Só sei que o erro vem de outro lugar. A criatura já nasce e todos dizem: você será um exemplo, não fará nada diferente do esperado de um futuro príncipe porque vai comer, beber, vestir e transar com o dinheiro do povo. Se eu ouvisse isso desde os meus 2 anos de idade, provavelmente também acreditaria ter todos os direitos que me prometeram....

Em uma época de crise financeira sem fim na Europa, como avó e pretensa provedora - no sentido da prestação das contas reais, a Rainha deveria estar mais preocupada com o como estes gastos vão repercurtir do que como fica a imagem do príncipe, vestido ou despido, de frente ou de costas. E, por fim, que diabos de assessoria ela está pagando que não verificou se as pessoas com que ele estava se divertindo ( e vice e versa ) portavam câmeras, celulares e afins.


Se eu fosse ele, honestamente, arranjaria um emprego de verdade.  Para no próximo ano, poder jogar stripoker, stripsinuca, stripqualquer outra coisa e comer ( com o perdão da palavra) quem ele bem entendesse. E, mostrar, com o maior orgulho, a bunda real e seus demais apetrechos, sem qualquer constrangimento.....  , de preferência, com moças decentes o suficientes para não portarem uma câmera ou celular para valer-se financeiramente de sua  intimidade.

Mas, como de costume, é sempre mais divertido falar do superficial. Para que perder tempo discutindo se o povo deve se matar de trabalhar para sustentar não apenas as férias folgosas, mas TODAS as despesas da Família Real, suas moradias exuberantes, suas refeições nababescas, suas viagens oficiais, entre outras coisinhas. Melhor mesmo é estampar as estripulias constrangedoras do herdeiro desinibido e tudo bem. O resto não vai dar tanto ibope....

E podem me chamar de chata que eu não ligo! O que eu não aguento mesmo é falso moralismo! A bunda do rapaz é o de menos. Importa mesmo é quem vai continuar a pagando esta conta.....

Inté!


Débora








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