quinta-feira, 11 de outubro de 2012

FIC - DECISÕES - CAPÍTULO 6




“CRIAVA AS MAIS FALSAS DIFICULDADES PARA AQUELA COISA CLANDESTINA QUE SE CHAMAVA FELICIDADE...”

Clarice Lispector





Ele desceu na estação “Invalides” do Metrô e vários degraus acima deu de cara com o rio Sena. Sabia exatamente aonde ir, cada esquina onde virar, cada rua a atravessar. Não porque já conhecesse Paris, apenas porque nos últimos dias havia repassado cuidadosamente cada um dos detalhes não apenas de sua viagem, mas de sua programação como um todo.

Fazia uma tarde linda e um clima ainda pouco quente de início de primavera. Ele trazia nas mãos uma valise de tamanho médio e sua pasta de trabalho. Por um breve momento parou de pensar incessantemente no que aconteceria nas próximas horas apenas para contemplar o Sena. Foi rápido. Talvez porque não estivesse no clima, talvez porque fosse prático demais, era apenas um rio, cujas águas nem pareciam tão limpas assim. Dois barcos de turismo cruzavam suas águas turvas e ele tentou imaginar porque aquela cidade mexia tanto com o imaginário das pessoas. Seguiu caminhando pelo contorno do rio até que percebeu que aquele era o ponto onde devia atravessar. Estava há cerca de dez minutos do hotel que havia escolhido. Retomou seus pensamentos e imediatamente um mapa tomou conta de sua mente de novo. Caminhar por Paris parecia ser fácil. Havia ampla sinalização e as placas indicavam cada rua à sua frente. Optara desde que saíra de casa por um roteiro absolutamente comum, com nada que pudesse chamar a atenção.




Desde que entrara naquele avião não conseguira pensar em outra coisa senão refazer seus passos. A obsessão por ver Emily só era superada pela necessidade de mantê-la segura. Quando Sean chegou na casa de Jéssica, todas as instruções, tudo o que devia dizer a ele estava na ponta da língua. Que saísse de lá com Jack, que parasse com ele para abastecer seu próprio carro no posto de sempre, que fossem tomar um café da manhã nos locais onde sempre levava seu filho para passear e fosse com ele ao Zoológico. E sempre usando seus cartões de crédito. Que seguisse as rotinas que ele, Aaron, costumava usar com seu filho em um fim de semana normal. Odiava admitir, mas era um pai totalmente previsível. Esforçado, mas previsível. Voltou a frisar para Sean a necessidade de que ele seguisse tal rotina, caso estivesse sendo monitorado pelos cartões de crédito ou pela placa do carro, tornou a agradecer meio sem jeito ao seu irmão, mas de longe estava preparado para ouvir o comentário bem humorado daquele que parecia ser a ovelha negra da família.
 
- Então, meu irmão está apaixonado??? E eu que pensei que você tivesse vários órgãos, menos coração!!!! Fala aí, isto é sério?
 
Aaron nem conseguiu sorrir. Embora soubesse que seu irmão estivesse zombando dele, não deixava de ser verdade. Passara tanto tempo de sua vida perseguindo monstros que há muito não conseguia enxergar nada que não fosse sombrio à sua frente. Mesmo agora, apaixonado, pensara em tudo o que tivera que arquitetar para garantir a segurança da mulher que amava. Seria cômico, não fosse tão trágico. Estava prestes a admitir que estava amando e sua maior preocupação era que Sean não deixasse de usar seus cartões de crédito, que fosse visto em companhia de seu filho, que procurasse manter a sua rotina. De repente percebeu que tudo o que fazia tinha um quê de mais difícil. Não era como atravessar a rua e pagar um café para a mulher que amava. Não. Não Aaron Hotchner.




Nada em sua vida parecia ser simples, porque seria agora? De alguma forma que não sabia bem como explicar, sentia muita inveja de Sean. Suas grandes preocupações limitavam-se ao novo cardápio de primavera que seria lançado no princípio do mês e se o Insalato di Pepperoni Arrostiti iria agradar à clientela. Isto com certeza e alguma responsabilidade, não mataria ninguém. Fora isso, ao deixar seu trabalho, Sean seguia sorridente para seu pequeno, mas muito confortável apartamento, onde lhe aguardava a morena de olhos claros da vez, sedenta por sexo e diversão pelas oito horas seguintes. Sem compromissos, sem laços, sem dramas. Apenas cozinhar, conversar, amar e ser feliz. Porra, ele queria muito ser assim também. Mas não era.


Ouvir as estórias de seu irmão o deixava deprimido. Algumas pessoas nascem para semear e colher flores, outras para preparar o adubo que as permitem crescerem belas. Era assim que ele se sentia quando ouvia Sean falar. Ele preparava a merda para que seu irmão colhesse belas flores. E, o que era pior, ele gostava disto. Mais do que tudo, ele respirava isto. Não saberia viver, sabendo que existia por aí alguém ceifando vidas sem que ele estivesse fazendo algo a respeito. Sean, por sua vez, não se importava. Era como se, enquanto a infelicidade não batesse à sua porta, ela não existisse. Seu irmão tinha aquele pensamento mágico de que coisas ruins só acontecem com os outros. Daria tudo para ser como o caçula da família, mas estas coisas talham a nossa personalidade. São como nós, nos troncos das árvores. Nascem aleatórios, não escolhem onde ou como querem crescer. Ele não iria mudar agora. Amava seu irmão. E do fundo de seu coração, adorava vê-lo feliz. Mas, por Deus, como eram diferentes!!!!


- Sean, eu te agradeço, mesmo, muito, por tudo. Eu só quero que você entenda que a segurança de uma pessoa está em jogo.




- Ok, eu entendi maninho! Vou agir como se fosse você, ninguém nem vai perceber que se ausentou por um fim de semana. Serei você, vou fazer as coisas que você faria, levar Jack onde você levaria. Embora eu ache que meu sobrinho iria divertir-se mais se eu pudesse agir como Sean, não como Aaron, mas.... fique tranqüilo, não vou dar nenhuma mancada. Já entendi, e não vou perguntar. Esta mulher deve ser muito importante para você armar tudo isto, vou ficar na minha, mas você me deve levá-la para jantar em New York, assim que puder, combinado? Quero conhecer a mulher que fez meu irmão arquitetar tudo isto! Acima de tudo, quero conhecer a mulher que devolveu um coração ao meu irmão!!
 
Sorriu meio sem jeito e quando despediu-se de seu filho, ainda pode ouvir ao fundo Sean dizer que ia ser um fim de semana maneiro, mas preferiu ignorar o comentário, certo de que os sinais que ele havia feito para Jack, tripudiavam seu jeito tradicional de ser. Não podia pensar em tudo. Não podia controlar tudo. Deu um beijo em Jack, disse que o amava, despediu-se de Jéssica e de Sean e seguiu em frente, procurando não pensar no que havia deixado para trás.
 
Agora, cruzando os portões do Louvre, e seguindo em frente em seu objetivo, tentava se lembrar do que iria dizer a ela quando chegasse lá. Parecia um texto ruim de uma fotonovela barata, mas na verdade, cada uma das palavras que pretendia dizer fôra repetida exaustivamente nas últimas semanas por ele. O brilho dos seus olhos, a franqueza do seu sorriso, o quanto ela iluminava sua vida e aquecia seu coração. O tempo que perdera acreditando que não merecia ser feliz, o quanto ela merecia mais do que um homem como ele. Ele estava apaixonado, ela era a luz de sua vida e ela iria viver incógnita até que pegassem o desgraçado. Mas precisava saber que ele a amava. Mais que tudo. Há muito tempo.




Seus pensamentos o consumiram até que chegou à Rue du Gros Caillou. O Hotel Rive Gauche era um duas estrelas simples, mas bem aconchegante. Não fora por acaso que escolhera um hotel pouco chamativo. Quando das reservas, ele havia solicitado duas chaves, pagando pelo benefício, muito mais caro. Não queria nem um, nem outro, tendo que dar informações na recepção. O apartamento de número seis não havia sido escolhido por acaso. Pelas informações, de sua janela, via-se a Torre Eiffel e, embora ele não fosse um homem dado a esses detalhes, ele achou que ela gostaria do mimo.


Ele atravessou a recepção do hotel simples, desejando que o lugar agradasse ao gosto dela. Foi quando percebeu que não sabia nada sobre ela. Melhor, sabia que ela era capaz de atingir precisamente um alvo à vinte e dois metros de distância no estande de tiro, sabia que ela dava um gancho de direita como poucos homens seriam capaz de dar, sabia que podia contar com seu bom senso na produção de um perfil, sabia também que ela falava árabe, espanhol, italiano, russo e romeno. Sabia ainda que ela ficava linda em um vestido vermelho, que Derek Morgan tentara diversas vezes cruzar a linha, mas que não tivera sucesso ( comentário feito por cortesia de sua analista técnica, num dia, de pouca discrição de sua parte) e que toda a vez que ela sorria, ou, por descuido, tocasse nele sem querer, nos braços ou nos ombros, ou que sua voz enchesse o salão, ele não conseguia ignorar este efeito em seu corpo. Na verdade, era tudo o que sabia sobre ela. Agora, mais do que nunca, quando descobrira que ela se prestara a dormir com o inimigo para conspirar contra ele. Era verdade, estava apaixonado, mas sabia tão pouco sobre ela. Aquela morena de sorriso largo e olhos de pérola negra de quem ele nunca se esquecera mesmo depois de tantos anos. Sua ousadia em buscar uma reciprocidade que ele não podia oferecer.




Mesmo tanto tempo depois, ele ainda se lembrava de como ela parecia desafiá-lo. Aqueles olhos que o fizeram sentir-se culpado por pensar neles tão intensamente. Ele estava tão perto e sentia-se tão distante. O que ele tinha a oferecer a ela? Neste momento, então.... nada! Apenas isto! Nada...
Mas era tarde para mudar de idéia.


No entanto, quando empunhou sua chave e destravou a porta do apartamento de número seis do Hotel Rive Gauche, tudo aquilo parecia não ter mais importância. Respirou fundo, apoiou sua pouca bagagem no aparador da saleta na entrada, e foi até a janela. Quando afastou a cortina, vislumbrou aquilo que era o maior símbolo da França. A torre Eiffel surgia impávida pela janela, entre tons rosados de um fim de tarde de primavera. Agora, mesmo Aaron Hotchner e toda a sua obscuridão, não pareciam ser tão graves quanto a imponência de quilos de ferro fundido e séculos de história. Aquilo era Paris. Talvez o ar, talvez os arquétipos, talvez apenas a necessidade de ter uma segunda chance. Talvez ali ele pudesse apenas amar, sem lembrar, sem esquecer. Sem precisar ser quem era. Romantismos à parte, deixou a janela de lado e foi conferir o frigobar para descobrir que seu pedido havia sido atendido. Um Château Bel Air Bourdeaux 2009 . Em uma bandeja sobre o frigobar duas taças e algumas rosas vermelhas num vaso. Na mesa aparadora, uma cesta com frutas, alguns pães, manteiga e um tipo de patê. Tudo estava lá. Cada centavo de dólar cuidadosamente empregado no que havia sido solicitado. Ele olhou para o relógio. Ainda eram 17:10 PM. Restavam ainda alguns minutos.
E infinitos motivos para ele sair correndo dali. 
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Quando ela saiu da Gallerie Laffayete, empunhava duas sacolas de compras. Na Bon Marchê havia encontrado um vestido vermelho, lindo, de meia manga, com decote princesa que valorizava seu colo e um pequeno cinto que marcava sua cintura. Na Saint Honoré, havia encontrado o sapato de salto oito e meio vermelho, incrivelmente perfeito para combinar com seu vestido. Na saída da Gallerie, havia cruzado com um conjunto de colar e brincos com pequenas pérolas, que julgava feitos para a ocasião, além de um providencial par de meias nude sete oitavos. Emily voltou ao seu pequeno apartamento com suas sacolas e suas expectativas. Tomou seu banho e produziu-se para um evento. Olhou-se no espelho e julgou-se linda. E depois, perguntou-se o porquê. Quando pronta, cerca de uma hora antes do horário marcado, Emily, maquiada e produzida, sentiu-se ridícula. Como se isto fosse pouco, ainda teria que caminhar cerca de sete quadras vestida assim, para chegar ao seu destino. Olhou-se novamente no espelho. Era uma mulher bonita. Apesar dos seus quase quarenta anos, o tempo havia sido generoso com ela. No entanto, o que isso dizia a seu chefe? Que ela estava feliz? Que nada daquilo que havia acontecido tinha importância? Que ela estava tentando seduzi-lo? Deus, ela estava apavorada. Seu providencial instinto dizia que ela devia encontrá-lo vestindo jeans e camiseta e que passaria a mensagem: estou sobrevivendo. Mas, não era o que ela queria dizer naquele momento. Ela queria dizer, preciso de você, te amo e pronto. Nada mais simples. Nada mais complicado.

Ela estava na merda há muito tempo. Todas as decisões que tomara foram por necessidade, não por prazer. Ela abrira mão de quase tudo em sua vida. Então, simples assim, ela iria vestir o que tivesse vontade. Mesmo que isto parecesse ridículo, mesmo que desse a impressão errada. Olhou de novo no espelho e gostou do que viu. E orou intimamente para que Aaron Hotchner gostasse também.




Saiu equilibrando-se nos seus oito e meio centímetros de saltos e, ao chegar na calçada reconsiderou. Embora o fim de tarde estivesse lindo, talvez um táxi fosse uma alternativa mais coerente do que cruzar sete quarteirões vestida daquela forma. Graças a Deus, ela estava em Paris, não na Virgínia ou Nova York. Em menos de dois minutos um táxi parou ao seu sinal e ela entrou. Para o bem ou para o mal, Emily estava indo ao encontro de seu destino. E tudo o que ela desejava é que seu destino tivesse um único nome: Aaron.....


Quando ela saltou do táxi, faltavam ainda sete minutos para as dezoito horas. Ela pagou a conta e abriu a porta, dando de frente com uma simpática entrada do hotel simples, porém, gracioso. Um imponente bouganville todo florido enfeitava a entrada. Ela ajustou a roupa em seu corpo e apertou, pela décima vez, a chave entre seus dedos. Invadiu a recepção procurando por ele, mas, obviamente, ele não estava ali. O chamativo relógio sobre a mesa de entrada anunciava que faltavam cinco minutos para as dezoito horas, mas ela, claro, já sabia disto, depois de conferir seu relógio de pulso dezoito vezes nos últimos dez minutos. Olhou para todos os lados. Hábito que havia adquirido após os últimos eventos. Temia estar sendo seguida. 
Decidiu que, para apenas um lance de escada, não precisava tomar o elevador. Então, ela subiu. E caminhou o corredor em toda a sua extensão, até que o número seis surgisse. Ela colocou a chave na fechadura, temendo que ao vê-la ele a chamasse por Prentiss, temendo que a qualquer momento, tudo acabasse ali mesmo. Quando a chave virou e a porta se abriu, ela procurou manter-se calma. Afinal, não tinha porque ter expectativas. Deu três passos para dentro e viu seu chefe em pé, de costas, virado para uma janela, com a cortina afastada.




Em quase quarenta anos de vida, Emily Prentiss não tinha palavras. Pela primeira vez em sua vida, Emily Prentiss quis falar e não conseguiu. Ali estava ele. De costas, mas era ele. Seu terno indefectível, toda a sobriedade do momento, era sem dúvida o chefe do departamento de análise comportamental. Sentiu-se infame por ter acreditado que ali pudesse estar esperando por ela outro que não apenas o seu superior. Praguejou intimamente por seus sapatos de salto, seu vestido justo e provocante. Praguejou por seu par de brincos e seu cabelo ajeitado. Era apenas um encontro profissional e ela sentia-se vestida como uma prostituta, pronta para o abate. Odiou-se por ser tão crédula, mas bolas, nada havia lhe sobrado além de acreditar. Então, sem perder a pose, bateu a porta às suas costas e com o barulho, acreditou que ele se viraria para ela. Mas ele não se moveu.
Com o pouco que lhe restava de confiança, tentou articular alguma coisa que fizesse sentido, mas tudo o que conseguiu fazer sair foi:
 
- Senhor???

Como ele não emitira qualquer resposta, ela apenas repetiu o que já havia dito.

- Senhor???

Ele custou a virar-se. Muito. E quando o fez, foi lentamente. Quando pôde fitá-la de frente, ainda assim não falou. Ficou a admirá-la por um tempo que nenhum relógio poderia medir. Ele procurava ar para encher seus pulmões, ela procurava esconder seu constrangimento por estar vestida daquela forma. Nenhum dos dois encontrou palavras. Pareciam ter sidos minutos infinitos, mas, na verdade, foram apenas alguns instantes. E tudo que ela conseguia repetir era:

-Senhor???

-Prentiss, .... – ele deu dois passos em direção a ela, mas parou. – Como você está?

Ele a chamou por Prentiss! Tudo, menos isto! Deus, como ela havia se enganado. Não sabia onde por suas mãos, ela só queria sair correndo de lá.

- Sobrevivendo. Na verdade, eu estou bem....

Ele a fitou de cima a baixo. Ela estava linda. Era tudo com o que ele sempre sonhara e ele não conseguia se mover e quase não conseguia falar. Aquela era a tênue divisa entre ser feliz e pôr tudo a perder. E, mesmo não sabendo bem por onde começar, o que dizer, o fato era que aquele corpo coberto de vermelho deitara por terra o resto de profissionalismo que teimava em manter. Que diabos, era adulto, não estava arriscando tudo apenas por diversão. Ele precisava dizer alguma coisa. Onde estavam todas aquelas palavras que ele passara a semana toda ensaiando, decorando? Onde foram parar o elogio ao seu sorriso, a necessidade de tê-la em sua vida, o vinho que iria oferecer a ela?

- Bom, isto é bom.... As dores...bem....você tem se poupado?

Ela achou, por um instante, que por trás da feição impassível do bonito rosto moreno, alguma emoção se formara. Esperava a qualquer momento uma bronca, que ele iria lhe dizer o quanto fora imprudente agindo sozinha e que ela havia posto a todos em risco com sua teimosia. Mas ele perguntou qualquer coisa sobre sua saúde.

- Dói ainda, evito os analgésicos.... Tenho saído pouco....

Ele ouvia ela articular as palavras, mas elas faziam pouco sentido para ele. Ela ainda sentia dor? Ali, na luz suave que invadia a janela do quarto, ela parecia perfeita. E ele parecia um idiota. Ele precisava retomar o controle da situação, não que seu corpo naquele momento colaborasse com isto. Ele suava frio, suas mãos tremiam e seu amigo lá embaixo dava sinais de não querer mais se comportar.

- Eu precisava te ver.....
- Você disse que precisava me ver....

- O que você estava pensando? Que podia resolver tudo sozinha?
Não era o que ele queria dizer.... 

- O que você esperava que eu fizesse? Que os pusesse em risco?
Não era o que ela esperava responder.....


- Mas você podia correr todos os riscos? Você podia enfrentar tudo sem pedir nada a ninguém? Para que diabos somos uma equipe se não podemos confiar uns nos outros... - Ele foi aumentando seu tom de voz mais do que gostaria. – Você não pensou que poderíamos te ajudar, que você poderia se ferir, que todos iríamos sentir ...


Ela já quase não conseguia prestar a atenção no que ele dizia. Ele estava zangado, mas não parecia isto. Era quase como se estivesse magoado, quase como se estivesse com medo, e ela tentou interrompê-lo sem sucesso.


- Me desculpe se eu tomei a decisão que não era a que você gostaria que eu tivesse tomado, me desculpe pelos problemas que criei, eu não queria magoar o homem que eu amo...


- ...sua falta, não pensou nas pessoas que te amam, não pensou que eu não podia perder a mulher que eu amo?


As frases foram ditas juntas e seus olhos se buscaram, profundamente. Num único momento ambos tentaram absorver o que o outro havia dito.
No mesmo instante, estes olhos que até então buscavam compreensão, verteram toda luxúria e cobiça aprisionada por anos de espera e desejo. Ele caminhou em sua direção e parou tão próximo dela que ela podia ouvir seu coração bater.

- Eu não sei bem como você vai entender isto.....

Um comentário:

  1. Hohohihih gostei muito!
    A Emily é mais corajosa que eu, provavelmente eu não teria tido a coragem da produção se tivesse pensado o que ela pensou antes de sair de casa. Ou, se tivesse tido teria inventado algo pra não me sentir tão exposta ou sei lá o que faria. Kkkkkk no fim, sou doida. Kkkkk
    Prostram discutir pois dizer a verdade... Tão lindos. Já amei.
    Não preciso dizer que estou louca pra ver o seguinte, então... Fui. Bjo

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